Michelle Bolsonaro critica denúncia contra seu marido

Em entrevista ao site “O Antagonista”, a ex-primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro (PL) falou sobre a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, alegando que as delações foram obtidas sob “tortura psicológica” e comparando a um “pau de arara do século XXI”. 

Michelle sugeriu que as acusações contra o ex-presidente seriam uma estratégia para desviar a atenção das “trapalhadas” do governo Lula e das anulações de penas da Lava Jato. Ela evitou confirmar sua possível candidatura ao Senado pelo Distrito Federal em 2026:

“As candidaturas só serão registradas em 2026. Tem muita coisa para acontecer daqui até lá. Ainda tenho muito tempo para decidir se serei e, se for, para qual cargo eu, eventualmente, seria candidata”.

Presidente do PL Mulher ataca métodos da PGR

Michelle Bolsonaro afirmou que a denúncia, que acusa o ex-presidente de liderar uma organização criminosa para perpetuar um golpe de estado após as eleições de 2022, se sustenta em relatos extraídos sob “ameaças e práticas que mais parecem tortura psicológica”.

A presidente do PL Mulher citou críticas de “juristas” e até de “nomes que sempre apoiaram a esquerda” ao documento da PGR, sem detalhar fontes. Para ela, o timing das investigações coincide com momentos de baixa popularidade do governo Lula:

“É estranho perceber que sempre que o governo Lula está encurralado, aparece algo relacionado ao presidente Bolsonaro para tentar desviar a atenção: é operação contra militares, são prisões de inocentes, é denúncia com roteiro de novela barata, etc. Essas coisas parecem surgir para tentar disfarçar as trapalhadas do governo ou, quem sabe, esconder as vergonhosas anulações das penas dos criminosos condenados na Lava-Jato”


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Michelle compartilha vídeo alegando ser “próximo alvo” da esquerda (Vídeo: Reprodução/Instagram/@michellebolsonaro)


A ex-primeira-dama defendeu a inocência do marido, afirmando que não há provas contra ele. A denúncia, de 272 páginas, aponta que Bolsonaro analisou e pediu ajustes em um plano que incluía a prisão de ministros do STF, como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para intervir no TSE e reverter os resultados eleitorais de 2022.  

Acusação de plano para anular eleições 

A PGR denunciou Jair Bolsonaro por crimes como organização criminosa armada, golpe de Estado e tentativa de abolir o “Estado Democrático de Direito”. Segundo a investigação, o ex-presidente teria articulado um plano para usar as Forças Armadas como “poder moderador” e invalidar a vitória de Lula.

O documento menciona que Bolsonaro pediu a retirada dos nomes de Gilmar Mendes e Pacheco da minuta golpista, mas manteve a proposta de interferência no TSE. A defesa dos acusados têm até 6 de março para se manifestar perante o ministro Alexandre de Moraes, do STF.  

Michelle minimizou as acusações, alegando que o Judiciário está “fragilizado” e que os direitos fundamentais estão sendo “violados”. Ela também vinculou o caso a uma suposta perseguição política.

Questionada sobre uma possível candidatura ao Senado pelo Distrito Federal, Michelle fugiu do assunto. A ex-primeira-dama, comanda o PL Mulher, preferiu focar em sua atuação partidária e reforçar a narrativa de perseguição à família Bolsonaro. 

Lula diz que Trump usará atentado para vencer as eleições

O Presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, deu uma entrevista nesta terça-feira (16) a TV Record, onde disso que o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump vai usar o seu atentado que ocorreu na Pensilvânia durante o comício como forma de “tirar proveito” para ganhar as eleições em novembro. 

Eu não sei quais foram as respostas que os democratas deram, não sei quais foram as respostas que os políticos deram. Sinceramente, acredito que o Trump irá se aproveitar disso. Aquela foto dele com o braço erguido, aquilo se fosse encomendado não saía melhor. Mas de qualquer forma ele vai explorar isso, e cabe aos democratas encontrar um jeito de não permitir que isso seja a razão pela qual ele possa ter votos”, afirmou o atual presidente em entrevista.

O Presidente do Brasil ainda argumentou que episódios como esse de agressão, e atentado como o sofrido por Trump, “comovem a sociedade”.

“É muito difícil você não sensibilizar uma parcela da sociedade quando é agredido, quando é morto, e aí o teu herdeiro ganha, porque isso comove a sociedade. É importante lembrar que o ser humano normal é mais emoção do que a razão. Então ele fica emocionado, deprimido e diz: ‘vou votar no coitadinho’”, completou.

Nas redes sociais

Em suas redes sociais, Lula condenou veementemente o ataque sofrido por Donald Trump.



O atentado

No último sábado (13), o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sofreu uma tentativa de homicídio durante o comício na Pensilvânia. Ele foi atingido por um tiro de raspão na orelha. O atirador, foi identificado como Thomas Matthew Crooks, além do disparo contra o ex-presidente, o atirador matou uma pessoa e outras duas ficaram feridas antes de ser morto por agentes do Serviço Secreto americano.


Donald Trump após atentado na Pensilvânia. (Foto: Evan Vucci / @evanvucci)

O atual Secretária de Segurança Interna dos EUA, Alejandro Mayorkas, deu sua declaração e informou que o ataque foi fruto de uma “falha” nas forças de segurança, ainda anunciou uma revisão completa para entender como o tiroteio aconteceu e evitar futuros incidentes. Mayorkas desmentiu as alegações de que o departamento de segurança teria negado pedidos de Trump por mais proteção.

Após 14 anos da visita de Lula ao Oriente Médio, ele carrega o título de “persona non grata”

No marco de ser o primeiro chefe de Estado do Brasil a visitar Israel, Lula se encontra atualmente em uma situação bem distinta da anterior, quando visitou o país em 2010, no seu segundo mandato. Considerado “persona non grata” pelo governo de Israel, Luis Inácio Lula da Silva (PT), visitou o país há 14 anos e foi recebido por Benjamin Netanyahu, que agora lidera fortes críticas ao atual presidente do Brasil após sua comparação entre o bombardeio em gaza – pelo governo israelense – e a perseguição e extermínio em massa do povo judeu por Hitler, durante a Alemanha nazista. 

14 anos atrás 

Há 14 anos, quando Lula visitou o país do oriente médio, já existia incompatibilidade de opiniões entre ele e Netanyahu em função do governo brasileiro ter se posicionado contra a adoção de sanções ao Irã pelo programa nuclear de Teerã. Na época, encontrou o clima de tensão no ar pela insistência de Benjamin Netanyahu em ampliar os assentamentos judaicos em Jerusalém Oriental, aborrecendo os palestinos e atritando os laços com a Casa Branca, liderada por Barack Obama, então presidente dos Estados Unidos, que era contra as construções. 


Luis Inácio Lula da Silva e Benjamin Netanyahu, em 2010 (reprodução/Governo de Israel/O Globo)

Lula também criticava o posicionamento adotado pelos iranianos, que negavam o holocausto e eram contra a existência de Israel, mas deixava claro seu bom relacionamento com Mahmoud Ahmadinejad, na época presidente do Irã.

Mesmo em meio a críticas por sua proximidade com Teerã, Lula foi bem recebido pelo governo de Netanyahu, que deu declarações a respeito da aproximação entre Lula e Ahmadinejad: “Todos adoram o Brasil, e os israelenses não são diferentes. A aproximação dele com Ahmadinejad é conhecida, mas poucos dão importância. A imagem de Lula supera esse detalhe”, comentou o porta-voz israelense Yigal Palmor. “O Brasil é e será sempre amigo de Israel”, completou o ministro de Segurança Pública, Yitzhak Aharonovitch.

O petista ainda participou de uma sessão em homenagem ao parlamento israelense, entretanto, foi boicotado pelo, na época, ministro das Relações Exteriores Avigdor Lieberman, que não compareceu à cerimônia em um ato de protesto pela proximidade de Lula com o governo iraniano. Netanyahu, diferente de Lieberman, discursou ao lado do chefe de Estado do Brasil e cobrou apoio quanto a Teerã, pedindo apoio à junta internacional contra o armamentismo do Irã. “Eles adoram a morte e o terror, vocês adoram a vida”, declarou. 

Mesmo mantendo sua posição, Lula prometeu que pressionaria o líder iraniano a reconhecer o Holocausto e aceitar a existência de Israel. O presidente do Brasil ainda afirmou ter “um vírus da paz desde que estava no útero” de sua mãe. 

Persona non grata

Com a visita de Lula a África, o presidente do Brasil exprimiu declarações que irritaram o governo israelense ao comparar o bombardeio em gaza ao Holocausto, genocídio do povo judeu por Adolf Hitler. Em uma tentativa de increpar Luis Inácio Lula da Silva, Netanyahu convocou o atual embaixador brasileiro, Frederico Meyer, para um reunião no Museu do Holocausto, um dos pontos de visita do presidente do Brasil há 14 anos. Lula foi considerado persona non grata do Oriente Médio, termo usado para manifestar a contrariedade quanto à presença de uma determinada pessoa em função diplomática ou que seja líder de outro Estado, no país. 

Em 2010, Lula ao lado de dona Marisa Letícia (1950-2017), na época esposa do presidente. O petista depositou flores nos túmulos símbolos dos seus milhões de judeus vítimas do regime nazista. Lula ainda alimentou a chama eterna, uma tocha que sempre é mantida acesa para lembrar as vítimas do Holocausto. Luis Inácio afirmou que considerava o Holocausto e a escravidão os dois maiores crimes da história e estimulou que todos os líderes mundiais visitassem o museu para evitar que a história se repetisse.