Manas brilha no Los Angeles Brazilian Film Festival

O filme Manas, dirigido por Marianna Brennand, foi um dos grandes destaques do Los Angeles Brazilian Film Festival, encerrado na última quinta-feira (16), em Los Angeles. A produção saiu com três prêmios, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor roteiro, consolidando seu reconhecimento internacional.

Com uma abordagem sensível e visualmente marcante, Manas retrata as conexões e desafios da experiência feminina, explorando temas como identidade, afeto e pertencimento. O longa marca a estreia de Marianna Brennand na direção de um filme de ficção e vem sendo elogiado pela autenticidade do roteiro e pela intensidade das atuações. Após o reconhecimento em Los Angeles, a produção segue em circuito por outros festivais internacionais e foi escolhida para representar o Brasil na 40ª edição do Prêmio Goya, em Barcelona, na categoria de Melhor Filme Ibero-Americano.

A disputa entre “Manas” e “O Agente Secreto” nas principais premiações

O filme Manas, de Marianna Brennand, e O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho, simbolizam o novo momento do cinema brasileiro nas premiações internacionais. Enquanto o primeiro tem se destacado por sua abordagem poética e realista, além da representação da força feminina, o segundo vem conquistando atenção pelo olhar político e pela densidade narrativa. Manas já soma mais de vinte prêmios em festivais internacionais.

Por outro lado, O Agente Secreto segue uma trajetória igualmente expressiva. O longa, estrelado por Wagner Moura, recebeu os prêmios de Melhor Diretor e Melhor Ator no Festival de Cannes, além de ser apontado como o representante brasileiro na corrida pelo Oscar 2026. A presença dos dois títulos nas principais disputas do circuito internacional reforça o protagonismo do cinema nacional e evidencia a diversidade de estilos e narrativas que o Brasil tem levado ao mundo.


Marianna Brennand após ser premiada no Los Angeles Brazilian Film Festival (Foto: reprodução/Instagram/@mariannabrennand)

O que faz Manas se destacar e qual é a história do longa

Ambientado na Ilha de Marajó, no norte do Brasil, Manas narra a trajetória de Marcielle, uma menina de 13 anos que vive com os pais e os irmãos em uma comunidade ribeirinha isolada. A rotina da família é marcada pela dureza do trabalho e pelas tensões silenciosas que permeiam a casa. Marcielle observa o comportamento dos adultos e começa a questionar o papel que lhe foi imposto, especialmente após a partida da irmã mais velha, que deixa a ilha em busca de uma vida melhor. A ausência dessa irmã torna-se o ponto de partida para que a jovem enfrente o medo e a opressão que cercam seu cotidiano.

Ao longo da história, a diretora Marianna Brennand constrói uma narrativa delicada e poderosa sobre amadurecimento, afeto e resistência feminina. Através do olhar de Marcielle, o filme revela a complexa relação entre tradição e liberdade em um ambiente dominado por estruturas patriarcais. Com imagens poéticas e ritmo contemplativo, Manas mostra a luta silenciosa de uma menina que, ao tentar proteger a irmã mais nova, busca também um caminho de autonomia e dignidade em meio à vastidão da Amazônia. Com linguagem poética e olhar sensível, Manas confirma o talento de Marianna Brennand e consolida o cinema brasileiro como uma das vozes mais potentes do cenário internacional.

Filme brasileiro “Manas” é premiado no Festival de Veneza 2024

O longa-metragem brasileiro “Manas”, dirigido por Marianna Brennand, foi agraciado com o prêmio mais importante da Giornate Degli Autori, um importante amostra paralela do Festival de Veneza. A seleção oficial do evento, que inclui filmes como “Coringa: Delírio a Dois” e “Ainda Estou Aqui”, será divulgada no sábado (7).

Produção nacional “Manas” recebe prêmio em destaque

O filme que é brasileiro recebeu o prêmio GDA Director’s Award no Festival de Veneza. A mostra paralela Giornate Degli Autori é uma das mais relevantes do Festival de Veneza e concede prêmios a filmes de cineastas emergentes e inovadores. O filme ganhador recebeu 20 mil euros (cerca de R$123.000, na cotação atual) para fins de promoção e circulação. O 81° Festival Internacional de Veneza termina neste sábado, dia 7/9.

A distinção, desse  ano foi decidido  por um júri presidido pela cineasta Joanna Hogg (“The Souvenir”), dividido igualmente entre o cineasta e o distribuidor internacional, Bendita Film Sales.


Cena do filme “Manas”(foto: reprodução/Instagram/@revistaselect)

O projeto, filmado na região amazônica, narra a história de meninas e mulheres que sofrem abuso sexual na Ilha de Marajó, no Pará.

O longa foi gravado na ilha de Marajó

O longa narra a história de uma menina de 13 anos que, à medida que cresce, percebe estar presa a um ambiente abusivo.


Trailer do filme “Manas” (vídeo: reprodução/Instagram/@dirapaes)


O longa-metragem se passa na Ilha do Marajó, no Pará, e traz a atriz estreante Jamily Correa, que interpreta a menina Marcielle.

Mais cincos filmes brasileiros no festival

Além de “Manas”, há cinco outros filmes brasileiros em exibição nesta edição do festival italiano. O longa “ainda estou aqui”, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Montenegro, é uma das candidatas à premiação principal do Leão de Ouro. A obra é uma adaptação do romance homônimo de Marcelo Rubens Paiva e se concentra na personagem de Eunice, mulher do deputado Rubens Paiva cassado e assassinado durante a ditadura militar.

Na seleção Fora de Concurso, há “Apocalipse nos trópicos”, de Petra Costa, e, na mostra Horizontes Curtas, está “Minha mãe é uma vaca”, de Moara Passoni. “A exposição de Augusto Matraga”, de Roberto Santos, e “40 dias sem sol”, de João Carlos Furia, também estão em exibição. “Manas” também está confirmada para o Festival do Rio 2024.