Nesta quinta-feira (25), Mahmoud Abbas, então presidente da Autoridade Palestina, discursou por videoconferência na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (AGNU). De antemão, Abbas não recebeu visto para entrar nos Estados Unidos da América, decisão tomada pelo governo de Donald Trump.
Assim, o político palestino afirmou que não haverá paz sem a criação de um Estado da Palestina. Ele também condenou o grupo Hamas e declarou disposição para dialogar com Trump, mesmo reconhecendo a aliança norte-americana com Israel.
Defesa da Palestina e reconhecimento internacional
A princípio, o líder palestino reforçou que a convivência pacífica entre Palestina e Israel só será possível com justiça. Além disso, destacou a necessidade de instituições modernas, capazes de garantir segurança e estabilidade. Abbas agradeceu o apoio dos 149 países que já reconheceram a Palestina como Estado, incluindo Canadá, França, Portugal e Reino Unido.
Mahmoud Abbas discursa virtualmente durante a AGNU em Nova York, EUA (Foto: reprodução/David Dee Delgado/Bloomberg/Getty Images embed)
Apesar do avanço, Donald Trump criticou esses reconhecimentos em seu discurso na ONU. Sendo assim, o republicano reiterou sua oposição à legitimidade internacional da Palestina e cobrou a libertação imediata de reféns israelenses mantidos pelo Hamas.
Condenação ao Hamas e promessa de governo sem armas
Ainda, Abbas fez duras críticas ao ataque do Hamas contra Israel em outubro de 2023. Ele afirmou que as ações não representam o povo palestino. Além disso, assegurou que o grupo não terá papel em um eventual novo governo de Gaza.
O presidente também pediu que as facções armadas entreguem suas armas à Autoridade Palestina. Segundo ele, o objetivo é criar um Estado estruturado, com forças legais e seguras. Abbas classificou os ataques israelenses em Gaza como “crimes de guerra” e acusou Netanyahu de usar a fome como arma.
Relação com Trump e críticas a Israel
Donald Trump discursa durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) (Foto: reprodução/Michael M. Santiago/Getty Images embed)
Apesar das divergências, Abbas disse estar pronto para trabalhar com Donald Trump no plano de paz aprovado em setembro. Ele acusou Israel de descumprir os Acordos de Oslo e de prolongar o conflito. Segundo Abbas, apenas o fim da ocupação militar pode abrir caminho para a paz duradoura.
Ao passo que o conflito israelense-palestino continua como um dos maiores impasses do século XXI. Com a guerra em Gaza e as negociações paralisadas, consequentemente o discurso do presidente da Autoridade Nacional Palestiniana traz novamente à tona o debate sobre a criação de um Estado Palestino no centro da Assembleia Geral da ONU.
