Qualidade do ar na capital São Paulo é o menos saudável do mundo

Nesta segunda-feira (9), de acordo com a agência suíça IQA, a cidade de São Paulo tem o título de ar mais poluído do mundo. Baseado no Índice de Qualidade do Ar, o ranking afere a qualidade do ar em 100 grandes cidades de todo o mundo em tempo real.

O processo baseia-se na média do indicador de todas as estações para um momento determinado naquela localidade. De hora em hora atualiza-se a lista. São Paulo está no topo das cidades avaliadas.

O resultado de ar mais poluído do mundo foi obtido nesta segunda-feira (9), às 12h20. São Paulo aparece em primeiro lugar, seguido por Lahore (Paquistão) Jakarta (Indonésia), Dubai (Emirados Árabes Unidos), Kinshasa (República Democrática do Congo), Doha (Catar), Jerusalém (Israel), Pequim (China), Lima (Peru) e Santiago (Chile).

O instituto suíço divide a qualidade do ar em 6 níveis

A qualidade do ar é dividida pelo IQA em seis Níveis: Bom, Moderado, Não saudável para grupos sensíveis, Não saudável, Muito não saudável e Perigoso.

Mostrar um número instantâneo simples das situações da qualidade do ar das grandes cidades é o foco do ranking das principais cidades. São Paulo e Lahore são consideradas com um ar não saudável para seus moradores.


Vista parcial da Avenida Paulista na capital do estado de SP (Foto: reprodução/Johannes Mann/Getty Images embed)


A empresa de tecnologia suíça (IQA), através de informações e colaboração, capacita indivíduos, organizações e governos a cuidar do ar, melhorando sua qualidade.

As queimadas potencializaram a qualidade do ar de SP

A Defesa Civil Estadual de São Paulo informou, nesta segunda-feira (9), que todo o estado está em emergência para incêndios. “Não podemos mais tolerar práticas como queimar lixo, limpar terreno com fogo, jogar bituca de cigarro no mato”, afirmou em nota. Nove cidades estão com focos ativos de incêndio.

Cerca de 15 pessoas foram presas em virtude de queimadas em vegetação, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Em comparação com 2023, o número de focos de calor aumentou 386% no período de janeiro a agosto de 2024. Aproximadamente 8.049 propriedades rurais foram atingidas pelas queimadas em 317 municípios, desde o final de agosto.

Estudo revela vínculo entre poluição do ar e riscos cardíacos em São Paulo

A relação entre a poluição atmosférica e os problemas cardíacos dos habitantes de São Paulo é um tema que merece atenção especial. Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), com o suporte da FAPESP, revelou que a exposição prolongada à poluição está diretamente ligada ao aumento dos riscos cardiovasculares na população paulistana. Essa descoberta é particularmente preocupante para aqueles que sofrem de hipertensão, pois o perigo é ainda maior para eles.

Publicado na revista Environmental Research, o estudo utilizou uma abordagem multidisciplinar, analisando autópsias de 238 pessoas, dados epidemiológicos e entrevistas com familiares das vítimas. Os pesquisadores observaram a presença e quantidade de carbono negro nos tecidos pulmonares, um indicador crucial da poluição atmosférica, e também identificaram a fibrose cardíaca nas amostras de miocárdio.

Resultados do estudo

Os resultados revelaram uma correlação significativa entre a presença de carbono negro nos pulmões e o desenvolvimento de fibrose cardíaca, indicando que quanto mais tempo uma pessoa é exposta à poluição, maior é o risco de problemas cardíacos. Esse achado ressalta a importância da autópsia na compreensão dos efeitos adversos do ambiente urbano na saúde.


Uma pesquisa realizada pela USP e divulgada na revista Environmental Research examinou os resultados de autópsias de 238 indivíduos (Fotografia: Reprodução/Freepik/Freepik)

Além disso, o estudo mostrou que os indivíduos hipertensos estão em maior risco. Tanto fumantes quanto não fumantes que sofrem de hipertensão enfrentam um aumento significativo na presença de marcadores de doenças cardíacas em resposta à exposição à poluição. Essa descoberta enfatiza a necessidade de uma abordagem holística para lidar com os fatores de risco associados à saúde cardiovascular.

Hipertensão cada vez mais prevalente

A hipertensão, uma condição muitas vezes assintomática, está se tornando cada vez mais prevalente, especialmente entre os idosos. Segundo dados do Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade relacionada à hipertensão tem aumentado ao longo dos anos. Portanto, é crucial que medidas eficazes sejam implementadas para reduzir a exposição da população à poluição do ar.

Em relatório, ONU revela que mais de 1 bilhão de alimentos são desperdiçados no mundo

Segundo relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 1 bilhão de refeições são desperdiçadas todos os dias, enquanto a fome atinge cerca de 780 milhões de pessoas no mundo. 

“Uma tragédia global” diz o texto divulgado nessa quarta-feira (27), que revela dados preocupantes. O índice é somado com os 13% de alimentos perdidos durante a exploração agrícola até chegar à mesa, o que seria cerca de um terço de desperdício durante o processo de produção e uma média de 132 kg de comida no lixo por pessoa.

“Seria realmente possível alimentar todas as pessoas atualmente famintas no mundo com uma refeição por dia, apenas com a comida que é desperdiçada a cada ano.”

Richard Swannell, integrante da ONG Wrap

A organização destacou também que isso ocorre com mais frequência em países quentes por conta de refrigeração inadequada, o que torna mais dificultoso ainda o transporte e armazenamento desses alimentos antes que estraguem. 


Lixeira com restos de comida (Foto: reprodução/Richard Baker / In Pictures / Getty Images Embed)


Os lares são responsáveis por 60% do desperdício, 28% são de restaurantes, lanchonetes e bares, e 12% de supermercados. Outros fatores que contribuem para o número são as compras maiores do que uma pessoa precisa, porções de tamanhos errados, sobras e as datas de validade.  

Questões ambientais

Além da fome, a produção de alimentos contribuiu também no impacto contra o planeta. Essa parte exige diversos recursos e quantidades de água e terra, gerando emissões e, consequentemente, o aquecimento global.


Sede da ONU (Foto: reprodução/Adam Gray/ Getty Images Embed)


O relatório explica que a maioria dos resíduos vão para aterros e conforme se decompõe, produzem gás de efeito estufa que apresentam cerca de 80 vezes o poder do dióxido de carbono nos primeiros 20 anos, agravando alterações climáticas e o ecossistema.

No Brasil

A ONU fez um estudo no Rio de Janeiro e mediu o desperdício por habitante, revelando que na cidade 94 kg são descartados por pessoa a cada ano. Apesar de ser abaixo da média mundial, o número também traz apreensão. 

O estudo ainda afirmou que os bairros de classe média baixa são onde ocorrem mais casos, levando em conta sobras de refeições e cascas de frutas e ossos. 

Novo satélite é lançado para medir emissores de metano na atmosfera

Apoiado pelo Google, da Alphabet Inc., e pelo grupo Environmental Defense Fund, um satélite que tem como principal missão identificar a emissões de metano do setor de petróleo e gás, foi lançado na última segunda-feira.

O satélite MethaneSAT agora se junta a uma crescente frota de satélites cuja função principal é monitorar as mudanças climáticas e ajudar a encontrar possíveis soluções.

No entanto, ele não é o único do tipo atualmente em atividade. A Agência Espacial Europeia possui outro rastreador baseado em satélite, chamado GHGSat, que já vem fornecendo dados sobre as emissões de metano. No entanto, o objetivo do MethaneSAT é disponibilizar um campo de visão mais amplo do que o fornecido pelas soluções atualmente disponíveis.

Outros satélites tem função parecida


Satélite tem como objetivo monitorar emissões (reprodução/X/@MethaneSAT)

De acordo com o fundo de defesa ambiental, os dados fornecidos poderão ajudar a trazer mais responsabilidade na hora da prestação de contas das 50 empresas de petróleo e gás que se comprometeram na COP28, cúpula climática realizada em dezembro do ano passado em Dubai. Naquela ocasião, as empresas se comprometeram a zerar as emissões de metano e eliminar a queima rotineira de gás.

O satélite foi resultado de uma colaboração entre a agência espacial da Nova Zelândia e a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Seus dados estarão disponíveis ainda este ano, com o Google Cloud fornecendo os recursos necessários para o processamento das informações.

American Petroleum Institute se pronuncia

Agora, de acordo com o American Petroleum Institute, grupo que representa o setor do petróleo, os dados emitidos por terceiros não devem ser usados para fins regulatórios. Isso vem em um momento em que os dados deste satélite podem auxiliar os Estados Unidos e a União Europeia a definir suas próximas regulamentações sobre o metano.

Agora, com o satélite em órbita, os primeiros dados não devem demorar a serem disponibilizados ao público, e podemos ter uma noção da situação.