Petrobras anuncia corte de mais de 5% no preço da gasolina para distribuidoras

Petrobras anunciou nesta segunda-feira (2), em comunicado à imprensa, uma redução de 5,6% no preço da gasolina vendida em suas refinarias a distribuidoras. Com esse ajuste, o valor de venda do combustível passa de R$3,02 por litro, para R$2,85.

Um novo ajuste não era anunciado desde julho de 2024, quando a estatal aumentou em 7% o valor da gasolina. Já em relação a uma queda no preço, esta é a primeira vez em mais de um ano e meio em que o valor não cai, a última vez foi em outubro de 2023.

Motivos da redução

Segundo Eduardo Oliveira de Melo, especialista e sócio-diretor da Raion Consultoria, o reajuste se deu por conta do contexto internacional, que passa por uma “certa estabilidade” nos preços do barril, e pelo valor do dólar frente ao real que se equilibrou.

O petróleo tipo Brent, utilizado como referência no valor do petróleo internacional, está a aproximadamente US$65 o barril (R$370). Esse número caracteriza um aumento de quase 3%, que se iniciou na segunda-feira, a partir de um anúncio feito por países da OPEP+ (Organização de Nações Exportadoras de Petróleo e Aliadas) de que irão produzir menos que o esperado.

Apesar deste aumento, o valor do Brent segue em queda desde 2022, e está cerca de US$15 mais baixo se comparado ao pico do início do ano, em janeiro.

Em maio, ao ser anunciada para a imprensa uma redução no preço do Diesel, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que, caso o preço do petróleo permanecesse em queda, a estatal reduziria também os preços dos combustíveis no território nacional.


 Posto de gasolina, em Salvador (Foto: reprodução/Joa Souza/Getty Images Embed)


O que muda para os consumidores?

Apesar da mudança imediata no preço para as distribuidoras, o valor final para os consumidores funciona de forma diferente, uma vez que são adicionados uma série de fatores até o produto chegar nos postos de gasolina. Entram na conta final, por exemplo, a margem de lucro das distribuidoras e os impostos cobrados.

Matéria por Isabela Sanches, réplica do Lorena R7

Conflitos em Israel fazem bolsa fechar em alta

O aumento no valor do petróleo impulsionou uma alta na bolsa de valores de São Paulo, que fechou com um aumento de 0,94%, indo a 136.888 pontos. Outra que foi afetada positivamente pela alta foi a Petrobras, que, impulsionada pelo aumento do valor do petróleo, viu suas valorizações ocorrerem principalmente como consequência da escalada dos conflitos no Oriente Médio.

Conflitos no Oriente Médio fazem mudanças na economia

No domingo, Israel lançou um ataque “preventivo” ao sul do Líbano com o objetivo de frustrar uma ação do Hezbollah. O grupo islâmico libanês, por sua vez, respondeu com o lançamento de centenas de foguetes e drones em direção a Israel, justificando suas ações como uma retaliação pela morte de um de seus líderes em julho.


Conflito no Oriente Médio vem causando mudanças econômicas visíveis (Foto: reprodução/Moment/Anton Petrus/Getty Images Embed)


Este confronto ajudou a escalar as tensões na região e teve impacto direto nos mercados globais. Como resultado das hostilidades, o preço do petróleo atingiu seu pico máximo em uma semana, com o barril do tipo Brent encerrando o dia em alta.

Petrobras diretamente impactada

As ações da Petrobras foram diretamente impactadas pelas recentes movimentações no mercado financeiro, impulsionando o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira. Com um peso significativo de 11,86% no índice, de acordo com a Economatica, os papéis da empresa desempenharam um papel crucial na alta do mercado.

As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) fecharam o dia com uma alta expressiva de 8,96%, alcançando R$ 42,92. Já as ações preferenciais (PETR4) também registraram um forte ganho de 7,26%, sendo negociadas a R$ 39,57 no fechamento do pregão, conforme dados preliminares.

A tendência é que a continuidade da instabilidade no Oriente Médio continue a afetar a economia mundial, com suas consequências sendo bastante representadas pelo valor do petróleo, já que a região concentra os maiores produtores do mundo e sempre foi afetada por conflitos.