Diretor da OMS alerta que a mpox não será a ‘nova covid’

Nesta terça-feira, (20), a OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou que a mpox não é uma nova Covid-19. A declaração foi feita pelo diretor da OMS na Europa, Hans Kluge.

O diretor da OMS na Europa revela que “a mpox não é a nova Covid. Seja o clado 1 da mpox, que originou a epidemia atual na África central e oriental, ou o clado 2, que originou a epidemia de 2022 no mundo”.

O escritório da OMS na Europa afirma que não existe até o momento um registro de transmissão da variante da mpox, clado 1b, entre humanos e animais. Segundo o que aponta informações, a clado 1b somente é transmitido entre os seres humanos.


Um dos sintomas mais conhecidos da mpox é as feridas na pele (Foto: reprodução/Ernesto Benavides/AFP/Getty Images Embed)


Tipos de variantes da mpox

As variantes da mpox são chamadas de clado, isto é um termo técnico para diferenciar as variantes do vírus. O clado tem origem no grupo de organismo com ancestral, parecido com o da mpox.

Os casos de clado 1 da mpox, tem geralmente uma gravidade moderado ou severa, e a taxa de transmissão é de 7,5% a 12,3%. E a taxa de mortalidade da clado 1 é de 10,6%. Vale ressaltar que a clado 1 se divide em clado 1a e clado 1b, essas variantes são as que tem causado um grande surto na África.

Também temos a clado 2, que geralmente tem casos leves e moderadas, tem uma taxa de transmissão bem baixa comparada com a clado 1, neste caso a clado 2 registra 0 a 3,3% de transmissão. E a mortalidade é relativamente baixa, com 1 a 6%. A clado 2a e 2b foi as variantes que provocaram o surto em 2022, em vários lugares do mundo.

O que é o vírus mpox?

A mpox foi descoberta em 1958, inclusive a primeira vez que foi detectado foi entres macacos em um laboratório. Neste vírus tem registrado a maioria de seus casos na África; países como Congo, Gabão e Gana já registraram surtos por conta do vírus.

Este vírus de DNA são os maiores e mais resistentes, isso porque o DNA envia comandos para que o vírus entre nas células, isso acaba causando infecções e outros sintomas como feridas na pele, calafrios, dores no corpo dentre outros.

Não há detecção de nova cepa da mpox no Brasil, diz Ministra da Saúde

Não há detecção da doença em território nacional com essa nova cepa”, afirma Nísia Trindade, Ministra da Saúde, nesta quinta-feira (15), sobre mpox. A declaração foi feita durante a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE-Mpox), responsável pelo centro de monitoramento e combate à doença. Segundo a ministra, o Brasil está no nível 1 da emergência com o vírus. 

Qual variante predomina no Brasil?

Desde que foi declarada a situação de emergência internacional em 2022, o Brasil registrou casos somente com a cepa 2. Não há detecção, até o momento, da nova variante do vírus, denominada 1B, em território nacional.

Ontem (14), a OMS anunciou que a mpox se tornou uma emergência de saúde pública, de interesse global. A nova variante do vírus se propagou rapidamente por 13 países africanos, sendo considerada a mais perigosa até o momento. Hoje (15), a Suécia confirmou o primeiro caso da variante 1 fora da África. Esse subtipo também é transmitido por relações sexuais.

Em 2024, no Brasil, foram notificados 709 casos de mpox e 16 mortes. A fim de prevenir novos problemas na saúde pública, o Ministério da Saúde convocou uma reunião para discutir o caso.


Primeiro caso da nova variante fora da África (Vídeo: reprodução/YouTube/Jornal da Band)

O primeiro caso foi registrado na cidade de São Paulo em 2022. Do início da epidemia até 2024, o Brasil registrou 12.215 casos da doença. O último registro de morte por mpox aconteceu em abril deste ano.

Sintomas da mpox

A mpox gera lesões agudas e com secreção, além de vesículas em diferentes áreas do corpo, concentradas especialmente nas genitais e na boca. O paciente também pode apresentar dores de cabeça e calafrios, assim como febre, dores no corpo, fraqueza e ínguas.

O COE-Mpox é responsável por intensificar a vigilância e controle da doença em território nacional, além de monitorar a situação epidemiológica do vírus, como medidas de orientação aos viajantes e coordenação de ações e respostas de combate.

Vacinas em breve

O Ministério da Saúde também está em negociação com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para a aquisição emergencial de 25 mil doses de vacinas contra a doença. O grupo prioritário para a imunização são pessoas com HIV/AIDS e profissionais de laboratório.

Segundo um relatório técnico, as infecções estão concentradas em homens, sendo estes 98% dos pacientes e pessoas portadoras do vírus HIV. 

Transmissão e prevenção

Inicialmente chamada de varíola dos macacos e monkeypox (atualmente mpox), o vírus é transmitido por contato direto, pessoa a pessoa. Ou seja, o contato com a pele ou secreções do doente e a exposição prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias, podem infectar o indivíduo.

Crianças são mais propensas a sinais e sintomas mais graves da doença em comparação a adolescentes e adultos. Qualquer pessoa que tenha contato físico com alguém infectado está em risco. 

O agravante da doença na infância se dá pela fase de desenvolvimento característica da idade; o sistema imunológico, ainda imaturo, pode ter dificuldade para combater o vírus, agravando o quadro. O ideal é proteger as crianças do contato com pessoas suspeitas ou confirmadas para mpox. A higienização das mãos e a adesão à vacinação contra a doença também são medidas essenciais de combate ao vírus. 

Suécia confirma o primeiro caso de mpox do tipo mais severo

Nesta quinta-feira (15), a Suécia confirmou o primeiro caso de uma variante mais severa de mpox, doença classificada como “emergência de saúde internacional” pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Tivemos a confirmação durante a tarde de que temos um caso na Suécia do tipo mais grave de mpox, aquele chamado Clado 1”, disse Jakob Forssmed, ministro da Saúde do país, em uma entrevista coletiva.

Segundo o ministro, o paciente contraiu a infecção durante uma viagem à África e teve o diagnóstico confirmado após retornar à Suécia, onde está recebendo tratamento médico.“É o primeiro caso causado pelo Clade I a ser diagnosticado fora do continente africano”, informou Saúde Pública da Suécia.

“É provável que nos próximos dias e semanas sejam registrados outros casos importados do clado 1 na região europeia” referindo-se à nova variante da mpox, anteriormente conhecida como “varíola dos macacos”. Divulgou a Organização Mundial da Saúde.


Mpox, anteriormente conhecido como “varíola dos macacos” (reprodução/Getty Images News/Getty Images embed)


O que é Clado 1

Clado é um termo técnico empregado para diferenciar as diversas variantes do vírus. Clado 1 é um grupo genético de coronavírus que causa a mpox (varíola dos macacos). Clados são categorias que classificam organismos com base em suas relações evolutivas. Esse reconhecimento é importante para o monitoramento de surtos e o desenvolvimento de vacinas e tratamentos.

A “MPOX” era chamada anteriormente de “varíola dos macacos”. No entanto, o surto da doença não está relacionado aos primatas, pois todas as transmissões identificadas foram atribuídas ao contágio entre pessoas. A mudança foi implementada para evitar estigmatização e melhorar a precisão no diagnóstico da doença.

Tratamento

A condição é grave e não possui um tratamento específico. A cura está diretamente ligada à forma clínica apresentada. O tratamento consiste apenas em fornecer medicamentos que aliviem a coceira e a dor, focando no alívio dos sintomas. É importante seguir as orientações de serviços de saúde para manejo adequado.