Rússia ataca região central da Ucrânia com míssil, causando dezenas de mortes

Na madrugada de hoje, um míssil russo atingiu a cidade de Poltava, na região central da Ucrânia, resultando em pelo menos 51 mortos e mais de 200 feridos. O ataque devastou uma instituição educacional e um hospital, aumentando a pressão internacional sobre Moscou.

Autoridades ucranianas classificam o ataque como “terrorismo puro”, enquanto líderes mundiais condenam a escalada de violência e discutem novas sanções contra a Rússia.


Bombardeio com drones (Vídeo:Reprodução/YouTube/CNN)

Detalhes do ataque e operações de resgate

Por volta das 2h da manhã desta quarta-feira, moradores de Poltava foram despertados por uma explosão que destruiu parcialmente um complexo educacional e um hospital adjacente. Equipes de resgate trabalharam intensamente para salvar vítimas presas nos destroços, conseguindo resgatar várias pessoas com vida. As autoridades locais declararam estado de emergência e mobilizaram todos os recursos disponíveis para atender os feridos e buscar desaparecidos.

O presidente ucraniano, Volodímir Zelensky, condenou veementemente o ataque, classificando-o como “pura maldade e terrorismo”. Ele pediu uma resposta firme da comunidade internacional contra as ações russas e ressaltou a necessidade de reforçar as defesas aéreas do país. Líderes mundiais expressaram solidariedade à Ucrânia e condenaram a escalada de violência. O governo dos Estados Unidos, por exemplo, descreveu o ataque como uma demonstração da brutalidade do presidente russo, Vladímir Putin.

Repercussão internacional e possíveis desdobramentos

A comunidade internacional reagiu com indignação ao ataque em Poltava. Líderes de diversos países condenaram a ação russa e discutem a implementação de novas sanções econômicas contra Moscou. O secretário-geral da ONU, António Guterres, convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança para abordar a escalada do conflito e buscar soluções diplomáticas.

Especialistas em relações internacionais alertam que o ataque pode intensificar ainda mais as tensões na região e levar a uma resposta militar mais contundente por parte da Ucrânia e de seus aliados ocidentais. Enquanto isso, organizações humanitárias estão mobilizadas para prestar assistência às vítimas e aos deslocados pelo conflito, que já ultrapassam milhões desde o início das hostilidades.

Estados Unidos derruba míssil dos Houthis segundos antes de atingir sua embarcação

Na noite desta terça-feira (30), a Marinha dos Estados Unidos no Mar Vermelho foi obrigada a utilizar sua “última linha de defesa” contra um ataque que chegou perto demais: o “Phalanx Close-In Weapon System” (CWIS) do “destróier Gravely” derrubou um míssil Houthi que viajava a 965 km/h, a uma distância de 1,6 km do navio.

Sobre o ataque

Na estimativa com esses números, o míssil estava à aproximadamente seis segundos de um impacto direto.

Os dados são, no entanto, aproximados. O valor de 1,6 km vem de Tom Karako, diretor do Projeto de Defesa contra Mísseis do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, que afirmou a “preocupante” distância de “1 milha [cerca de 1,6 km]“.

Na estimativa do analista Carl Schuster, ex-capitão da Marinha dos EUA, a situação foi ainda mais grave. Ele afirmou que o míssil estava a apenas quatro segundos de atingir o navio de guerra estadunidense, e que o sistema de defesa requer certa distância para funcionar efetivamente.

Os mísseis não evaporam quando destruídos, eles enviam milhares de fragmentos e peças da estrutura dos mísseis,” disse Schuster.

É o primeiro ataque do grupo Houthis a chegar tão perto de atingir as embarcações dos Estados Unidos. Já foram atacados mais de 30 navios comerciais desde novembro de 2023, e tudo indica que devem continuar os ataques, mesmo com a pressão dos EUA e do Reino Unido.


Canal de Suez, utilizado para o comércio global (Foto: reprodução/g1/Kayan Albertin)


Mísseis de ataque e defesa

A Marinha dos Estados Unidos ainda não divulgou porque teve que utilizar o sistema de defesa Phalanx, um armamento limitado e emergencial que foi introduzido em 1980, mas a conclusão é simples. Os mecanismos antes desta “última linha de defesa“, os mísseis de longo alcance, falharam.

De todas as formas de defesa bélica – de armadura reforçada até camuflagem – uma das mais comuns na era contemporânea são os sistemas automáticos de intercepção. Primeiro, os sensores detectam projéteis de tamanho suficiente e com velocidade perigosa. Então, os computadores utilizam a posição e velocidade detectada para calcular a trajetória dos mísseis. Finalmente, é acionado o sistema de intercepção, que lança mísseis de defesa em trajetórias correspondentes que colidem com o ataque iminente.

Tudo isso ocorre em uma questão de milissegundos.

Trata-se da mesma lógica utilizada por Israel em conter mísseis disparados pelo grupo Hamas no início do conflito – e tanto naquele incidente como neste, demonstra-se a falha em contar absolutamente com tais redes de defesa. Com certa frequência, elas acabam falhando, e deixam mísseis passar.

Quando isso ocorreu, o Gravely acionou o Phalanx, que não é um sistema automático de mísseis, mas sim de metralhadores Gatling. Com aproximadamente 75 tiros de 20 milímetros por segundo cada, o poder destrutivo foi suficiente para lidar com o míssel Houthi, mas o fato de que tiveram de ser utilizadas é preocupante. Seu alcance é muito menor, e por isso a própria fabricante Raytheon intitula o mecanismo como a “última linha de defesa“: se tudo está correndo bem, ele não precisa sequer ser utilizado.

Resposta dos Estados Unidos

O Comando Central dos EUA já afirmou, uma dia após esse ataque ao USS Gravely, que outro destróier, USS Carney, também teve de abater mísseis anti-navio e drones. Mas isso não significa que estão vencendo o conflito.

Os Houthis são um grupo que tanto o presidente americano Joe Biden quanto o governo do Iêmen – território onde realizam suas operações – considera como terrorista. Na geopolítica internacional, no entanto, são considerados de forma diferente do grupo Hamas.

Em primeiro lugar, porque suas ações não contestam um território de valor religioso, mas deliberadamente servem para interromper o fluxo comercial no Canal de Suez do Mar Vermelho, diretamente influenciando o mundo inteiro. E em segundo lugar, por causa de suas ligações com o Irã.

Ao que tudo indica, o grupo Houthis tem o suporte de Teerã: no dia 16, os Estados Unidos já anunciaram que haviam capturado um navio iraniano transportando “ajuda letal” para os Houthis, e há muito os dois vêm sido ligados. Muito provavelmente, qualquer resposta em que Joe Biden decida deve ter como alvo os vários grupos terroristas que o Irã vem financiando, o que poderá novamente expandir a escala da guerra.