Escalada da guerra no Oriente Médio; Irã recebe novos ataques de Israel e sobe para 8 o número de mortos  

Israel amanheceu em chamas na madrugada desta segunda-feira (16), horário local, totalizando oito pessoas mortas e 100 feridas, após mísseis iranianos atingirem Tel Aviv e Haifa, no litoral do país, onde fica localizado o Porto, segundo informou a Agência de Notícias Reuters. Após promessa de revide, afirmando que moradores de Teerã “pagariam o preço”, Israel Katz, Ministro da Defesa de Israel, voltou atrás em sua fala, mencionando que Israel não tem a intenção de atacar civis.

Ataques e contra-ataques  

Guerra avança para o seu 4º dia consecutivo. Em meio a ataques e contra-ataques a alvos militares e/ou bases governamentais, estratégica e milimetricamente estudados por ambas as partes, cresce a cada dia o número de civis mortos e feridos. Israel soma 22 mortos e 100 feridos, enquanto o Ministério da Saúde Iraniano contabilizou 224 vítimas e 1.277 feridos, sendo 90% civis, segundo relato do porta-voz Hossein Kermanpour. Minuto a minuto novos alvos são atingidos e declarações feitas por autoridades e membros das Forças Armadas dos Exércitos, prometendo revides.

A conta oficial do Governo de Israel na rede social X divulgou um vídeo e uma mensagem sobre o programa de mísseis do Irã, mencionando que não se trata apenas de uma ameaça regional, mas que podem atingir toda a Europa, justificando que Israel faz aquilo que é preciso ser feito.


Vídeo com imagens de mísseis do Irã (Vídeo: reprodução/X/@Israel)

Esmaeil Baghaei, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, declarou que um projeto de lei está sendo estudado, para possibilitar a saída do país do Tratado de Não Proliferação Nuclear, o que pode aumentar, ainda mais, a tensão no Oriente Médio:

“À luz dos acontecimentos recentes, tomaremos uma decisão apropriada. O governo precisa fazer cumprir os projetos de lei do parlamento, mas tal proposta está apenas sendo preparada e coordenaremos as etapas posteriores com o parlamento”.

Tal declaração pode aumentar, ainda mais, a tensão no Oriente Médio. O tratado tem como propósito o comprometimento pelo não desenvolvimento ou aquisição de armas nucleares.

Programa Nuclear do Irã

Israel está entre os não signatários do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), que conta com outros países na mesma situação, como a Coreia do Norte, que se retirou em 2003, a Índia, Paquistão e Sudão do Sul. França, China Rússia, Reino Unido e Estados Unidos, países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, são signatários.

Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica, AIEA, sigla em inglês, Teerã teria violado as obrigações assumidas após a assinatura do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), não obstante o país afirme que seu programa nuclear é pacífico.

O poder e a tecnologia por trás do Domo de Ferro

Em meio a uma crescente tensão no Oriente Médio, Israel mais uma vez depende de seu sofisticado sistema de defesa antimísseis, o Domo de Ferro, para proteger sua população. Este escudo tecnológico tem sido vital para o país, especialmente diante de ataques iminentes de mísseis balísticos, drones e mísseis de cruzeiro que o Irã pode lançar.

Desenvolvido em parceria com os Estados Unidos, Domo de Ferro, protege o país de ataques aéreos, incluindo mísseis balísticos e drones, desde 2011, o sistema combina radares avançados e mísseis interceptores para neutralizar ameaças antes que alcancem áreas urbanas. Com uma taxa de interceptação de 90%, ele é essencial para a segurança israelense, apesar de seu alto custo operacional.


Taxa de interceptação do Domo de Ferro chega a 90%(Foto:Reprodução/Anadolu/Getty Images embed)


A História por trás do Domo de Ferro

O desenvolvimento do Domo de Ferro começa em 1986, o Ministério da Defesa de Israel, em parceria com os Estados Unidos, iniciou as primeiras pesquisas para criar um sistema de defesa que atendesse às necessidades específicas do país. A ideia era ter uma ferramenta capaz de interceptar ameaças aéreas e proteger a população, sobretudo em áreas urbanas.

O Domo de Ferro, como o conhecemos hoje, começou a ser desenvolvido em 2007 pelas empresas Rafael Advanced Defense Systems e Israel Aerospace Industries. Em abril de 2011, ele provou sua eficácia ao derrubar seu primeiro míssil direcionado a uma cidade israelense.

Como funciona o Domo de Ferro

O sistema funciona com base em uma combinação de tecnologia de ponta e estratégia. Utilizando radares avançados, o Domo de Ferro consegue detectar ataques inimigos em tempo real. Ao identificar um míssil, a tecnologia calcula sua trajetória e, se perceber que ele pode atingir uma área populacional, o sistema lança um míssil interceptor.

Esse míssil interceptador, projetado para neutralizar o míssil inimigo em pleno ar, garante que a ameaça não atinja o solo. O sistema é móvel, ou seja, pode ser implantado em qualquer lugar do país, tornando-se uma peça fundamental na defesa israelense.


Desempenho, eficiência e futuro da defesa de Israel

Com uma taxa de sucesso de aproximadamente 90%, o Domo de Ferro é um dos sistemas de defesa mais eficientes do mundo. Apesar do alto custo, o Domo de Ferro tem sido crucial para proteger a população israelense de ataques aéreos. Seu desenvolvimento contínuo, apoiado pelos Estados Unidos, permite que o sistema evolua e se adapte às novas ameaças, como drones e mísseis balísticos.

Diante de uma ameaça crescente, Israel continua investindo em sua defesa aérea. Além do Domo de Ferro, o país possui outros sistemas de defesa, como o “Arrow” e o “David’s Sling”, que atuam em conjunto para garantir uma proteção ainda mais robusta.