Na última quinta-feira (18), Boninho foi o convidado da vez para ser entrevistado por Danilo Gentili, em seu programa The Noite. Durante a conversa, Boninho falou abertamente sobre um dos grandes momentos de tensão da sua carreira televisiva, incluindo sua rivalidade histórica com Silvio Santos no começo dos anos 2000. O diretor conta que ficou revoltado ao ver o SBT lançar de surpresa o reality Casa dos Artistas, justamente durante a estreia do seu primeiro projeto do gênero, o No Limite.
No bate-papo, Boninho revisitou momentos marcantes da sua trajetória profissional, e explicou o porquê da decisão do apresentador e empresário o afetar de forma tão intensa. Segundo ele, a estreia inesperada do reality concorrente foi vista como uma jogada agressiva num momento onde ele dava seus primeiros passos no formato que viria a marcar sua carreira pra sempre.
A estreia de No Limite e a concorrência
Exibido pela TV Globo em 2000, No Limite foi um reality que marcou a estreia do Boninho no formato, e foi considerando um projeto ousado para a época. Inspirado em formatos internacionais como o Survivor, o programa apostava em provas físicas, resistência emocional e os extremos da convivência, aspecto que não era explorado na televisão brasileira do momento.
Entrevista completa com Boninho no The Noite (Vídeo: reprodução/Youtube/@TheNoite)
Cerca de um ano depois, o SBT surpreenderia o mercado ao estrear o Casa dos Artistas, um reality de confinamento que passou a disputar diretamente a audiência com a Globo. De acordo com Boninho, o que realmente o incomodou foi o fato do lançamento ter sido tão secreto: “Do jeito que ele fez, foi muito doido. Não contou pra ninguém, ninguém sabia”. Agora rindo do acontecimento, o diretor confessa que ficou estressado e furioso com aquilo.
O fenômeno Casa dos Artistas e seus desdobramentos
Apesar da revolta inicial, Boninho reconhece que Casa dos Artistas se tornou um fenômeno de audiência. Lançado em 2001, o reality alcançou médias superiores a 25 pontos no Ibope e teve uma final histórica, que chegou a registrar 46 pontos, consolidando-se como um dos maiores sucessos do SBT naquele período e até hoje marcando história como um dos maiores realities brasileiros.
O programa também foi responsável por revelar nomes como Supla, Bárbara Paz e Alexandre Frota. Boninho também comentou que, apesar de já conhecer o formato do Big Brother holandês, tinha dúvidas sobre sua viabilidade no Brasil naquele momento. “Eu achava muito difícil de produzir. Já o No Limite foi genial, uma experiência maluquíssima”, avaliou.
Anos depois, o próprio Boninho se tornaria o principal nome por trás do Big Brother Brasil, consolidando sua trajetória como referência no gênero. Ao relembrar o episódio envolvendo Silvio Santos, o diretor reforçou que, apesar da tensão inicial, o embate acabou sendo um marco importante na história dos realities no país, abrindo caminho para a consolidação do formato na televisão brasileira.
Atualmente, Boninho se prepara para seguir sua jornada de realities na Record com a direção do Casa do Patrão, após sair da Globo em 2024. O novo programa tem a proposta de girar em torno de uma relação hierárquica, onde os participantes batalharão pelo posto de Patrão frequentemente – e ganharão privilégios e poder sob os outros neste cargo, definindo tarefas e até punições
