Governo Federal divulga nota afirmando que é contra a proposta da PEC das praias

Durante a quarta-feira (05), o governo federal soltou uma nota por meio do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) afirmando ser totalmente contrário à Proposta de Emenda à Constituição, conhecida popularmente como PEC das praias. O projeto que está atualmente em análise no Senado foi duramente criticado pelo Ministério, alegando que, se aprovado, pode causar impactos ambientais sérios, perda de receitas da União, consequências para os locais e dificuldade de acesso às praias.

O que diz a nota

A PEC das praias visa fazer com que os terrenos de marinha, áreas que ficam a 33 metros de distância do mar, pertencentes à União, possam ser vendidos para empresas, pessoas, estados ou municípios, deixando de ser compartilhados com o governo. Na nota divulgada, o governo informa que a PEC estaria indo contra um texto da Constituição que autoriza a União a possuir as propriedades exclusivas dos terrenos. 

Segundo o texto, o projeto iria impactar a proteção de áreas costeiras já que encerraria o conceito de uma faixa de segurança nas praias, permitindo a alienação e uma ocupação desenfreada do espaço, colocando em risco o ecossistema do Brasil e fazendo com o que o país se torne mais propício a receber eventos climáticos extremos, como as onda de calor. 


Post nas redes sociais divulgando o comunicado (foto: reprodução/Instagram/@canalgov/@gestaogovbr)


“A proposta pode gerar uma dificuldade de acesso da população às praias, já que ela favorece a especulação imobiliária e o interesse de um conjunto de empreendimentos costeiros que podem se estender sobre essas áreas. As comunidades pesqueiras também podem ser afetadas, pois precisam desses acessos para a sua produção”.

Nota do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI)

O Ministério também argumenta que além do perigo da população não conseguir conviver em uma área de lazer, a PEC iria contribuir para a construção de imóveis no litoral. Estas áreas já são visadas pelo turismo e construção civil, o que facilitaria para que negociações irregulares acontecessem entre empresários e os moradores, ocasionando em conflitos de propriedade e insegurança jurídica.

O MGI termina a nota afirmando que a gestão dos terrenos de marinha é de extrema importância para proteger o meio ambiente e para lidar com as questões climáticas, a possível aprovação é considerada um retrocesso. “Seria ir na contramão do que vários países têm feito de proteger essas regiões, de limitar o uso, de exercer soberania”, conclui o comunicado. 


Vídeo divulgado explicando as críticas (vídeo: reprodução/Instagram/@gestaogovbr)


Reação do presidente e votação

A PEC das praias foi aprovada pela Câmara dos Deputados em 2022 e encontra-se atualmente em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Ela voltou a ser discutida no final de maio de 2024 e possui autoria do ex-deputado federal, Arnaldo Jordy. Flávio Bolsonaro, nesse ano, assumiu a relatoria e já se mostrou a favor da aprovação.  

Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, declarou na segunda-feira (03) que o presidente Lula também não é favorável ao plano, afirmando que trabalharão de forma contrária ao texto e que terão tempo para discutir com a CCJ mudanças no texto. Após a polêmica, o presidente do Senado afirmou que a proposta não está entre as prioridades para votação entre os parlamentares e segue sem data para sessão. 

Conheça as taxas de laudêmio e foro previstas para mudanças em PEC das praias

A Proposta de Emenda Constitucional do Senado, que ficou conhecida como PEC das praias, vem levantando diversas discussões e polêmicas nos últimos dias. Atualmente, a União é proprietária dos espaços conhecidos como terrenos de marinha, áreas localizadas a 33 metros do início do mar que não chegam a fazer parte da praia e nem das marés. 

Devido a essa especificação, os moradores e donos de negócios da região são obrigados a pagar ao governo uma taxa para conseguirem utilizar o local privadamente. O plano apresentado visa mudar isso e passar a titularidade do terreno mediante compra para essas pessoas que usufruem do espaço, evitando o pagamento desses valores. 

Como funciona o pagamento

Os terrenos de marinha costumam ser muito ocupados por hotéis, resorts, bares e casas de moradores da região e eles devem obrigatoriamente pagar uma taxa única chamada de laudêmio. O laudêmio é um custo pago em negociações de compra ou venda de imóveis localizados no litoral pertencentes à União, seu preço pode chegar até 5% do valor que vale a propriedade. 

O Serviço de Patrimônio da União costuma realizar uma avaliação do terreno para definir o valor do pagamento que precisa ser feito antes do registro da escritura na matrícula do espaço. Além do laudêmio, existem outras taxas cobradas, como o foro e a taxa de ocupação, pagos anualmente. 


Praia do Leme no Rio de Janeiro (Foto: reprodução/Anderson Coelho/Getty Images Embed)


O foro é o honorário responsável pelo domínio do imóvel em terrenos de marinha, apesar de eles conterem uma escritura, os responsáveis pela propriedade pagam esse imposto de aforamento para representar o compartilhamento de terreno com a União, o custo é de 0,6% em cima do preço avaliado do espaço. 

A taxa de ocupação é paga para a União pela ocupação dos proprietários no imóvel, não importando a localização do terreno. O custo é entre 2% a 5% do preço avaliado da propriedade, cobrado quando uma área pública federal é usufruída por indivíduos ou negócios.  

O laudêmio deve ser pago pelo responsável que estiver vendendo o imóvel, mas é permitido realizar um acordo para que o comprador também auxilie na taxa. A quitação é feita por meio da Guia de Recolhimento da União (GRU), que pode ser retirada no site da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) ou no seu aplicativo. 

Foro e taxa de ocupação são ambos quitados por parcelas ou em cota única anual pelo Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), também retirado pelo SPU. 

Mudanças estabelecidas e críticas

A União permite essa utilização para assegurar o acesso da população ao mar e para defender zonas de costa vulneráveis, mas a proposta visa transferir completamente a posse integral do governo para os proprietários, que podem ser indivíduos, estados e municípios. 


Flavio Bolsonaro, relator da proposta (Foto: reprodução/Andre Coelho/Bloomberg/Getty Images Embed)


Flavio Bolsonaro, relator do plano, defende que o projeto visa encerrar o pagamento de taxas altas, os apoiadores da proposta também defendem que a PEC geraria novos empregos, aumentaria o turismo da região, melhoraria áreas degradadas e aumentaria a arrecadação de impostos pela regularização.  

A proposta é alvo de críticas de diversos ambientalistas que enxergam isso como um retrocesso e perigo ao meio ambiente. Apesar de o texto não tratar de uma privatização das praias, sua aprovação poderia contribuir para o desmatamento, segundo especialistas, o risco de grandes empreendimentos conseguirem autorização para ocuparem áreas inteiras e fecharem acessos ao litoral são grandes, pois, serão as únicas proprietárias do espaço. 

Eles ainda defendem que uma mudança nesse nível pode limitar o acesso de turistas às praias, contribuindo para uma privatização de áreas de lazer de livre acesso. A PEC foi aprovada pela Câmara dos Deputados e deve passar pelo Senado, mas sem data divulgada ainda. 

Neymar responde Luana Piovani em nova discussão no Instagram

Nesta sexta-feira do dia 31, Neymar Jr retrucou críticas vindas de Luana Piovani, que defendia a ideia da estatização e criticava a posição do atleta sobre o tema. Em um post no Instagram, Luana apontou via textos e vídeos a importância das praias brasileiras serem públicas, e comentou sobre as opiniões e atitudes de Neymar de acordo com a privatização.


Postagem de Luana Piovani e do perfil Melhoresig defendendo a estatização das praias (Foto: reprodução/instagram/@luapio/@melhoresig)


Luana Piovani critica postura de Neymar

A postagem em questão, que recebeu grande atenção, consistia em textos e vídeos explicativos que defendiam fortemente a ideia de estatização das praias brasileiras. Esta postura era uma forte oposição à noção de privatização, que tem sido um tema controverso em discussões públicas recentes.

No entanto, o conhecido jogador de futebol Neymar expressou opiniões que contradiziam diretamente as apresentadas na postagem. Esta atitude reforçou ainda mais as opiniões previamente expressas por Luana Piovani sobre Neymar.

Piovani tem sido aberta em suas críticas a Neymar, afirmando que ele seria um “péssimo pai, péssimo homem”. Agora, de acordo com Piovani, Neymar estaria a caminho de receber o título de “péssimo cidadão”, uma acusação que ela atribui às posturas e opiniões controversas do jogador de futebol.


https://inmagazineig2.websiteseguro.com/wp-content/uploads/2024/05/Video-do-WhatsApp-de-2024-05-31-as-13.02.04_9fc6c5dc.mp4
Neymar se pronuncia sobre ataque de Luana via stories (Vídeo:reprodução/instagram/@neymarjr)

Neymar rebate críticas

Neymar não ficou em silêncio e decidiu responder diretamente à atriz Luana Piovani, afirmando: “Entenda o caso, MAL AMADA FALASTRONA! Se preocupa tanto com o Brasil e mora em Portugal. Agora entendo teus filhos querer mais tempo com o pai que com você”.

A última frase de Neymar é uma clara referência ao fato de que Dom, o filho mais velho de Luana Piovani e Pedro Scooby, seu ex-marido, recentemente pediu para morar com o pai no Brasil.

PEC de privatização das praias segue em discussão no Senado

A proposta de emenda à Constituição (PEC) que pode privatizar praias brasileiras voltou a ser o assunto da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, nesta segunda-feira (27). O texto propõe a autorização do domínio de áreas do litoral do Brasil para ocupantes particulares a partir de pagamento. 

Com autoria do ex-deputado federal Arnaldo Jordy (Cidadania-PA), o texto está em processo na CCJ do Senado desde 2022. Ele foi aprovado pela Câmara depois de passar por uma comissão especial e pela CCJ da Casa.

Na Casa Alta, a relatoria é do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que demonstrou estar a favor da proposta. Flávio Bolsonaro acredita que um regime patrimonial específico deve ser colocado para esses bens.


PEC prevê algumas exceções (Foto: reprodução/Freepik/@teksomolika)

Situação atual das praias

A Constituição demonstra que as praias são propriedade da União. Territórios da costa marítima, como praias, lagoas e até margem de rios, podem ser utilizados livremente pela população, sendo a exceção territórios controlados pelas Forças Armadas do Brasil.

Mesmo próximas a propriedades privadas, como condomínios, resorts e hotéis no litoral, o acesso às praias continua liberado pela legislação brasileira. 

Caso PEC seja aprovada 

A sugestão da PEC é revogar um trecho da Constituição brasileira e permitir que territórios de marinha sejam transferidos para ocupantes particulares, estados e municípios. 

Deverá ser realizada uma inscrição junto ao órgão de gestão do patrimônio da União para que a posse desses territórios seja adquirida até por empresas e ocupantes particulares. O texto demonstra que a União poderá ter domínio dos terrenos de marinha em ocasiões específicas. 

Os acessos aos territórios continuam públicos quando as áreas são afetadas pelo serviço público federal, tiverem unidades ambientais federais e se não estiverem ocupadas. Áreas afetadas ao serviço público estadual e municipal também poderão ser de domínio de estados e municípios. 

Críticas e defesas da PEC

O relator, senador Flávio Bolsonaro, acredita que a restrição de uso de bens sob o domínio da União pode causar prejuízos para o planejamento territorial e urbano.

Já parlamentares opositores ao texto expõem que a proposta pode comprometer a biodiversidade nos litorais e defendem que as áreas precisam ser preservadas. A preocupação é de que áreas possam ser destinadas para fins mobiliários. O Observatório do Clima emitiu uma nota e denominou a PEC como “Pacote da Destruição prestes a ser votado”.