Nesta quarta-feira (02) Miguel Castro Freitas fez sua estreia na Mugler, durante a Paris Fashion Week o estilista que teve como desafio manter a marca no imaginário pop. E ao que parece, se saiu muito bem, com seu antecessor deixando a marca em um estilo mais street, acessível e pop, Castro agora propõe um caminho diferente, construções mais rigorosas e marcadas, mas ainda com o glamour pop teatral da marca.
A coleção nova da Mugler
Miguel Castro Freitas é um estilista portugues que tem em seu currículo passagens pela Dior de John Galliano e na Yves Saint Laurent de Stefano Pilati. Miguel é conhecido pela sua estética de misturar a moda e a performance, sua estética mistura a teatralidade e o corpo como centro da narrativa, e é isso que o estilista trouxe para Mugler.
A marca que tem como seu DNA o futurismo, a elegancia misteriosa, seguindo uma estética femme fatale, a marca foi responsável por introduzir materias como o couro e o latex no mainstream dos anos 70. A marca foi uma das precursoras do naked dress e remeteram ao figurino das showgirls dos anos 30, mas apesar de se inspirar nisso, seu fundador, Thierry Mugler, evidenciava em suas criações silhuetas bodycon, que marcavam bem o corpo e tinham recortes generosos.
Coleção Mugler primavera/verão 1997 (Foto: Reprodução/ Getty Imagens Embed/Thierry Orban)
A coleção intitulada de “Aphrodite Stardust” (poeira estelar de Afrodite), trouxe referências do passado da casa , blusas e saias adornadas com penas, conjuntos de blazers e jaquetas com saias-lápis, muita alfaiataria e látex, com silhuetas marcada, ombros e quadris estruturadas, com cinturas finas, evidenciando as silhuetas em formato de ampulheta, trazendo o perfume fetichista característico da marca.
Visuais marcantes
Segundo o próprio estilista a coleção tem: “Tem uma expressão bem única, no sentido que vai fazer parte de uma trilogia de clichês glorificados (…), pois a Mugler está muito conectada a isso”. Freitas ainda falou o que planejava para essa coleção: “No início dessa jornada, eu quis ser quase arqueológico – essa descoberta dos códigos da casa cavando nos arquivos”.
Além das penas nas roupas que referenciar o icônico vestido “la borboleta” da coleção de 97, nesta coleção a Mugler surge com a sensualidade em volumes contratantes.
Camisa de penas, Mugler primavera/verão 2026 (Foto: Reprodução/ Getty Imagens Embed/ Victor Virgile)
Algumas peças eram compostas por franjas que mostravam o corpo com o movimento do andar, uma versão moderna influenciada pelas showgirls dos anos 30.
Vestido de franjas Mugler primavera/verão 2026 (Foto:Reprodução/ Getty Imagens Embed/ Victor Virgile)
Bodies de pedraria e vestidos slip dress que eram sustentados por piercings nos mamilos foram outro ponto alto do desfile.
Slip Dress Mugler primavera/verão 2026 (Foto: Reprodução/ Getty Imagens Embed/ Peter White)
A coleção mostra que a nova era da Mugler, não vem menos autoconfiante – menos colorida com certeza – mas com a certeza de sua sexualidade e aproximando mais das festas do dia a dia do que do glamour dos palcos do show business.
