Peru é atingido por terremoto de magnitude 7 em regiões costeiras

A costa de Arequipa no sul do Peru foi atingida por um terremoto de magnitude 7,2 nesta sexta-feira (28), segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos(USGS). Até o momento, nenhuma morte foi relatada. Entretanto, foram informados pelo menos oito feridos, todos com danos leves segundo autoridades peruanas.

Terremoto ou tsunami?

Inicialmente, foi emitido um alerta de tsunami pela Marinha do Peru englobando o literal do país. Segundo o USGS, o alerta informava ainda que as ondam poderiam chegar a atingir 3 metros nas regiões costeiras e que até mesmo o Chile poderia ser afetada com algumas ondas.


Terremoto de magnitude 7 atinge Peru. (Vídeo: reprodução/Youtube/UOL)


Entretanto, por volta de 00h36no horário local (02h36 no horário de Brasília), o terremoto ocorreu com uma profundidade aproximada de 42km, segundo o Instituto Geofísico do Peru (IGP). Ainda segundo o IGP, o epicentro estava a cerca de 8km da costa de Caravelí, região a 780km de Lima.

Com isso, o USGS atribuiu ao terremoto a magnitude de 7,2 e descartou a hipótese de um tsunami considerada anteriormente.

Vítimas e histórico de terremotos

O terremoto deixou oito feridos, sendo que cinco deles estavam em Ica e outro três em Acari, conforme indicado pelo Ministério da Saúde peruano em sua conta no X.


Publicação do Ministério da Saúde peruano sobre as vítimas (Foto: Reprodução/X/@Minsa_Peru)


Além disso, a Direção de Hidrografia e Navegação da Marinha inicialmente também havia emitido um alerta de tsunami que, posteriormente, foi alterado pelas autoridades peruanas. 

Mesmo a centenas de quilômetros, alguns moradores de Lima afirmam ter sentido o abalo, juntamente a moradores da costa sul e central do país.

Juan Aranguren, prefeito de Yauca, declarou à rádio RPP que na cidade moradores relataram que o muro de algumas casas caíram. Ele adicionou ainda que a Rodovia Pan-Americana que cruza a região foi afetada e possui algumas rachaduras. Outros tremores secundários atingiram Arequipa com magnitudes de 4 a 4,6, levando a alguns deslizamento de terra em estradas locais. 

Anteriormente, no dia 16 de junho, o país sofreu também com um terremoto, neste caso de magnitude 6,3 no litoral sul, na região de Arequipa. O abalo sísmico teve 25km de profundidade tendo o Oceano Pacífico como epicentro.  

Terremoto em Taiwan: sistemas antiterremoto contêm destruição na ilha

Nesta quarta-feira (03), em horário local, o arquipélago de Taiwan sofreu um terremoto de aproximadamente 7.2 graus de magnitude que perdurou por mais de um minuto. O fenômeno, que já é considerado o maior em 25 anos, causou a morte de nove pessoas e deixou cerca de mil feridos. 

No entanto, apesar da tragédia, os números só não foram maiores devido a tecnologia dos taiwaneses de prevenção de desastres. Isso porque, os sistemas antiterremoto são obrigatórios na ilha,  todos os edifícios construídos devem possuir a tecnologia que contêm desabamentos. 

Os sistemas antiterromoto impediram uma tragédia ainda maior  

Em 1999, Taiwan sofreu tremores de magnitudes similares a que ocorreu nesta quarta-feira (03), no entanto, em comparação, mais de 2 mil pessoas morreram devido às consequências do terremoto na época.  Em entrevista ao Jornal Nacional, o professor Pedro Silva explicou que os taiwaneses iniciaram uma revolução após a tragédia e, a implementação de sistemas antiterremoto impediu que vários edifícios desabassem, diferentemente do que aconteceu há 25 anos. 

Em reportagem exibida pelo Globo Repórter em 2023, é possível compreender a tecnologia que evita o desabamento das construções. O programa conseguiu filmagens inéditas de um edifício de 500 metros de altura que, em seu interior, possui um sistema que é usado para absorver o impacto e impedir que a construção desabe em um eventual terremoto. Esse sistema é formado por uma esfera de cinco metros de diâmetro que pesa aproximadamente 728 toneladas. 


Tecnologia antiterremoto utilizada para evitar o desabamento de edifícios em Taiwan. (Foto: Reprodução/TV Globo)

No entanto, apesar da tecnologia obrigatória na ilha, alguns prédios vieram abaixo no terremoto desta quarta-feira (03). As equipes de resgate seguem as buscas por desaparecidos. 

Depoimentos de brasileiros moradores da ilha 

“Começaram a cair as coisas aqui em casa, os vidros começaram a quebrar. Eu saí tão desesperada que nem peguei chinelo. Descalça, quase rolando as escadas, porque mexia muito, para lá e para cá, nos degraus”, declarou a brasileira Helena Wang, moradora do condado de Hualien, cidade mais atingida pelos terremotos registrados em Taiwan nesta quarta-feira (03). 

“Eu corri desesperadamente, porque nunca vi tão forte”, relatou Wang. Moradora da ilha há três anos, ela havia acabado de deixar a filha de 11 anos na escola e de chegar em casa, localizada no centro da cidade. Ao jornal Folha de S.Paulo, Helena relatou que nunca tinha passado por algo assim desde que se mudou para Taiwan. 

Miguel Magalhães, representante do Brasil na ilha asiática, também declarou que nunca havia visto algo parecido. “Nos meus 40 anos de diplomacia, nunca vi um terremoto assim. A gente mora no 14º andar, balança muito mais”, relatou. Além disso, Magalhães também confessou ter se sentido apavorado durante o tempo em que os abalos perduraram.