Voo ao espaço de Katy Perry leva sementes brasileiras

A missão espacial da Blue Origin, que levou a cantora Katy Perry e mais cinco mulheres ao espaço, teve uma participação brasileira, que serve como um avanço nos estudos para o desenvolvimento de sistemas de cultivo sustentáveis extraterrestres, feito pela Embrapa. Sementes de dois tipos foram levados por uma das integrantes da tripulação, as sementes de batata-doce e de grão-de-bico, as duas tendo sido manipuladas e melhoradas pela empresa brasileira.

As sementes espaciais

A ex-cientista de foguetes Aisha Bowe, foi a responsável por levar as sementes de batata-doce e grão-de-bico, aprimoradas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O objetivo da pesquisa é trazer melhorias genéticas e inovações para a agricultura na Terra.


As tripulantes do voo da Blue Origin: Lauren Sánchez, Katy Perry, Aisha Bowe, Kerianne Flynn, Gayle King e Amanda Nguyen, respectivamente (Foto: reprodução/X/@blueorigin)

Essa iniciativa parte da Rede Space Farming Brasil, um grupo de pesquisa relacionado à Agência Espacial Brasileira (AEB), que tem como seu objetivo inovar na produção agrícola fora do planeta. Os cientistas visam, por meio dos estudos, buscar maneiras de superar as barreiras do ambiente espacial, na área do cultivo de plantas, como a alta radiação, a baixa gravidade e a ausência de solo.

As dificuldades do espaço podem estar relacionadas às encontradas no plantio atual, nas lavouras brasileiras, como a baixa disponibilidade de água e nutrientes. Assim, possíveis soluções encontradas em ambientes sem gravidade podem ajudar no desenvolvimento de tecnologias para a agricultura terrestre.

Os benefícios da plantação

As sementes escolhidas tem um significado e motivos para terem sido escolhidas, sendo destaque várias propriedades e nutrientes embutidos na planta.

Podemos avançar muito em tecnologias modernas para auxílio na agricultura brasileira, usando inteligência artificial na irrigação, melhoria e adequação de plantas em cultivo indoor, novas cultivares mais tolerantes à seca, mais eficientes no uso da energia ou mais adaptadas aos desafios impostos pelas mudanças climáticas, mais produtivas e mais nutritivas”, afirmou Alessandra Fávero, pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste e coordenadora da Rede Space Farming Brazil, em um comunicado à imprensa.


Armazém agrícola brasileiro (Foto: reprodução/Dado Galdieri/Bloomberg/Getty Images Embed)


A batata-doce foi selecionada, pois tem um rápido crescimento e fácil manejo em sua criação. A planta gera legumes ricos em carboidratos de baixo índice glicêmico e suas folhas têm proteínas, que suprem várias demandas nutricionais de astronautas.

O grão-de-bico foi escolhido por ter proteína, ter um alto teor nutricional e alta adaptabilidade. O objetivo dos estudos é criar plantas mais produtivas, menores e possuem ramificações mais eretas.

Queimadas que invadiram o interior de SP foram provocadas por humanos

Nesta segunda-feira (26), Wolnei Wolff, secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, divulgou que o governo federal não concorda com a hipótese de quedas de raios ou torres de alta tensão terem provocado os inúmeros focos de incêndio. Segundo ele, as queimadas que se alastraram por SP são resultado de “atividade humana”.

A baixa umidade do ar potencializa a proliferação do fogo

Wolff também afirmou que “dada a baixa umidade do ar na região, atear fogo, hoje, em um pedaço de mato é equivalente a jogar um fósforo em um barril de pólvora”.


Fumaça de queimada invadindo a estrada (Foto Reprodução/Shaunl/Getty Images embed)


Para Raoni Rajão, diretor de Políticas de Controle do Desmatamento e Queimadas do Ministério do Meio Ambiente, o episódio das queimadas é um “caso anômalo”.

O que causa estranheza é o aumento repentino do surgimento de vários focos de calor em áreas distantes. E várias dessas áreas ficam especializadas em plantações de cana. Não faz sentido que o incêndio seja usado para o manejo da cana”, ele afirmou.

A fumaça espalhou pelas regiões Sudeste e Centro-Oeste

O interior de São Paulo foi invadido pelas queimadas, as quais deixaram um cenário de completa destruição. Muitas pessoas tiveram que sair de suas casas, lavouras de cana de açúcar foram destruídas e muitas rodovias foram fechadas. A fumaça se espalhou e cobriu o céu de cidades da Região Sudeste e Centro-Oeste.


Cidade sendo invadida pela fumaça provocada por queimadas (Foto: reprodução/Rebeca Mello embed)


A Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) contabilizou 1,8 mil focos de incêndio na última sexta-feira e 305 no sábado. O fogo destruiu cerca de 60 mil hectares de plantação, causando um prejuízo aos agricultores de R$ 350 milhões.

Em Goiás, um suspeito foi preso por provocar queimada em Bom Jardim de Goiás, destruindo aproximadamente mil hectares de fazendas. De acordo com Fábio Marques, delegado da Polícia Civil responsável pelo caso, o suspeito está preso em Aragarças, um município vizinho, e provavelmente passará por audiência de custódia no percorrer da semana.