Governo dos EUA promete revogar vistos de estudantes chineses com laços com o partido comunista

O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, informou que o país revogará vistos de estudantes chineses. A informação foi dada ontem, quarta-feira (28), através de suas redes sociais. Segundo Rubio, a medida é direcionada a estudantes que possuem conexão com o Partido Comunista Chinês e que estudam em áreas, denominadas por ele como “críticas”. No entanto, as áreas mencionadas por ele não foram especificadas em sua publicação. 

Segundo informações do Instituto de Educação Internacional (IIE), organização sem fins lucrativos, com sede em Nova York, nos EUA, em 2024, o número de estudantes chineses matriculados nas mais diversas áreas no país ultrapassou a barreira dos 270 mil. 

Se levarmos em consideração o comunicado de Marco Rubio e conforme as políticas exercidas pelo governo Trump relacionadas à algumas universidades desde que tomou posse, estima-se que os estudantes afetados pela revogação sejam aqueles que estão em desacordo com as políticas adotadas pelo presidente americano.

Governo Trump e às universidades 

Desde que tomou posse em janeiro (2025), o presidente Donald Trump vem recebendo críticas por parte de especialistas e opositores. Muitas dessas críticas, devem-se  às medidas adotadas por ele em relação aos critérios utilizados para classificar estudantes e universidades. 

Entre assinaturas de Ordens Executivas e decisões judiciais que anulam seus atos, Trump tem travado batalhas com repercussão e impactos globais. A Universidade Harvard, em Cambridge, no Massachusetts, EUA, é uma das mais impactadas pelas medidas do presidente americano. 


Entrevista do presidente americano Donald Trump sobre medidas adotadas em relação à Harvard (Vídeo: reprodução/Instagram/@washingtonpost)


No último dia 22 de maio (2025), através do departamento de Segurança Interna dos EUA, o governo americano informou que Harvard não poderá ter matriculados estudantes que não sejam estadunidenses. A medida entraria em vigor já no início do ano letivo, 2025/2026, e afetaria, inclusive, estudantes que já fazem parte do quadro da universidade. Porém, a universidade entrou com uma ação judicial e conseguiu bloquear temporariamente esta decisão.

Reação chinesa

Após o comunicado do secretário de estado Marco Rubio, a Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, se pronunciou nas redes sociais oficiais do ministério. Para Ning, os EUA devem proteger os interesses de todos os estudantes, inclusive os chineses. 

Na publicação seguinte, Mao Ning anunciou a isenção de vistos para 47 países. Entre eles, Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. A expansão na concessão de vistos ocorreu durante a Cúpula China-ASEAN-CCG. Uma aliança trilateral envolvendo a China, nações do Sudeste Asiático e países do Sul Global.


Publicação sobre expansão de vistos (Foto: reprodução/X/@SpoxCHN_MaoNing)

A isenção para brasileiros em visita à China entrará em vigor a partir do próximo dia 01 de junho  (2025) e terá validade até 31 de maio (2026). A entrada será concedida a cidadãos com viagens de negócios, intercâmbio, visita a familiares, trânsito pelo país e turismo. Conforme informou Ning, a medida adotada visa o fortalecimento dos laços culturais e econômicos entre os dois países. 

Conforme analisado pela mídia internacional, enquanto os EUA adotam medidas voltadas para o isolacionismo e protecionismo, com políticas públicas e tarifárias contundentes, vários países entre eles a China, procuram fazer alianças bilaterais e multilaterais, visando o fortalecimento comercial, econômico, cultural e político interno e externo.