Mais de 10 países estão em alerta para tsunami

Um terremoto de magnitude 8,8 que atingiu a costa leste da Rússia na noite da terça-feira (29) provocou grandes ondas no oceano Pacífico. Com o grande impacto dos tremores, milhares de pessoas estão se deslocando para locais mais seguros em diversos continentes ao redor do mundo, sob alerta de tsunami.

Países atingidos

Os primeiros países a serem impactados com as grandes ondas foram a Rússia e o Japão, em seguida a costa oeste dos Estados Unidos começou a ser afetada, nos estados do Havaí, Califórnia, Oregon, Washington e Alasca. 

O Havaí foi o estado mais impactado com as ondas. O alerta para tsunamis permanece para essa terça-feira (30), com novas ondas previstas para a costa oeste. Os voos e pousos em Maui, no Havaí, foram cancelados, deixando 200 passageiros abrigados no terminal. Alerta de ondas mais severas foram emitidas do Havaí até o Oregon que posteriormente foram para a escala mais baixa de alerta. Atualmente o único estado norte-americano que ainda mantém o alerta para ondas é a Califórnia. 

Na Ásia, países como as Filipinas, Indonésia, Taiwan e Japão também foram afetados. No Japão, mais de 1,9 milhão de pessoas foram orientadas a deixarem as suas casas e se deslocarem por conta das ondas que atingem a costa norte e leste. Conforme a agência meteorológica do Japão, uma onda de tsunami de 1,3 metro de altura foi observada perto do Porto de Kuji, no nordeste do país. 

Países da américa latina também foram afetados com os tremores, o Equador, Peru, Chile, México e Panamá. A ilhas Galápagos, localizada no Equador, poderia receber uma onda de mais de 1,4 metro de altura às 19h no horário local, 12h pelo horário de Brasília. O Sistema Integrado de Alerta de Tsunami do México e da América Central também emitiu um novo alerta para tsunamis, que se estende da costa noroeste do México até o Panamá.


Edíficio é atingido por tremores de terremoto em Petropavlovsk-Kamchatsky na Rússia (Foto: reprodução/Handout/REUTERS).

Próximo ao epicentro, no distrito Severo-Kurilsk, um alerta emergencial foi emitido após ondas atingirem a costa, arrancando barcos e arrastando contêineres de armazenamento. Por conta do ocorrido, mais de 300 pessoas foram deslocadas do porto, segundo a agência estatal RIA News. Ondas de 3 a 4 metros de altura também foram registradas em outros pontos da Rússia. 

Origem das grandes ondas

O epicentro dos terremotos que deram origem às grandes ondas e alertas de tsunami no oceano pacífico fica na Península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, atingindo uma profundidade de 20,7 quilômetros segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos. 

Kamchatka está localizada em uma região chamada de “círculo de fogo do pacífico”, onde há uma intensa atividade sísmica e vulcânica de ambos os lados do pacífico. Tremores secundários de escala 5 a 6,9 foram sentidos em algumas regiões da Rússia posteriormente. 

Vulcão entra em atividade horas após terremoto na Rússia

O vulcão Klyuchevskaya Sopka, o mais alto da Eurásia com cerca de 4.750m, entrou em erupção nesta quarta-feira (30), pela manhã. O evento ocorre horas após um forte terremoto de magnitude 8,8 – uma das magnitudes mais fortes de acordo com a Escala de Richter, usada para medir forças de terremotos – atingir o extremo leste da Rússia e desencadear alertas de tsunami em regiões do Pacífico.

O forte terremoto sacudiu a península de Kamchatka, locaizada na Rússia, nesta manhã (pelo horário local) e provocou uma série de alertas de tsunami ao longo do Oceano Pacífico. Pouco depois, o vulcão localizado na Eurásia entrou em erupção de acordo com a RIA Novosti – agência estatal de notícias russa –  emitindo lava e explosões que podiam ser visíveis à distância. 

Vulcão Klyuchevskaya Sopka

Localizado na Eurásia, uma massa continental formada pelos continentes da Europa e da Ásia, o vulcão é um dos ativos mais altos do mundo, com aproximadamente 4.750 metros de altitude. De acordo com a agência RIA Novosti, a erupção começou poucas horas após o terremoto na Rússia.

Apesar da magnitude do fenômeno, turistas que estavam na área não cancelaram os passeios e não há registros de reclamações por parte dos visitantes. Ao contrário, muitos turistas demonstraram interesse em testemunhar o vulcão entrar em atividade ao vivo, segundo a RUTI (União Russa da Indústria de Viagens). As condições da região são voláteis, podendo mudar a qualquer momento sem previsão, com ventos fortes, temperaturas baixas e presença constante de neve em grandes altitudes.


Vulcão entra em erupção horas após terremoto na Rússia (Mídia: reprodução/X/@g1)


A três anos atrás, em 2022, oito pessoas morreram escalando o vulcão, em uma expedição que levava um grupo de doze pessoas, incluindo dois guias. 

Terremoto na Rússia e tsunamis no Pacífico

O terremoto de magnitude 8,8 foi registrado na Península de Kamchatka nas primeiras horas desta quarta-feira e teve profundo impacto geológico. O tremor registrado foi de 19,3km de profundidade, o que torna as condições favoráveis para um tsunami. Provocado pelo terremoto, logo em seguida ocorreu um tsunami, que desencadeou alertas em regiões do Pacífico. Contudo, parte da população foi evacuada da península e pessoas sofreram ferimentos leves. De acordo com o governo russo, um tsunami forte foi observado em Kamchatka, com ondas registradas de até 4 metros.

O fenômeno também foi registrado no Japão e no estado do Havaí. No Japão, ondas abaixo de 1 metro chegaram a atingir o norte do país e o governo prevê que elas possam chegar a altura de até 3 metros. Já no Havaí, o Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico afirmou que um tsunami atingiu o país e o governo determinou que parte da área costeira fosse evacuada.

Alertas foram sinalizados para quase toda a costa das Américas, incluindo Estados Unidos, México, Chile, Equador e Colômbia – os dois últimos determinaram a evacuação das costas e a interrupção dos serviços marítimos. Apesar de serem efeitos do terremoto na Rússia, os riscos nessas áreas são considerados menores. 

Tsunami atinge Rússia, Japão e Havaí após terremoto

Um terremoto de magnitude 8,8 sacudiu a região da Península de Kamtchatka, no leste da Rússia, na madrugada desta quarta-feira (30, horário local) e provoca tsunamis que atingiram Japão e Havaí. Com epicentro a cerca de 125 km de Petropavlovsk-Kamchatsky, o tremor teve ondas de até 4 metros e deixou a costa do Oceano Pacífico sob alerta.

Ondas gigantes e evacuações emergenciais

Na Rússia, o fenômeno causou alagamentos e prejuízos em áreas costeiras, além de ferimentos leves em moradores e danos estruturais. Vídeos compartilhados em redes sociais mostraram a água avançando sobre regiões urbanas. Em resposta, o governo iniciou evacuações nas zonas mais próximas ao mar, especialmente em Severo-Kurilsk e Petropavlovsk.


Tsunami causa ondas enormes e deixa mar agitado no Japão (Vídeo: reprodução/Instagram/@portalg1)


Já no Japão, a TV estatal NHK confirmou a chegada de ondas menores, com até 1 metro, ao norte do país, e alertou para o risco de novas elevações de até 3 metros. Usinas nucleares, como a de Fukushima, foram isoladas por precaução. O governo japonês também suspendeu parte dos trens e orientou a população a buscar áreas elevadas.

Impacto também no Havaí e Américas

O tsunami cruzou o Pacífico e chegou ao Havaí nas primeiras horas desta quarta-feira (horário local), levando as autoridades americanas a suspender voos e atividades comerciais nas áreas litorâneas. Em comunicado, o Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico informou risco de ondas destrutivas e pediu evacuação imediata de regiões costeiras.

Outros países das Américas, como México, Chile, Equador e até partes da costa oeste dos EUA, receberam alerta de risco moderado. Ainda assim, medidas de precaução foram ativadas em todo o continente.

Segundo o Serviço Geológico dos EUA (USGS), o terremoto é o mais intenso registrado na região desde 1952 e um dos seis maiores já documentados no mundo. Com profundidade de apenas 19 km, ele teve alta capacidade de provocar deslocamento de água, condição ideal para a formação de tsunamis. O episódio revive o temor global por eventos sísmicos de grande escala.

Estimativa da NASA aponta que mar pode subir 21 cm em duas cidades do Rio de Janeiro

Na última terça-feira (27), a Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um alerta específico para o Oceano Pacífico. O secretário-geral da ONU, António Guterres, divulgou um relatório que mostrou como o mar, em algumas localidades do Pacífico, subiu 15 centímetros nos últimos 30 anos. O maior foco e áreas de preocupação são as ilhas do Pacífico.

Todavia, mesmo o Brasil não sendo apontado especificamente neste relatório referente aos dados das medições recentes, duas cidades do RJ foram citadas em outro documento da Organização que reúne análises e previsões diversas sobre o impacto do aumento do nível dos mares em diferentes regiões do globo.

Cidades brasileira citadas

As cidades cariocas aparecem em um lista encontrada no documento divulgado na última segunda-feira (26) com o título: “Surging Seas in a warming world: The latest science on present-day impacts and future projections of sea-level rise” (Mares em elevação em um mundo em aquecimento: a ciência mais recente sobre os impactos atuais e as projeções futuras da elevação do nível do mar, em tradução livre). No documento é possível verificar os dados de até 2020 e a estimativa da NASA para as próximas décadas em duas localidades no Rio de Janeiro.

As cidades em questão são: o distrito de Atafona, em São João da Barra e a capital Rio de Janeiro. A estimativa divulgada é de que o nível do mar suba entre 12 cm a 21 cm até o ano de 2050, se nada for feito para retardar as mudanças climáticas.


Praia de Atafona, São João da Barra, Rio de Janeiro e as ruínas das últimas casas destruídas à beira-mar (Foto: reprodução/Mauro Pimentel/Getty Images Embed)


Aquecimento global

As previsões para o Brasil e para mundo são baseadas no cenário de aquecimento global de 3°C até o final do século. As autoridades e especialistas acreditam e buscam diminuir essa estimativa para 1,5ºC até esse período, se cumpridas as metas definidas pelo Acordo de Paris. No entanto, a própria ONU já admite que as metas de 2015 já não são mais suficientes para diminuir a rapidez do aumento das temperaturas.

A mudança no nível do mar em países ao redor do mundo é uma das maiores preocupações e é colocada em um patamar de urgência para evitar consequências devastadoras no futuro próximo. Paisagens paradisíacas, ilhas do Oceano Pacífico, Ilhas como Maldivas, Tuvalu, Ilhas Marshall, Nauru e Kiribati, podem desaparecer ao serem engolidas pelo mar, sendo esse um dos reflexos das mudanças climáticas causadas pela ação do homem, com a emissão de gases tóxicos e o aquecimento global.

SOS Global: chef da ONU emite pedido de ajuda para as ilhas do Pacífico

Na última terça-feira (27), o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que as temperaturas do oceano estão cada vez mais aumentando nas Ilhas do Pacífico. E em sua declaração o mesmo ressaltou que esse aumento vem acontecendo a uma taxa três vezes maior que a do resto mundo todo, e que a sua população foi “exposta exclusivamente” aos seus impactos com esse aumento do nível do mar.

Impacto para as ilhas do Pacífico

Ao falar com os repórteres em Tonga, no sul do oceano Pacifico, local onde o Fórum das Ilhas do Pacífico está sendo realizado, Guterres deu destaque às descobertas de um relatório que mostrou que a região Sudoeste do Pacífico foi a parte do mundo mais atingida pelo aumento do nível do mar. Sendo que em alguns lugares o impacto foi de até duas vezes mais que a média global nas últimas décadas, chegando a ser mais que o dobro em alguns locais. 


Ilhas do pacífico (Foto: reprodução/Getty Images Embed)


O relatório divulgado pela Organização Meteorológica Mundial mostrou que as temperaturas do oceano no Pacífico Sudoeste aumentam em até três vezes mais que a taxa mundial. Além de que as ilhas nessa região são muito mais expostas. E Guterres afirma que: “Sem cortes nas emissões globais, as Ilhas do Pacífico podem esperar um aumento adicional do nível do mar de 15 cm até 2050 e 30 dias por ano de inundações costeiras”. O chefe da ONU também pediu que os líderes globais aumentassem significativamente os investimentos em adaptação climática em países vulneráveis.

Emissão de um pedido de “SOS global”

O Secretário-Geral também ressaltou durante o fórum, dizendo: “Estou em Tonga para emitir um SOS global — Salvem Nossos Mares — sobre o aumento do nível do mar”. Em sua fala, António também comentou que o aumento do nível do mar amplifica a frequência e a gravidade das tempestades e inundações costeiras. E que tais inundações invadem comunidades costeiras, arruinando a pesca. “Danificam as plantações. Contaminam a água doce. Tudo isso coloca as nações das Ilhas do Pacífico em perigo”, detalhou Guterres.

Ademais, Guterres explicou como a água se expande à medida que esquenta, o que contribui para o aumento do nível do mar. Tais mudanças climáticas são os pontos principais das discussões na reunião com os 18 membros do Fórum das Ilhas do Pacífico. O fórum abrange nações ameaçadas por essa elevação do nível do mar. A própria anfitriã Tonga e a Austrália são exemplos de países afetados pelas mudanças climáticas.