Prêmio da Música Brasileira irá homenagear Cazuza em 2026

Após Doechii vencer a estatueta do Grammy 2025 na categoria Melhor Álbum de Rap e Ajulia Costa levar a estatueta de Melhor Artista Revelação no Bet Awards 2025, Cazuza (1958-1990) será homenageado na 33ª edição do Prêmio BTG Pactual da Música Brasileira de 2026. A escolha do cantor foi um consenso em conselho que inclui Ney Matogrosso, Gilberto Gil, Zélia Duncan, Karol Conká e Zé Mauricio Machline.

A escolha por unanimidade do iconoclasta carioca reforça a postura do prêmio em valorizar tanto os talentos emergentes quanto os que deixaram um legado imortal na música nacional. Cazuza é autor das músicas “Exagerado”, “O Tempo Não Para” e “Brasil”, que foram eternizadas por artistas como Emicida, Céu e Gilberto Gil em suas gravações.

Os artistas assumirão um papel central na celebração de 2026, proporcionada por um espetáculo que promete ser, ao mesmo tempo, frenético, íntimo e profundamente representativo do espírito de rebeldia de Cazuza. A cerimônia vai unir multipercursos artísticos, reunindo vozes veteranas e promessas contemporâneas do cenário brasileiro, em releituras poderosas que ecoarão tanto no palco quanto na memória coletiva.

Anúncio oficial à família

O anúncio do tributo a Cazuza foi feito com um toque emocional: os membros do conselho, liderados por Zé Mauricio Machline, entraram em contato com Lucinha Araújo (mãe de Cazuza), por meio de um telefonema coletivo, trazendo a notícia que combinou reverência e entusiasmo.


Cazuza e Lucinha Araújo (Foto: reprodução/Pinterest/@monique)


A repercussão foi imediata: para o criador do prêmio, “celebrar Cazuza é celebrar a coragem, a liberdade e a potência de uma obra que segue viva e necessária”. Essa frase reflete não só o reconhecimento artístico, mas a dimensão da obra de Cazuza como força transformadora, cuja influência ultrapassa o universo musical, tocando questões de liberdade individual, expressão política e identidade cultural.

Legado que atravessa gerações

A figura de Cazuza permanece onipresente na cultura brasileira. Vocalista emblemático do Barão Vermelho, ele quebrou paradigmas ao mesclar rock, MPB e letras carregadas de poesia e questionamento social. Após sua morte, em 1990, o artista se tornou símbolo de resistência contra a AIDS e ícone da luta por visibilidade LGBTQIA+.


Cazuza e Ney Matogrosso (Foto: reprodução/Pinterest/@monique)


Sem contar a força simbólica de canções como “O Tempo Não Para”, que, ironicamente, o imortalizam a cada nova interpretação. A escolha do Prêmio da Música Brasileira reconhece, assim, sua arte e sua coragem, além de reafirmar a relevância das discussões que conduziu, ainda hoje presentes no cenário sociocultural nacional.