Trump volta atrás após fazer declarações com a intenção de demitir Jerome Powell

Nesta terça-feira (15), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a gerar controvérsia ao comentar sobre o futuro de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano. Em um curto intervalo de tempo, Trump fez declarações contraditórias que reacenderam o debate sobre a independência da política monetária nos EUA.

Durante uma reunião com parlamentares republicanos na Casa Branca, Trump teria sinalizado a intenção de demitir Powell, demonstrando insatisfação com a condução da política de juros. No entanto, no dia seguinte, recuou publicamente, afirmando que a demissão era “altamente improvável”. Essa mudança repentina de postura gerou incertezas nos mercados financeiros, que reagiram negativamente à possibilidade de interferência política no Fed.

Taxa de juros no centro do embate entre Trump e Powell

O principal ponto de tensão entre Trump e Powell gira em torno da taxa de juros. Enquanto o presidente do Fed adota uma postura cautelosa, argumentando que cortes prematuros podem agravar a inflação, Trump pressiona por reduções mais agressivas, com o objetivo de impulsionar o crescimento econômico. Essa divergência se intensificou especialmente diante dos impactos da política comercial adotada por Trump durante seu mandato, que, segundo Powell, contribuiu para a instabilidade econômica.

Do ponto de vista legal, a demissão de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, não é simples e apresenta múltiplos desafios. A legislação americana prevê que o presidente do Fed só pode ser destituído em casos de má conduta grave, e não há precedentes claros sobre a possibilidade de o presidente dos EUA tomar essa iniciativa unilateralmente. Ainda assim, Trump já demonstrou disposição para desafiar normas institucionais em outras ocasiões, o que torna o cenário ainda mais incerto e cheio de controvérsias.


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Matéria da Real time sobre a intenção de Trump na demissão de Powell (Vídeo: reprodução/X/CNBC/@roloureirotv)


Desafios à Autonomia Institucional e o Papel do Congresso

A situação levanta questionamentos significativos sobre os limites da autoridade presidencial e o respeito à autonomia das instituições econômicas vitais para a estabilidade do país. Caso a ameaça se concretize, o Congresso poderá ser forçado a se posicionar diante de uma possível crise institucional sem precedentes, com sérias implicações.

Trump ataca Powell e pressiona por corte de juros nos EUA: “burro” e “teimoso”

O presidente Donald Trump voltou a atacar publicamente o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, chamando-o de “burro” e “teimoso”, às vésperas de uma audiência do banqueiro no Congresso. Enquanto isso, a autoridade monetária mantém cautela e evita cortar os juros diante das pressões inflacionárias e da incerteza gerada pelas tarifas sobre importações.

Trump volta a pressionar Fed por cortes

Contrário à atual política de juros do banco central americano, Trump reclamou do patamar das taxas. Na última quarta-feira (18), o Fed manteve pela quarta vez seguida os juros na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

Deveríamos estar pelo menos dois a três pontos abaixo”, afirmou o presidente em rede social, acrescentando que esperava que o Congresso “acabasse com essa pessoa muito burra e teimosa”, em referência a Powell.

Durante sua participação na Câmara, Powell reiterou que ainda não vê motivo para cortar os juros e que não pretende sinalizar redução nem na reunião de julho, “nem em qualquer outra”, por ora. O presidente do Fed ressaltou que o mercado de trabalho segue forte, mas a alta das tarifas pode impulsionar a inflação, exigindo cautela nas próximas decisões.


Trump volta a pressionar Fed por cortes (Foto: reprodução/Instagram/@metropoles.sp)


Guerra tarifária e recessão no horizonte

O cenário econômico americano se deteriorou desde o início da guerra tarifária promovida por Trump e das crescentes tensões no Oriente Médio. Economistas alertam para os impactos negativos das tarifas sobre parceiros comerciais, especialmente a China.

Após a imposição de tarifas de até 145% sobre produtos chineses e retaliações de até 125% por Pequim, um acordo temporário reduziu as taxas por 90 dias. No entanto, a renegociação ainda está indefinida, e a possível retomada das tarifas em julho, no chamado “Dia da Libertação”, mantém o mercado em alerta.

Embora Trump busque proteger a indústria local com as tarifas, o aumento no custo das importações eleva os preços internos e pressiona a inflação. A instabilidade nas políticas comerciais e as ameaças constantes prejudicam a confiança dos consumidores e levantam o temor de uma desaceleração ou até recessão na maior economia do mundo.

Trump intensifica críticas a Jerome Powell após Fed manter juros

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, renovou nesta quinta-feira (data fictícia) suas críticas ao presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, após a decisão do banco central americano de manter inalterada a taxa básica de juros. Em uma publicação na rede social Truth Social, Trump chamou Powell de “tolo” e voltou a pressionar por um corte nos juros, afirmando que isso funcionaria como “combustível de avião” para impulsionar a economia.

Trump crítica o Powell

Na véspera, como amplamente esperado pelos mercados, o Federal Reserve decidiu manter a taxa de juros na faixa entre 4,25% e 4,50%, onde está desde dezembro. Em coletiva de imprensa, Powell indicou que o banco central prefere aguardar mais clareza sobre os efeitos das tarifas e do atual cenário econômico antes de tomar novas medidas. Segundo ele, ainda não há sinais consistentes de alta na inflação ou no desemprego, o que permite uma abordagem mais paciente — mas com disposição para agir de forma agressiva, se necessário.

“Jerome Powell é um TOLO que não tem a mínima ideia”, escreveu Trump. “O petróleo e a energia caíram muito, quase todos os custos (mantimentos e ovos) caíram, praticamente SEM INFLAÇÃO…”, afirmou, contrariando os dados e a visão mais cautelosa do Fed.

Trump, por sua vez, adotou tom confrontador e sugeriu que entende mais de política monetária do que o próprio presidente do Fed. “Não sou um grande fã de Powell”, disse. Ele também insinuou que o chefe do banco central estaria agindo por motivos pessoais: “Ele não está apaixonado por mim”, ironizou.

A relação dos dois tem sido conturbada desde 2018


Jerome Powell Presidente do Fed (Foto: reprodução/ Sarahbeth Maney/The New York Times)

A relação entre Trump e Powell tem sido conturbada desde que o ex-presidente o nomeou para o cargo, em 2018. Nas últimas semanas, Trump chegou a ameaçar demitir Powell, embora depois tenha recuado. A possibilidade de interferência na independência do banco central chegou a preocupar investidores, provocando quedas nos mercados de ações e títulos.

Questionado sobre os ataques de Trump, Powell preferiu não comentar. Limitou-se a dizer que pretende cumprir seu mandato, que termina em aproximadamente um ano.