Gilberto Gil encerra turnê no Rio com Paralamas, Flor Gil e Jorge Ben Jor

O cantor Gilberto Gil encerrou sua passagem pelo Rio de Janeiro neste domingo (26) com um espetáculo repleto de emoção e surpresas. O último show da turnê “Tempo Rei” reuniu três convidados especiais: Paralamas do Sucesso, Flor Gil e Jorge Ben Jor. O público lotou a casa de shows e foi presenteado com encontros que celebraram diferentes gerações da música brasileira.

Antes da apresentação, a equipe de Gil provocou os fãs nas redes sociais com imagens misteriosas. As fotos mostravam o músico apertando as mãos de artistas conhecidos, acompanhadas da legenda: “Hoje tem surpresa em dose tripla! Quem adivinha de quem são essas mãos?”.

Emoção e encontros no palco

A primeira participação foi da banda Paralamas do Sucesso, recebida com aplausos intensos. Juntos, eles relembraram a parceria de “A Novidade”, composta por Gil e Herbert Vianna em 1986. Em seguida, o cantor contou que quase cancelou o show por causa de uma gripe, mas decidiu seguir adiante após incentivo da equipe. 


Gil apertando mãos de convidados (Foto:reprodução/Instagram/@gilbertogil)

Aos 83 anos, Gil demonstra vitalidade e segue com a turnê que já passou pelas capitais São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Belém. Logo depois de cantar com Paralamas do Sucesso, foi a vez de Flor Gil, filha de Bela Gil, que emocionou o público ao cantar “Estrela”, do álbum “Quanta” (1997), ao lado do avô. A jovem artista mostrou sintonia com o legado da família e arrancou aplausos do público carioca.

Jorge Ben Jor encerra noite de celebrações

O encerramento da noite ficou por conta de Jorge Ben Jor, que se juntou a Gil em “Filhos de Gandhi”. Em tom afetuoso, o cantor celebrou a longa amizade entre os dois e lembrou das décadas de parceria iniciadas no clássico “Gil & Jorge: Ogum, Xangô” (1975).


Gil e Jorge Ben Jor cantam juntos (Vídeo:reprodução/Instagram/@gilbertogil)

Anteriormente, na fase inicial da turnê, Gil havia feito homenagens. Em São Paulo, dedicou “Drão” à filha Preta Gil, relembrando a canção composta para Sandra Gadelha. Em outro momento, após cantar “Realce”, não conteve as lágrimas ao mencionar a artista, falecida em julho. O público respondeu em coro, repetindo o nome de Preta, enquanto Gil era amparado pelos músicos. O tributo culminou com a presença de Roberto Carlos, com quem o baiano interpretou “A Paz”, repetindo o dueto do especial de fim de ano da Globo.

 

 

Paralamas do Sucesso celebra carreira de 40 anos com show épico em SP

A banda de rock brasileiro Paralamas do Sucesso iniciou ontem, em São Paulo, a turnê “Celebrando 40 Anos de Clássicos”, para comemorar sua trajetória de grande sucesso, lotando o Allianz Parque, um dos mais tradicionais estádios de São Paulo. A turnê ainda terá shows nas cidades do Rio de Janeiro (07/06), na Farmasi Arena, em Porto Alegre (28/06), no Araújo Vianna, terminando em Belo Horizonte (30/08), no BeFly Hall.

Dado Villa-Lobos (ex-Legião Urbana) foi o responsável pela abertura, e disse que Os Paralamas são seus ídolos de todo o sempre. André Frateschi o acompanhou em algumas músicas, e puxou, em vários momentos com a plateia, um “Viva Renato Russo”, em homenagem ao líder da Banda Legião Urbana. Os cantores se entregaram, relembrando músicas como Ainda É Cedo, Será e Pais e Filhos, em que o público os acompanhou em cada estrofe cantada.

Vital e Sua Moto foi a primeira música do show do trio, e o grande sucesso da banda nos anos de 1983, rendendo aos Paralamas o convite para a gravação de um disco profissional, que foi o álbum “Cinema Mudo”. O som é uma homenagem ao primeiro baterista da banda, Vital Dias, que juntou dinheiro de suas mesadas e ao invés de comprar uma bateria, comprou uma moto. Vital foi substituído por João Barone, após faltar a uma apresentação, que ocorreu antes do lançamento do primeiro álbum.

As músicas seguiram em uma ordem cronológica, trazendo à tona diversas fases da banda, como a política, por exemplo, com as músicas O Beco e Alagados, evidenciando a desigualdade social, a falta de oportunidades e a realidade das favelas brasileiras. Já a fase romântica ficou por conta Aonde Quer Que Eu Vá, aconchegando os fãs.


Performance de ‘Aonde Quer Que Eu Vá’ (vídeo/reprodução: X/@giulianag25)


Herbert Vianna (guitarra e voz), João Barone (bateria) e Bi Ribeiro (baixo) eram pura emoção. João Barone, se referindo aos fãs, declarou “A gente deve isso tudo a vocês”! Os agradecimentos também foram para os músicos de apoio João Fera (teclados), Monteiro Jr. (saxofone) e Bidu Cordeiro (trombone).

Ponto alto do show

Apesar de Herbert Vianna ter comentado, em uma entrevista postada no Instagram da produtora de entretenimento 30ebr, que Meu Erro foi o som que sempre causou explosão na plateia, a protagonista da noite de ontem foi, sem sombra de dúvidas, Lanterna dos Afogados.

Enquanto os primeiros acordes eram dados, o público ligou a lanterna dos celulares, a pedido de Herbert, trazendo uma atmosfera toda especial para a vez da balada melancólica composta pelo vocalista, que se tornou um clássico dos anos de 1989 por retratar algo pouco falado na época: a vulnerabilidade emocional diante da solidão e desamparo.


Vídeos do Show do Paralamas do Sucesso – Turnê Celebrando 40 Anos de Clássicos (vídeo/reproduçao: Instagram/@papocomgiuli)


Um outro momento do show que chamou a atenção foi a canção Ela disse Adeus. Enquanto a banda tocava, imagens do videoclipe eram projetadas no telão atrás do palco, destacando a participação da atriz Fernanda Torres, ganhadora do Globo de Ouro como melhor atriz em Filme de Drama pelo seu papel em “Ainda Estou Aqui”.


Fãs de todas as idades

O público do Paralamas é composto por aqueles que acompanham a carreira do trio desde o início, em 1983, até os jovens que cresceram ouvindo seus hits de sucesso. Adriana Sucasas Negrão, 58 anos, médica, em entrevista exclusiva à repórter Giuli Figueira, fala sobre sua experiência:

Giuli Figueira: Faz quanto tempo que você é fã do Paralamas?

Adriana Sucasas Negrão: Olha, faz tempo, acho que desde o começo, porque pegou muito a minha juventude, e então marcou muito a minha história nessa época, e até hoje.

Giuli Figueira: Mas por qual motivo? Tem algum fato, assim, particular?

Adriana Sucasas Negrão: Então, marcou muito na época que eu fazia faculdade. Tinha uma música que a gente cantava muito que é a Melô do Marinheiro, dentro do anatômico.

Giuli Figueira: Você é médica?

Adriana Sucasas Negrão: Sim, sou médica. A gente ficava estudando às vezes até de madrugada, trocava um pouco a letra, era muito legal, e nunca mais eu esqueci, nunca mais vou esquecer dessa música, marcou bastante.

Camila Aparecida Miranda Cardoso, 33 anos, fã da banda desde os seus 13/14 anos, marcou presença no show junto com o namorado Ivo Pedro dos Santos Junior, 29 anos, também fã. As músicas preferidas do casal são Ela Disse Adeus e Lanterna dos Afogados.

Grande Final

Subiram novamente ao palco Dado Villa-Lobos e André Frateschi, para encerrar o espetáculo junto com o trio, performando o hit Que País É Este, hino de Renato Russo dos anos 1987. Conectados profundamente não só pelo som que faziam juntos, mas também pela vibe e emoção do momento, Os Paralamas, Dado e André deixaram os fãs em êxtase.

Para aqueles que perderam o show de ontem, dia 24 de outubro terá apresentação extra da turnê, o show será no Espaço Unimed, em São Paulo.