Agronegócio mundial enfrenta ameaças devido a eventos climáticos extremos

O agronegócio brasileiro, um dos pilares da economia nacional, está sofrendo com as mudanças climáticas, secas severas, ondas de calor intensas e enchentes devastadoras que estão deixando um rastro de prejuízos bilionários. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estima que, nos últimos 30 anos, o mundo perdeu cerca de US$ 3,8 trilhões em produção agrícola e pecuária por conta dessas catástrofes climáticas. No Brasil, esses impactos estão cada vez mais visíveis, afetando não só a produção, mas também a segurança alimentar e a economia do país.

Incêndios criminosos e desmatamento

Além das perdas financeiras, o agronegócio enfrenta críticas por sua contribuição ao agravamento das mudanças climáticas. No Brasil, incêndios criminosos, muitas vezes associados a práticas agrícolas, têm sido apontados como ações coordenadas que intensificam o desmatamento e, consequentemente, aumentam as emissões de gases de efeito estufa. Esses incêndios não estão só destruindo ecossistemas, mas também causam os eventos climáticos extremos, criando um ciclo de destruição ambiental e prejuízos econômicos.

Com as mudanças no clima afetando a agropecuária, os preços de diversos itens e comidas acabam aumentando e afetando o bolso dos brasileiros. Diante desse cenário, a adaptação a eventos climáticos extremos é essencial para manter o funcionamento do agronegócio a longo prazo. Pesquisadores e especialistas defendem a implementação de estratégias colaborativas que possam minimizar os impactos climáticos na produção agrícola. Suely Araújo, coordenadora de Políticas Públicas do Observatório do Clima, destaca a importância de adotar práticas agrícolas de baixo carbono, como plantio direto, rotação de pastagens e integração lavoura-pecuária-floresta, como formas de mitigar os efeitos das mudanças climáticas.


A agropecuária terá que se reinventar diante das mudanças climáticas (Foto: reprodução/fotokostic/Istock)

Necessidade de adaptação e sustentabilidade

O futuro do agronegócio depende de sua capacidade de inovação e adaptação às mudanças climáticas. Segundo Felippe Serigati, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro), embora as mudanças no clima ainda não tenham causado uma queda na produção agrícola mundial, elas já estão afetando a qualidade agrícola de diversas regiões. Algumas áreas terão que se adaptar, cultivando novos tipos de alimentos para garantir a viabilidade econômica e o abastecimento das populações.

“Essas tecnologias já estão disponíveis aqui no Brasil. O nosso desafio, em geral, não é desenvolvê-las, mas sim disseminá-las. Seca, excesso de chuva, geada, não escolhe o tamanho da propriedade, não escolhe se é pequeno, grande ou médio produtor. O que vai diferenciar, por exemplo, é o tipo de tecnologia que aquele produtor consegue adotar”, afirma Serigati.

Essa realidade global mostra a necessidade de tecnologias avançadas que ajudem o agronegócio a se adaptar às novas condições climáticas. A agropecuária, sendo uma grande indústria a céu aberto, é bastante vulnerável aos eventos climáticos extremos e precisaria de uma atenção especial nos próximos anos.

Enchentes no Afeganistão tem números elevados de vítimas, segundo relatório da ONU

A região do Afeganistão está sofrendo com chuvas sazonais com índices pluviométricos acima da média para o mês de abril. Segundo o relatório das unidade da ONU que trabalham na área, o número de mortos decorrente das enchentes chegam a mais de trezentos.

O norte afegão é a área mais afetada

As províncias ao norte do país foram as mais impactadas pelas enchentes das últimas semanas, principalmente Baghlan e na vizinha Takhar, segundo os meios de comunicação oficiais foram cerca de 20 mortos. Zabihullah Mujahid, porta-voz do governo Talibã definiu como “extensa devastação” e também pontou sobre as perdas financeiras em seu perfil no X ( nome atual da rede social Twitter). Também falou dos esforços estatais para socorro das vítimas.


Criança afegã tira lama de sua casa Foto: AFP

Medidas do governo Talibã

Neste sábado ( dia 11), o Ministério da defesa emitiu um comunicado sobra a ação da força aérea nessas regiões para retirada de sobreviventes, resgate de pessoas em áreas inundadas e transporte de feridos. Em abril, o relatório de vítimas contava com 70 mortes causadas pelas chuvas, além dos estragos em construções contabilizando cerca de 2000 casas, quatro escolas e três mesquitas danificadas pela ação das enchentes.

A necessidade de ajuda imediata e medidas preventivas

As mudanças climáticas mundiais acendem um alerta para áreas com condições mais precárias e de guerra como o Oriente Médio. O relator especial da ONU, Richard Bennett, disse também na rede social X que a situação atual é um lembrete claro que o governo talibã não está preparado o suficiente para enfrentar tragédias naturais como a atual.

Também apontou a necessidade de ajuda imediata às vítimas e planejamento a longo prazo para essas ocorrências, não só por parte do governo estabelecido como também de intervenientes internacionais. O programa mundial de alimentos já trabalha na área com a distribuição de alimentos para a população afetada.