Casos de nova variante da Covid-19 foram detectados no Rio de Janeiro

Desde o fim da emergência por Covid-19, o monitoramento do vírus SARS-CoV-2 continua e ainda existem casos da doença em todo o mundo, menos letais com a disponibilidade da vacinação. Recentemente foi descoberta uma subvariante da Ômicron, batizada de XEC. Casos dessa nova variante foram identificados nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Foram duas pessoas infectadas na cidade do Rio de Janeiro, ambas não estiveram no exterior recentemente.

Os riscos da variante

A nova variante é uma combinação de duas cepas da variante Ômicron. Esse tipo de situação ocorre quando uma pessoa é infectada por duas linhagens ao mesmo tempo, o que pode criar uma fusão dos genes do vírus.  

Os sintomas são semelhantes aos já relacionados a Covid-19, geralmente sintomas gripais como tosse, dores de garganta, dores no corpo, febre, fadiga e, em alguns casos, perda do olfato. Os dois pacientes infectados no Rio de Janeiro se recuperaram apenas com sintomas leves.


Cuidados são essenciais para evitar infecção com o vírus (Reprodução/ X/ @babadofamososrj)

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, não houve alta nos casos da doença na cidade, porém é indicado que seja feita a testagem ao notar sintomas gripais, além de redobrar os cuidados com a higiene. A vacinação é indicada até mesmo para jovens e adolescentes.

O que dizem as autoridades

As autoridades de saúde ainda estão monitorando a situação. A nova variante começou a ser detectada entre junho e julho de 2024 e atinge 35 países. A Organização Mundial de Saúde (OMS) está monitorando a evolução dos casos, mas não há nenhum indicativo de que possa haver risco de uma nova emergência. Em outros países foi identificada uma transmissibilidade maior por parte da nova variante, mas ainda faltam análises mais profundas sobre como ela irá se comportar no Brasil. As condições e o quadro de imunização da população podem variar de país para país.

Não há detecção de nova cepa da mpox no Brasil, diz Ministra da Saúde

Não há detecção da doença em território nacional com essa nova cepa”, afirma Nísia Trindade, Ministra da Saúde, nesta quinta-feira (15), sobre mpox. A declaração foi feita durante a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE-Mpox), responsável pelo centro de monitoramento e combate à doença. Segundo a ministra, o Brasil está no nível 1 da emergência com o vírus. 

Qual variante predomina no Brasil?

Desde que foi declarada a situação de emergência internacional em 2022, o Brasil registrou casos somente com a cepa 2. Não há detecção, até o momento, da nova variante do vírus, denominada 1B, em território nacional.

Ontem (14), a OMS anunciou que a mpox se tornou uma emergência de saúde pública, de interesse global. A nova variante do vírus se propagou rapidamente por 13 países africanos, sendo considerada a mais perigosa até o momento. Hoje (15), a Suécia confirmou o primeiro caso da variante 1 fora da África. Esse subtipo também é transmitido por relações sexuais.

Em 2024, no Brasil, foram notificados 709 casos de mpox e 16 mortes. A fim de prevenir novos problemas na saúde pública, o Ministério da Saúde convocou uma reunião para discutir o caso.


Primeiro caso da nova variante fora da África (Vídeo: reprodução/YouTube/Jornal da Band)

O primeiro caso foi registrado na cidade de São Paulo em 2022. Do início da epidemia até 2024, o Brasil registrou 12.215 casos da doença. O último registro de morte por mpox aconteceu em abril deste ano.

Sintomas da mpox

A mpox gera lesões agudas e com secreção, além de vesículas em diferentes áreas do corpo, concentradas especialmente nas genitais e na boca. O paciente também pode apresentar dores de cabeça e calafrios, assim como febre, dores no corpo, fraqueza e ínguas.

O COE-Mpox é responsável por intensificar a vigilância e controle da doença em território nacional, além de monitorar a situação epidemiológica do vírus, como medidas de orientação aos viajantes e coordenação de ações e respostas de combate.

Vacinas em breve

O Ministério da Saúde também está em negociação com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para a aquisição emergencial de 25 mil doses de vacinas contra a doença. O grupo prioritário para a imunização são pessoas com HIV/AIDS e profissionais de laboratório.

Segundo um relatório técnico, as infecções estão concentradas em homens, sendo estes 98% dos pacientes e pessoas portadoras do vírus HIV. 

Transmissão e prevenção

Inicialmente chamada de varíola dos macacos e monkeypox (atualmente mpox), o vírus é transmitido por contato direto, pessoa a pessoa. Ou seja, o contato com a pele ou secreções do doente e a exposição prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias, podem infectar o indivíduo.

Crianças são mais propensas a sinais e sintomas mais graves da doença em comparação a adolescentes e adultos. Qualquer pessoa que tenha contato físico com alguém infectado está em risco. 

O agravante da doença na infância se dá pela fase de desenvolvimento característica da idade; o sistema imunológico, ainda imaturo, pode ter dificuldade para combater o vírus, agravando o quadro. O ideal é proteger as crianças do contato com pessoas suspeitas ou confirmadas para mpox. A higienização das mãos e a adesão à vacinação contra a doença também são medidas essenciais de combate ao vírus.