Secretário-geral da ONU faz discurso na Cúpula de Líderes

Nesta quinta-feira, dia 06 de novembro, António Guterres – o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) – discursou na Cúpula dos Líderes da COP 30, em Belém, evento que reúne autoridades que participarão da conferência. Durante o discurso, António Guterres fez críticas aos combustíveis fósseis e ao investimento neles, além de criticar o fracasso mundial da manutenção da temperatura global, que deveria aquecer menos de 1,5°C. O secretário-geral da ONU foi responsável pelo primeiro discurso da Cúpula dos Líderes da COP 30, evento que antecede a COP, e que marca a abertura do evento principal. 

O discurso

Durante o seu discurso na Cúpula dos Líderes, António Guterres falou que o aumento da temperatura global pode trazer efeitos socioeconômicos negativos, e que, para tentar reverter a situação climática atual, as nações deverão se unir e trabalhar juntas. “Precisamos de uma mudança fundamental de paradigma para limitar a magnitude e a duração dessa ultrapassagem e reduzi-la rapidamente”, disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas em seu discurso.


Sala de imprensa da COP 30 (Vídeo: Reprodução/Instagram/@portalg1)


Além disso, o português António Guterres também cobrou os países mais ricos, afirmando que eles deveriam ter ações com mais eficácia em relação à justiça climática. O secretário-geral da ONU também apontou que os obstáculos que são enfrentados para a mudança da situação climática são de cunho político, e pediu que a COP 30, que acontece em Belém, seja a virada de chave em relação à crise climática.

A COP 30

A Conferência das Partes, ou Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, acontecerá entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, em Belém, capital do estado do Pará. O evento internacional já tem a confirmação de participantes de 170 nações diferentes, e reunirá países como a China, a Espanha, a França, o Reino Unido e o Chile. Além das delegações dos países, outras organizações também participarão da COP 30.

Pará publica decreto para combater queimadas no estado

Nesta terça-feira (27), o Diário Oficial do Estado do Pará publicou um decreto que proíbe o uso de fogo para a limpeza de áreas de manejo em todo o estado. A decisão foi tomada pelo governador Helder Barbalho (MDB), em resposta à crescente onda de queimadas que tem devastado grandes áreas de floresta no estado. A medida visa combater os incêndios que, além de destruírem a vegetação nativa, prejudicam a qualidade do ar e ameaçam a saúde da população local.

Estado de Emergência e Restrição Rigorosa

O decreto assinado pelo governador estabelece a proibição da “permissão, autorização e utilização de fogo, inclusive para limpeza e manejo de áreas, em todo o estado do Pará”. O estado de emergência declarado acompanha essa proibição e tem como objetivo mobilizar recursos e ações imediatas para enfrentar as queimadas. A proibição estará em vigor por um período inicial de 180 dias úteis, com possibilidade de prorrogação por mais 180 dias, caso a situação não apresente sinais significativos de melhora.

A decisão do governo estadual surge em um momento crítico, com o aumento significativo dos focos de incêndio nas últimas semanas. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o Pará é um dos estados mais afetados, com mais de 67% dos focos de incêndio registrados na região Amazônica desde o início de julho. As áreas mais afetadas incluem o sul e sudeste do estado, regiões historicamente mais vulneráveis devido à prática de queimadas para preparo do solo agrícola.


Vista aérea de uma área de floresta amazônica devastada (Reprodução/Evaristo Sá/AFP/Getty Images)

Impacto Direto nas Comunidades Locais

A situação das queimadas no Pará não só afeta o meio ambiente, mas também tem um impacto direto nas comunidades locais, principalmente nas áreas rurais. A fumaça proveniente das queimadas tem causado problemas respiratórios na população, levando a um aumento na procura por atendimentos médicos e sobrecarregando o sistema de saúde local. Além disso, o avanço do fogo ameaça a subsistência de famílias que dependem da floresta para a agricultura e outros meios de vida.

As autoridades estaduais, em parceria com organizações de combate a incêndios, têm intensificado os esforços para controlar as chamas. A Secretaria de Meio Ambiente do Pará (SEMAS) está coordenando operações em áreas críticas, utilizando brigadas especializadas e recursos aéreos para combater os focos de incêndio mais agressivos. No entanto, a extensão e a intensidade das queimadas tornam o controle um desafio contínuo, exigindo uma abordagem integrada que inclua fiscalização rigorosa e medidas preventivas.

Com a publicação do decreto, o governo do Pará espera reduzir drasticamente o número de queimadas ilegais e descontroladas no estado. A expectativa é que a proibição do uso de fogo ajude a conter a propagação dos incêndios e a proteger as áreas de floresta remanescente, essenciais para a manutenção do equilíbrio ecológico da região. No entanto, a eficácia da medida dependerá da capacidade de fiscalização e do engajamento das comunidades locais em adotar práticas de manejo sustentável.

Estudante de medicina é preso no Pará por fraude em provas do Enem

Após uma busca em Belém, a Polícia Federal (PF) prendeu o ex-estudante de medicina André Rodrigues Ataíde, durante a tarde desta sexta-feira (29), por suspeita de realizar a prova se passando por 2 pessoas diferentes, em Marabá, região sudeste do Pará. 

Depois da PF ir à residência de André na quarta-feira (27) e não ter encontrado, o ex-universitário de 23 anos foi capturado na casa de parentes. O jovem agora cumpre o mandado de prisão preventiva por estelionato, uso de documentação falsa e falsidade ideológica. 

Fraude na prova

A investigação informa que André teria feito a prova para um parente e para um amigo de velha guarda, em 2022 e 2023, respectivamente, falsificando a documentação e a assinatura deles para fazer o Enem. No fim, ambos os candidatos foram aprovados pela faculdade.


André Ataíde, suspeito de fraude do Enem (Foto: reprodução/redes sociais)

Os 3 envolvidos eram alunos de medicina na Universidade do Estado Pará (UEPA), a qual decidiu suspender a candidatura dos investigados. André tinha um bom repertório de notas em seu histórico escolar, os outros ainda não tiveram suas identidades reveladas. 

Defesa do advogado

Após ser apreendido e realizado os procedimentos legais na superintendência da polícia federal do Pará e foi enviado a sistema penal, Diego Adriano Freires, advogado de defesa do aluno relata que o mandado de prisão do jovem seria ‘’extremamente gravosa e desproporcional’’, solicitar a revogação do caso, e nega a narrativa que o seu cliente teria ido a Belém como uma tentativa de fuga. 

“São informações que não condizem com q verdade, haja vista, não existir nenhuma proibição ou impedimento judicial que proibisse André sair de Marabá, inclusive ele estava em Belém em tratamento médico na casa de parentes”, disse Diego em sua entrevista ao G1.  

Durante o processo as investigações continuam em andamento, buscando a possibilidade de outros evolvidos com o esquema de falsificação no Enem.