Millena Brandão: saiba a causa da morte de atriz de 11 anos

Um laudo pericial divulgado na noite desta quinta-feira (24) à imprensa apontou que a menina prodígio Milena Brandão, de 11 anos, morta em 2 de maio, em São Paulo, faleceu em decorrência de um abcesso cerebral. O termo designa um tipo de infecção no cérebro (por fungo, bactéria ou outros microrganismos) que leva à inflamação, podendo gerar pus. O documento não elucidou o que ocasionou o tal abscesso.

Menina seguia a carreira artística

Millena era atriz, modelo e influenciadora com mais de 155 mil seguidores nas redes sociais. 

Ela participou como figurante das novelas  “A infância de Romeu e Julieta” e “A Caverna Encantada”, do SBT, e teve um papel de maior relevância na série “Sintonia“, da Netflix. A pequena fazia parte da Cia Artística En’cena, especializada em teatro musical.


SBT Brasil repercute morte de antiga atriz da casa (Vídeo: reprodução/YouTube/SBT News)


Millena deu entrada na UPA Maria Antonieta, em São Paulo, em 28 de abril deste ano, após sofrer dor de cabeça, cansaço e desmaio. Lá, foram realizados exames que constataram infecção na urina.

No dia seguinte, a garota experimentou uma parada cardíaca e foi encaminhada ao Hospital Geral do Grajaú, onde mais análises clínicas identificaram uma mancha no cérebro. Seu estado já era gravíssimo e ela foi sedada e entubada. 

No dia 1º, a criança sofreu múltiplas paradas cardíacas (foram cerca de 12 em uma semana, segundo o Estadão). Após constatada morte cerebral, o óbito foi confirmado às 16:55 do dia 2 de maio. A atriz deixou os pais e a irmã caçula de 2 anos.

Na época, os médicos não souberam dizer o que ocasionou a morte da menina.

Família acusa médicos de negligência

Logo após a morte de Millena, seus pais, Luiz Rodrigo Brandão e Thays Brandão, registraram o episódio como morte suspeita no 101º Distrito Policial (Jardim das Imbuias), em São Paulo. 

Segundo eles, houve culpa da equipe médica na morte da filha, já que, segundo eles, os profissionais de saúde não realizaram exames que identificassem com antecedência o abscesso cerebral e tampouco fizeram o atendimento correto para impedir sua morte.

O registro levou à abertura de uma investigação, da qual o laudo pericial divulgado ontem faz parte.

Morte de Millena Brandão chama atenção para sintomas de tumor cerebral infantil

Na última sexta-feira (2), a comoção tomou conta do país com a morte da atriz mirim Millena Brandão, de apenas 11 anos. Conhecida por seu papel em novelas infantojuvenis, Millena foi vítima de um tumor cerebral infantil agressivo, descoberto tardiamente após apresentar sintomas inicialmente confundidos com outra doença. O caso reacendeu o debate sobre os sinais silenciosos dessa condição em crianças e a urgência de um olhar mais atento por parte de pais, cuidadores e profissionais da saúde.

Sintomas que merecem atenção imediata

Embora não existam sintomas únicos, alguns sinais são considerados de alerta quando persistem por dias ou semanas. Dores de cabeça frequentes, principalmente pela manhã, vômitos em jejum, visão embaçada, alterações no equilíbrio e mudanças bruscas de comportamento podem indicar algo além de viroses comuns da infância. Em muitos casos, esses indícios acabam sendo subestimados, o que compromete o diagnóstico precoce e a chance de sucesso no tratamento.


Imagem de um diagnóstico de tumor cerebral (Foto: Reprodução/Instagram/!drginomendonza)

Além disso, é muito comum que os sintomas se intensifiquem com o tempo, o que pode confundir os responsáveis. Em bebês e crianças menores, o aumento incomum do crânio e a irritabilidade constante também podem ser sinais importantes.

Diagnóstico precoce salva vidas

Diagnosticar um tumor cerebral infantil ainda é um desafio no Brasil. A limitação de acesso a exames como ressonância magnética e a dificuldade em associar sintomas inespecíficos à doença atrasam o início do tratamento. Por isso, campanhas de conscientização e capacitação de profissionais da atenção primária são fundamentais.

O caso de Millena reforça a importância de escutar a criança, observar mudanças comportamentais e insistir na investigação médica sempre que houver persistência de sintomas incomuns, especialmente quando surgem acompanhados de sinais físicos recorrentes. O diagnóstico precoce pode ser determinante na resposta ao tratamento e na qualidade de vida da criança.