Nvidia lança superchip Blackwell para IA generativa em tempo real

A Nvidia fez um anúncio importante durante o final do primeiro dia de sua conferência anual. A empresa anunciou o lançamento de sua nova tecnologia de chip, que será chamada de Blackwell. Essa tecnologia possibilitará o uso de inteligência artificial generativa em tempo real, com uma eficiência maior do que seus antecessores. Além disso, a empresa revelou que a estreia do superchip será no Nvidia GB200 Grace Blackwell.

Blackwell trará seis tecnologias voltadas para computação acelerada

A Blackwell trará seis tecnologias voltadas para computação acelerada. Ela espera que essas tecnologias sustentem o progresso no processamento de dados, automação, computação quântica, IA generativa, design de medicamentos e algumas outras áreas que a empresa considera como “oportunidades emergentes da indústria”.


Vista exterior da sede da NVídia, na Califórnia (Foto: reprodução/Justin Sullivan/Getty Images Embed)


O lado financeiro e ecológico da tecnologia pode ser um dos principais benefícios, com a Nvidia afirmando que a Blackwell pode operar com 25 vezes menos custos e consumo de energia do que sua arquitetura antecessora.

A IA generativa é a tecnologia que define o nosso tempo. A Blackwell é o motor que impulsiona esta nova revolução industrial. Trabalhando com as empresas mais dinâmicas do mundo, concretizaremos a promessa da IA para todos os setores”.

Fundador e CEO da NVIDIA, Jensen Huang

Entre as empresas que devem adotar a nova tecnologia estão gigantes como Amazon Web Services, Dell Technologies, Google, Meta, Microsoft, OpenAI, Oracle, Tesla e xAI.

Chip possui 208 bilhões de transistores

Sobre as especificações do chip GB200, ele possui 208 bilhões de transistores, equivalendo a mais que o dobro dos H100, o qual é da geração anterior. Um método utilizado para alcançar esses números foi a interligação de dois chips que trabalham conjuntamente, já que não foi possível fabricar um único processador com essa quantidade de transistores.

Agora, com o anúncio oficial, não devemos demorar a ver os benefícios diretos da tecnologia nas gigantes de informática. Além disso, não deverá demorar muito para que essa tecnologia chegue às mãos do público consumidor comum, como já ocorreu em gerações anteriores.

Nvidia apresentará uma prévia de novos chips de IA na próxima segunda-feira

Jensen Huang, presidente executivo da Nvidia, irá introduzir ao público uma prévia de novos chipsets para inteligência artificial. Programada para a próxima segunda-feira (18), a apresentação será realizada no Vale do Silício e contará com outros produtos da marca. 

O evento faz parte da conferência anual de desenvolvedores da empresa, sendo a primeira que será feita presencialmente depois da pandemia de Covid. Referência em fabricação de placas de vídeo e atualmente no segmento de inteligência artificial, a Nvidia estima que 16 mil pessoas participem  da conferência, quase o dobro da última edição realizada em 2019.

Nvidia versus Apple na disputa por lucratividade

A gigante das GPUs tem crescido cada vez mais. No final de fevereiro, por exemplo, estava avaliada em mais de US$ 2 trilhões e se aproximando ainda mais da marca de Apple. A diferença entre elas é de apenas 400 bilhões. Ambas ficam atrás da Microsoft, líder do mercado de ações na Wall Street. 

Muito desse aumento é atribuído aos chips já comercializados para IA e computação em geral, mas podem aumentar drasticamente ainda neste ano. Segundo especialistas, há uma expectativa de crescimento de 81%, algo na casa dos US$ 110 bilhões, se as empresas terceiras investirem em chipsets para conduzir bots de conversa, geradores de imagens e outros sistemas que utilizam inteligência artificial como função principal. 


CUDA é uma das novas tecnologias que devem ter novidades no evento (Reprodução/Nvidia)

Entretanto, há uma preocupação quanto à sustentabilidade desse aumento ao longo do tempo. De acordo com Stacy Rasgon, analista na empresa de finanças Bernstein, o crescimento gradual é preocupante e levanta questões sobre a capacidade da Nvidia de mantê-lo. Se houver lançamentos constantes, pode ser que isso seja possível. “Quanto mais novos produtos forem lançados com maior desempenho e preços mais altos, maior será a margem de manobra”, defendeu. 

China está receosa quanto à defasagem de chipsets

A Huawei, multinacional sediada na China e provedora de equipamentos de rede e eletrônicos, desbancou a Nvidia em solo chinês em 2020. Por conta do corte que Washington realizou com a China, ao dificultar que chipsets da Nvidia fossem vendidos no território, não há notícia de novos chips equivalentes ao H100 lançado em 2022. 

Com o lançamento de um novo hardware da Nvidia, o possível B100, a China pode ficar ainda mais para trás na competição por chips de IA. 

Novas atualizações quanto à plataforma CUDA, arquitetura responsável para ampliar performance, deve ser apresentada também no evento da próxima semana.

Nvidia é processada por violação de direitos autorais em tecnologia de IA

Nesta última sexta-feira (8), a multinacional de tecnologia, Nvidia, foi processada por violação de direitos autorais por três autores norte-americanos, cujas obras foram utilizadas sem permissão para treinar a framework de inteligência artificial NeMo, que suporta a performance de modelos como o GPT-3 e Stable Diffusion.

De acordo com a ação judicial, os seus livros teriam sido utilizados em uma base de dados utilizada para o treinamento da IA – esta base contendo um total de 196.640 livros – de forma que o algoritmo aprendesse a emular a escrita humana. Três autores já haviam reclamado do uso sem permissão de suas obras, e em outubro do ano passado, a empresa retirou do ar esse conjunto de dados “devido a denúncia de violação de direitos autorais”.

Com isso, foi possível argumentar que a empresa de tecnologia teria utilizado conscientemente de material com direitos autorais, e sem permissão, durante os últimos três anos. É o que ocorreu na última semana no tribunal federal de São Francisco, com um processo que traz à tona questões éticas sobre o modo de desenvolvimento das inteligências artificiais.


Sede da Nvidia em Califórnia (Foto: reprodução/NVIDIA/Reuters)

Autores

Os autores que iniciaram o processo contra a Nvidia são:

  • Brian Keene, autor de Ghost Walk (2008);
  • Abdi Nazemian, autor de Like a Love Story (2019);
  • Stewart O’Nan, autor de Last Night at the Lobster (2007).

No entanto, alegadamente não são os únicos a terem suas obras utilizadas para ‘alimentar’ as inteligências artificiais sem permissão, e o resulto do processo judicial poderia, argumentam, ajudar a trazer justiça para outros que também tiveram seu trabalho explorado sem permissão durante o desenvolvimento da IA NeMo.

Ética da IA

A Nvidia ainda não chegou a comentar sobre o caso, e os advogados dos autores não divulgaram mais informações. É uma situação que reflete os processos já ocorridos contra a OpenAI e a Microsoft, por conta de violações similares encontradas no ChatGPT.

O principal ponto de controvérsia fica claro ao notar alguns pontos essenciais. Em primeiro lugar, a IA depende de uma base de dados para dar início ao seu aprendizado, e emular um trabalho necessariamente alheio.

Em segundo lugar, após o algoritmo aprender a escrever de forma coerente, é possível às vezes notar um certo ‘plágio suave’, com a cópia de estilos usados na base de dados, uma consequência natural do processo de treinamento.

Em terceiro lugar, o programa pode então ser vendido por uso (com tokens pagos), gerando um lucro que utilizou o trabalho do artista, mas que nunca o recompensa.

Construção e lucros

A construção de uma inteligência artificial naturalmente é uma mistura de toda a base de dados utilizada, mas frequentemente é tratada como uma entidade por si só, sem atribuir o devido crédito aos que providenciaram os dados. Por conta do boom da IA, nota-se que a Nvidia tem aumentado muito os lucros, chegando com a valorização da empresa até a casa dos US$ 2 trilhões, perto de passar a Apple.

NVIDIA inicia testes de dois novos chips para inteligência artificial na China

A NVIDIA, empresa americana de unidade de processamento gráfico e inteligência artificial, começa a disponibilizar dois de seus novos chips voltados à IA em território chinês. A declaração partiu de Jensen Huang, presidente-executivo da marca, para a agência de notícias Reuters, na última quarta-feira (21), após divulgação de resultados trimestrais.

A contrapartida de aquecer o mercado asiático surge da dificuldade imposta pelas delimitações de exportações dos Estados Unidos. Washington aumentou o controle de exportação da big tech ao país oriental, principalmente de hardware de construção avançado.

Chips focados para inteligência artificial

Segundo boletim da SemiAnalysis divulgado em novembro, empresa especializada em IA, três dos novos chipsets NVIDIA eram especificados para inteligência artificial, sendo eles H20, L20 e L2. Ambos deveriam circular na China, mas ainda não foi confirmado. 

Além disso, têm como característica uma arquitetura de computação reduzida para suprir as restrições estabelecidas pelas leis americanas.


Presidente-executivo Jensen Huang em conferência sobre inteligência artificial (Foto: reprodução/NVIDIA)

Em relação ao primeiro chip, o H20, o valor estipulado era similar ao produto da Huawei, rival da NVIDIA. Além disso, de acordo com relato da Reuters do ano passado, o lançamento original do produto era para novembro, o que não ocorreu devido à falha para integração do chipset. 

Expectativa quanto à recepção

O presidente acredita que a baixa nas vendas acontece principalmente pela negligência da NVIDIA em apostar na China, fato que pretendem corrigir agora e que também revela certo otimismo. Segundo Huang, a empresa espera que os chips consigam atender com sucesso o mercado e que também abra possibilidade de competição.

O executivo não revelou a nomenclatura dos novos chipsets ou os clientes atendidos.

Até o dia 28 de janeiro, a NVIDIA tinha registrado U$1,9 bilhão de vendas na China, contando com Hong Kong