A Conexão Mente-Cabelo: Como o Estresse Afeta Seus Fios e o Que a Tricologia Pode Fazer

Sabe aquele momento em que a vida tá corrida, as preocupações só aumentam e, de repente, você sente que seu cabelo está mais ralo ou parece que está caindo mais? Pois é, não é coisa da sua cabeça. O que sentimos por dentro afeta sim nosso corpo por fora – e o cabelo é um dos primeiros a dar sinal quando as emoções estão pegando pesado.

Falando nisso, existe até um nome pra isso: doenças psicossomáticas. Parece complicado, mas você já deve ter percebido: são problemas do corpo que têm tudo a ver com o que se passa na nossa mente e no nosso dia a dia. A tricologia, que é a área que estuda cabelo e couro cabeludo, leva essa conexão super a sério e entende que pra cuidar de verdade dos fios, tem que olhar o todo.

O “Bug” do Estresse no Seu Cabelo

Quando o estresse vira rotina, seu corpo responde com um monte de sinais – e seu cabelo é um deles. O principal vilão aí é o cortisol, famoso hormônio do estresse. E sabe o que ele faz? Nada bom pro cabelo:

– Encurta o tempo do crescimento: Ou seja, o cabelo cresce menos.

Acelera a fase da queda: Mais fios caem de uma vez.

Inflama o couro cabeludo: Fica tudo “irritado” lá em cima, e isso atrapalha ainda mais o ciclo.

Mas o papo vai além da química do corpo: sentimentos engolidos, preocupações que não saem da cabeça, tristeza, ansiedade, aquela dificuldade de colocar em palavras o que sente…

Tudo isso pode virar um “ponto de pressão” para o corpo liberar o estresse através do cabelo.


Valine Alencar (Foto: reprodução/divulgação)


Seu Cabelo Sentiu? Olha Só Alguns Sinais

Eflúvio Telógeno: Aquela queda em massa (muito fio na escova, no ralo, na mão). Muitas vezes rola depois de um baita susto, mudança de vida ou fase difícil.

Alopecia Areata: De repente aparecem falhas redondas, como se “abrissem clareiras” no couro cabeludo. Normalmente, tem fundo emocional e imunológico.

Tricotilomania: Uma vontade quase incontrolável de arrancar o próprio cabelo nos momentos de tensão.

O Ciclo Vicioso: Estresse → Queda → Mais Estresse

O problema é que quanto mais o cabelo cai, mais você se preocupa. E quanto mais se preocupa, mais ele pode cair! É um ciclo chato, que mexe com autoestima e humor. Sair dele faz toda a diferença.

Quando Procurar um Profissional

Se você está notando seu cabelo diferente, não hesite: procurar um tricologista é o caminho ideal! Antes de culpar só o estresse, o profissional vai investigar causas físicas, checar sua saúde, alimentação, hormônios e só então pensar em questões emocionais como “vilãs” do seu cabelo.

O Jeito Tricologista de Cuidar

A abordagem do tricologista é completa: une o cuidado dos fios e couro cabeludo (com loções, shampoos, vitaminas e afins) com o olhar para seu bem-estar geral. Se perceber que a questão é emocional, pode indicar psicólogo, terapias ou atividade física. É um trabalho em equipe pela sua saúde!

Conclusão: Cabelo Bonito Também Vem da Cabeça (Literalmente!)

Cuidar da mente é cuidar do cabelo – e vice-versa. Seu cabelo é quase um “termômetro” de como você está emocionalmente. E se algo não vai bem, não precisa enfrentar sozinho(a): buscar apoio de um especialista é o primeiro passo pra recuperar não só seus fios, mas também sua autoestima e bem-estar.

Seu cabelo fala muito sobre você – escute o que ele tem a dizer!


Valine Alencar (Foto: reprodução/divulgação)


Sobre mim

Sou Valine Alencar, tricologista apaixonada por saúde capilar há mais de 11 anos, com mais de 10 mil pessoas atendidas. Sou professora da Academia Brasileira de Tricologia (ABT), coordeno a expansão da ABT na América do Norte e compartilho conhecimento em cursos na Europa e no Canadá. Minha missão é unir ciência, cuidado e acolhimento para transformar cabelos e vidas – no Brasil e pelo mundo.

? Instagram: @valinealencar.tricologia
? Docente da @abt.academiadetricologia

Saiba a diferença entre a síndrome de burnon e burnout

A correria do dia a dia, diversos problemas para resolver, prazos para cumprir e ainda conciliar a vida privada, pode resultar em um estilo de vida exaustivo. Contudo, viver acelerado em tempo integral pode ser perigoso e causar doenças devido à carga de estresse constante. E tal sobrecarga crônica, é apresentada como burnon.

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Vida acelerada pode levar à exaustão e estresse (Reprodução/GettyImages/Yuri_Arcurs)


Qual a diferença entre cada síndrome?

Burnon é o termo cunhado pelos psicólogos Timo Schiele e Bert te Wildt, da clínica psicossomática em Kloster Dießen, na região próxima a Munique, que oferece tratamento a pacientes com síndrome de burnout. Cansaço, exaustão e baixo desempenho são uns dos principais sintomas de burnout.

“Ao contrário, as pessoas afetadas descrevem uma conexão demasiadamente próxima e entusiástica com seu trabalho, às vezes mais como uma super excitação. Isso fez com que surgisse a descrição da síndrome de burnon.”

Timo Schiele à DW
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Excesso de trabalho pode diminuir o desempenho e motivação do indivíduo (Reprodução/GettyImages/LuisAlvarez)


O que é burnon

Indivíduos que experimentam estresse e tensões diárias, no início começam a sentir diversos tipos de dores, no pescoço, nas costas, dor de cabeça, bruxismo, como também, podem correr o risco do aumento da pressão arterial, e consequentemente ataques cardíacos e derrames.

“Além das comorbidades psicológicas e doenças secundárias, como depressão, ansiedade ou vícios, também acreditamos que os afetados podem sofrer cada vez mais de fenômenos psicossomáticos, como pressão alta, e suas possíveis consequências” 

Schiele

Como encontrar a solução

“O primeiro passo no tratamento, como costuma ser o caso, é se tornar consciente do problema. As pessoas com síndrome de burnon com frequência aparentam estar funcionais, motivo pelo qual costumamos nos basear em relatos de familiares ou pessoas próximas. É também importante refletirmos sobre nossos próprios valores pessoais.”

Schiele

Jamais negligencie os primeiros sintomas

“Se isso se torna uma condição permanente, ficamos cada vez mais insatisfeitos. Por isso, é importante parar para perguntar a si mesmo: ‘O quão importante para mim são as coisas com as quais preencho minha vida diária? Estou usando minha energia nas áreas adequadas para mim?’ Se a resposta for negativa, é porque está na hora de mudar algo e tentar ver quais espaços pequenos somos capazes de criar, interna e externamente. Este é, com frequência, um grande passo”

Schiele
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Estresse constante é um dos fatores que afetam a saúde mental das pessoas (Reprodução/GettyImages/VioletaStoimenova)


Dessa forma, o conselho dos especialistas é, desacelerar um pouco o ritmo de vida, procurar técnicas de relaxamento como caminhadas, meditação ou algum tipo de atividade que deixe o indivíduo mais leve e calmo. O importante é estabelecer mudanças de comportamento e, caso seja necessário, buscar ajuda profissional.