Protesto contra a PEC da Blindagem reuniu cerca de 42 mil pessoas na Avenida Paulista

A mobilização realizada na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (21), contra a chamada PEC da Blindagem e o projeto que prevê anistia a condenados pelos atos de 8 de Janeiro, reuniu cerca de 42,4 mil participantes, conforme levantamento de pesquisadores da Universidade de São Paulo.

A estimativa elaborada pela equipe do Monitor do Debate Político do Cebrap em conjunto com a ONG More in Common, considerou o número de pessoas presentes. O cálculo foi feito a partir de imagens aéreas e processamento por software. Levando em conta a margem de erro, a quantidade variou entre 37,3 mil e 47,5 mil indivíduos.

Para efeito de comparação, o ato realizado na capital paulista em 7 de setembro, organizado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em defesa da anistia, teve público estimado em 42,2 mil pessoas, utilizando o mesmo método de contagem.

Manifestação durante a tarde

A manifestação, de caráter tranquilo, teve início por volta das 14h e foi articulada pelas redes sociais por coletivos ligados à esquerda, ocorrendo simultaneamente em outras capitais do país. Em São Paulo, a concentração chegou a ocupar aproximadamente quatro quarteirões da Paulista. Duas chuvas passageiras atingiram a região e diminuíram a presença de pessoas ao longo do ato.


Além de São Paulo, outras capitais também tiveram atos contra a PEC da Blindagem (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Os manifestantes cantaram coros contrários à proposta de anistia e exibiam faixas e cartazes. Durante a mobilização, também foi estendida uma enorme bandeira do Brasil, em contraste com o protesto de 7 de setembro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro exibiram uma bandeira dos Estados Unidos no mesmo endereço.

Sistema de contagem moderno

Entre o público presente, estavam os deputados federais Luiza Erundina (PSOL), Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB) e Erika Hilton (PSOL). Ao longo da mobilização, foram registradas imagens em quatro momentos distintos: 14h10, 14h45, 15h22 e 16h06, somando 38 fotografias.

Ás 16h06, momento de maior concentração de participantes, abrangendo a totalidade da avenida ocupada, sem repetições de enquadramento. Na técnica adotada, drones capturam vistas aéreas da concentração e, em seguida, um programa de computador processa os registros para identificar e marcar automaticamente a presença de cada pessoa.

Com auxílio de inteligência artificial, o sistema reconhece os indivíduos e contabiliza os pontos correspondentes. Esse procedimento assegura maior rigor na estimativa, inclusive em trechos mais compactos da multidão.

Deputados estendem recesso em mais uma semana

Com o foco voltado para as eleições municipais, os 513 parlamentares deixaram o Plenário, os corredores e as comissões completamente vazios em Brasília. No próximo domingo (11), completará um mês que a Câmara dos Deputados não realiza sessões plenárias, não votando nenhuma pauta.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, vem recebendo inúmeros pedidos dos líderes partidários por mais tempo de recesso para viabilizar situações partidárias nos municípios. E, ao que tudo indica, o esvaziamento da Câmara deve aumentar até as eleições. Cerca de 96 congressistas irão concorrer nas eleições municipais.

Um mês sem votação

As últimas matérias votadas foram no dia 11 de julho. Na ocasião, foi votada a PEC da Anistia, o quarto autoperdão concedido pelos partidos políticos por dívidas adquiridas por eles mesmos.

O segundo projeto de lei complementar da reforma tributária é o foco do que se espera ser discutido e votado entre terça-feira e quinta-feira da próxima semana. A expectativa é de que haja um esforço concentrado para compensar o tempo perdido.

O presidente da casa articula para tornar a pena de facções criminosas mais duras e controlar as fronteiras, através da apresentação de uma PEC. Lira tem o objetivo de priorizar pautas de turismo e segurança pública nesse semestre.


Arthur Lira, presidente do Congresso Nacional (Foto: reprodução/Instagram/@oficialarthurlira)

Semana do plenário é menor

No período entre fevereiro e abril, a Câmara não trabalhou às quintas-feiras. Em comparação com os últimos cinco anos em que houve eleições municipais, foi realizado o menor número de sessões deliberativas nesse período.

O Senado, previsto para retornar nesta terça-feira, deverá votar um novo prazo para o parcelamento de débitos municipais com a Previdência Social. A PEC que estabelece critérios para o fornecimento do título de capital nacional também está na pauta de votação. A Câmara dos Deputados já votou favoravelmente e a Comissão de Cultura forneceu relatórios positivos.