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Três novos estudos foram feitos baseados em registros de pacientes, e dois destes foram apresentados no sábado (18), na conferência médica Digestive Disease Week 2024 em Washington, nos Estados Unidos, porém os dados são considerados preliminares, visto que não foram examinados por especialistas externos nem publicados em revistas médicas.
Por que as pessoas estão recorrendo a esta medicação?
Os injetáveis chamados agonistas do GLP-1, um tipo de medicação, estão em alta no momento devido a sua facilidade de perda de peso após consumo. Os medicamentos mais fortes da linha, como o Wegovy e Zepbound, fizeram as pessoas perderem pelo menos 10% do seu peso inicial. Além da perda de peso, eles trazem benefícios para o coração. A fabricante de medicamentos comentou que vinte e cinco mil pessoas estão começando a consumir Wegovy toda semana só nos Estados Unidos.
Médico (Foto: Reprodução: PEBMED)
Os agonistas do GLP-1 diminuem a fome ao desacelerar a passagem dos alimentos pelo estômago, além disso ajudam o corpo a liberar mais insulina e enviam sinais ao cérebro que diminuem os desejos.
Um dos efeitos colaterais dos agonistas são episódios de vômito que podem chegar a classificação grave, necessitando de ajuda médica. Eles também podem desacelerar o estômago, criando uma condição chamada gastroparesia.
Gastroparesia ou paralisia estomacal
Em uma visão geral, a paralisia estomacal afeta os músculos do estômago e impede o esvaziamento adequado desse órgão.
A paralisia estomacal melhora após interromper o uso do medicamento, porém algumas pessoas explicam que sua condição não melhorou mesmo após meses de interrupção.
Apesar do risco da gastroparesia parecer raro, ele existe. Os consumidores dos agonistas do GLP-1 tiveram 50% mais de chances de serem diagnosticados com tal doença comparados a pessoas que não tomaram. 10 a cada 10.000, ou 0,1%, foram diagnosticadas com paralisia estomacal pelo menos seis meses depois do início do consumo, segundo estudos.
O diabetes também pode aumentar o risco de gastroparesia, ainda mais se o grau de açúcar no sangue de um indivíduo não estiver bem controlado.
Em entrevista concedida ao Gshow nessa quinta-feira (28), Maiara rebateu as recentes críticas ao seu corpo atual. Em resposta aos comentários que apontam possíveis problemas de saúde da cantora devido a um emagrecimento excessivo, Maiara afirmou que está com “muita saúde”.
Preocupação dos fãs e críticas
A dupla de Maraisa divulgou na última segunda-feira (25), vídeos nas quais aparece bastante magra de biquíni, além fazer de uma live durante seu treinamento na academia. Por conta da grande repercussão das imagens, Maiara decidiu esclarecer aos fãs, e aos críticos, como está sua saúde em entrevista antes de um show no Rio de Janeiro.
MUITO MAGRA? A cantora Maiara, da dupla com a irmã gêmea Maraisa, chamou atenção nas redes sociais ao aparecer se exercitando. Internautas repercutiram um trecho do vídeo devido à aparência física da artista, que teria perdido muito peso em um curto período. A cantora foi às redes sociais esclarecer o quadro de saúde e também foi defendida por uma amiga e pelo médico que cuida do processo de emagrecimento. A situação tomou conta das redes sociais depois de um trecho de uma live realizada por Maraisa repercutir nas redes sociais. “Falar com vocês que eu sou muito rigorosa com os meus exames, com a minha saúde. Hoje a minha saúde é em primeiro lugar. Meu corpo é meu centro, minha saúde mental, minha saúde física, isso tudo é meu centro”, anunciou Maiara. A cantora afirmou que está “melhor com 36 anos do que estava aos 15″. “Vocês acham que eu emagreci da noite pro dia? Não foi! Já tem mais de um ano que eu tô nesse processo… Agora vamos ganhar massa. Eu vim num processo de perder gordura, agora que entrou num índice normal. Muito obrigada a quem está preocupado com a minha saúde, mas estou melhor do que nunca”, encerrou a artista. 📲 Leia mais em: itatiaia.com.br 📹 Reprodução | Redes sociais maiara maiaraemaraisa famosos emagrecimento
Treino de Maiara transmitido em live (Reprodução/TikTok/@radioitatiaia)
“[Estou] superfeliz, estou com muita saúde. É engraçado! Se você está acima do peso, o povo critica. Se você está com o corpo mais magro, o povo te critica também. Mas eu tenho acompanhamento com os melhores médicos do país, a minha saúde é em primeiro lugar.“, disse a cantora sertaneja ao Gshow.
Para aqueles realmente preocupados com a saúde física e mental da artista, Maiara complementou: “a galera que fica preocupada com meu peso: quero dizer para todo mundo que meus exames estão maravilhosos. Estou na melhor fase da minha vida: físico, mental, relacionamento. Está tudo certo“.
Vale ressaltar que Maiara sofre há cerca de cinco anos com o chamado “efeito sanfona”, ou seja, emagrecer e engordar diversas vezes. Segundo a sertaneja, ela está atualmente com 47kg, mas chegou a pesar 85kg. Durante esse período, a cantora já fez cirurgia bariátrica e colocou balão gástrico, além de ter feito lipoaspiração e retirada de pele.
Maiara e Maraisa antes do showno Rio de Janeiro (Reprodução/Webert Belicio/AgNews)
“Cabeça de Ozempic”
Dentre as diversas críticas e especulações acerca do emagrecimento de Maiara, uma das hipóteses que mais ganhou força nas redes sociais foi a de que a cantora estaria utilizando medicamentos para o processo, mais precisamente o Ozempic. Originalmente utilizado para o tratamento de diabete tipo 2, o Ozempic também é usado para a perda de peso em casos de obesidade, desde que haja acompanhamento médico. Seu uso pode provocar diversos efeitos colaterais danosos à saúde, como desidratação, pedra na vesícula, diarreia e vômitos.
Contudo, o remédio ganhou popularidade nos Estados Unidos e, mais recentemente, no Brasil, para o emagrecimento apenas com fins estéticos. A chamada “cabeça de Ozempic” é uma consequência do uso indiscriminado do medicamento. Por conta da rápida perda de gordura corporal, muitas vezes é notável que o rosto da pessoa que faz esse tipo de tratamento não diminui na mesma velocidade, o que gera uma desproporcionalidade entre cabeça e corpo. Maiara não fez comentários sobre o possível uso da substância.
O medicamento Semaglutida vem sendo usado por muitas pessoas para ajudar a tratar da obesidade e foi visto como uma das grandes revoluções científicas no ano passado pela renomada revista Science. Mas o remédio também passou a ser usado por quem perder poucos quilos, levando à automedicação sem total ciência dos efeitos no corpo.
O que é a Semaglutida
O medicamento foi criado na Dinamarca e começou a ser vendido no Brasil em 2019 para tratar a diabete tipo 2. Devido aos bons resultados observados na perda de peso, o remédio passou a ser recomendado para pacientes com obesidade.
Segundo Maria Edna de Melo, endocrinologista do Hospital das Clínicas da USP, a Semaglutida é semelhante ao hormônio GLP1, que é produzido no intestino após uma refeição. “Então ele vai no estômago, segura um pouco mais a comida lá, então isso dá uma sensação de saciedade”,explica a médica. Ela também esclareceu que a Semaglutida é diferente dos medicamentos mais antigos, que agiam via serotonina e noradrenalina, que poderia impactar o humor e a frequência cardíaca dos usuários.
De acordo com o endócrino Bruno Halpern, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), a Semiglutida consegue perdas médias de peso inéditas acima de 15%, enquanto os mais antigos chegavam a apenas 10%.
A caneta de semiglutida é indicada para pacientes com obesidade, uma doença crônica. Mas quem quer uma solução rápida de emagrecimento, também usa o medicamento. (Foto: reprodução/Endocrinologistadramelissa)
O sucesso mundial fez com que a Novo Nordisk, a farmacêutica que inventou o medicamento, virasse a empresa mais valiosa da Europa, destronando a marca de luxo Louis Vuitton. “Vale 480 bilhões de dólares. O PIB da Dinamarca sem a indústria farmacêutica, teria sido menos 0,5% nos primeiros 9 meses de 2023 e o PIB cheio total foi 1,3% para cima, uma diferença muito grande”, diz o Gustavo Campanhã, gestor de ações e sócio da WHG.
A projeção é de aumento no uso do medicamento, apesar de seu custo elevado. No Brasil, o medicamento custa cerca de R$ 1 mil. Um estudo de uma empresa global de serviços estima que até 2035, o medicamento será usado por 7% da população norte-americana. Essas pessoas também passarão a comer bem menos alimentos com alto teor de açúcar e gordura.
Riscos e uso no Brasil
A famosa “canetinha” virou uma das grandes aliadas daqueles que querem perder medidas. O remédio ajuda na saciedade, ajudando a pessoa a comer menos. “Como um pedacinho de chocolate, já fico satisfeita, uma cervejinha também. Eu notei nas redes sociais algumas influenciadoras que também estavam perdendo peso com dieta, com academia, mas que era um período meio curto, então eu desconfiei que também fizessem o uso do medicamento”, conta Natacha, jovem de 29 anos do interior de São Paulo que faz uso da Semaglutida.
Em 2021, ela foi o remédio mais vendido no país, de acordo com a Associação de Indústria Farmacêutica de Pesquisa. Recentemente, a Anvisa identificou lotes falsos das canetas no mercado.
Nas redes sociais existem diversas propagandas, de influencers, pessoas comuns e inclusive de farmácias. Como o medicamento pode ser comprado sem receita, muitas pessoas se automedicam e ensinam umas às outras como fazer as aplicações na internet.
Para muitos que sofrem de obesidade, os médicos prescrevem uso contínuo. Mas hoje, pessoas que querem perder dois ou três quilos fazem uso temporário do remédio. “Elas acabam utilizando muitas vezes de forma inadequada e levando ao aparecimento de efeitos colaterais mais intensos, como náusea, até vômitos”, explica Maria Edna de Melo.
A dermatologista Maria Fernanda Guazzelli relata uma história parecida, com uma paciente que quase não conseguia beber água devido aos efeitos decorrentes da automedicação em excesso. “Nas últimas semanas, eu não passo um único dia sem que uma paciente venha reportando que, depois do uso dessas medicações, notou como se fosse esse derretimento. Uma perda muito rápida de peso. Ele perde compartimentos de gordura tanto de corpo quanto de rosto. E a gordura, para nós, é um tecido importante de sustentação da pele. São queixas relacionadas à flacidez de pele”, conta a dermatologista. É o famoso “rosto de Ozempic”, que faz com que a pessoa perca colágeno e elastina, resultando numa pele mais flácida e com propensão a rugas.
Muitos frequentadores de academias recorrem ao medicamento para acelerar os resultados (Foto: reprodução/Freepik)
Uma academia em São Paulo disse que há diversos alunos que usam o medicamento. “Aproximadamente, 6 a 7 alunos em cada 10 estão utilizando a caneta, especialmente durante o verão ou quer tomar para o Carnaval. Outros para um casamento, e até mesmo noivas expressam o desejo de estar magras. É importante para mim entender o que você está fazendo para entender. Já tive alunas que não comunicaram o uso e acabaram passando mal”, segundo o dono da academia.
O remédio foi aprovado pela Anvisa e é considerado seguro, mas não há estudos apontando os riscos em pessoas que querem perder pouco peso. E ainda há o risco do medicamento ficar em falta para quem realmente precisa.
De acordo com o endócrino Bruno Halpern, quem utiliza o medicamento de forma temporária, vai acabar voltando aos hábitos alimentares antigos e a engordar, fomentando a ideia de usar o medicamento a longo prazo. Isso vai criar uma dependência da medicação e frisa que essa dependência não é física, mas psicológica.