O ator Raul Gazolla, de 69 anos, falou pela primeira vez com contundência sobre a morte do homem condenado pelo assassinato brutal de sua então namorada, Daniella Perez, em 1992. Em entrevista à Revista Veja, Gazolla revelou que sentiu alívio ao saber que Pádua havia morrido em 2022, vítima de um infarto.
Eu agradeci ao universo. O mundo respira melhor hoje”, afirmou.
Tragédia que marcou gerações
Daniella Perez, também atriz e filha da autora Glória Perez, foi assassinada aos 22 anos com 18 golpes de punhal, quando estrelava a novela “De Corpo e Alma”, da TV Globo. O crime cometido por Guilherme e que chocou o Brasil ocorreu na noite de 28 de dezembro de 1992. A atriz e bailarina foi morta por Guilherme e sua então esposa, Paula Thomaz.
Daniella tinha deixado o estúdio no Rio, onde gravara cenas da produção, em seu carro, e foi seguida por Guilherme e Paula, dentro de outro veículo. Horas mais tarde, Daniella foi encontrada morta num terreno baldio perto da Rua Cândido Portinari, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, com 16 perfurações no peito e no pescoço. Guilherme chegou a consolar Gloria Perez por telefone, mas o crime acabou descoberto.
O ex-ator foi condenado a 19 anos de prisão. Mas, sete anos depois, em 1999, deixou o presídio, na época em condicional. Em liberdade, tornou-se pastor evangélico e atuante nas redes sociais.
Na época do crime, Raul e Daniella eram casados. Eles se conheceram em 1989 e, dois anos depois, se casaram.
Só agora, 32 anos depois, vi a Glória sorrir. O pai da Dani não suportou e morreu de tristeza”.
Raul Gazolla
Raul defende punições mais duras para assassinos
Na entrevista, Raul Gazolla sobre morte de Guilherme de Pádua também defendeu mudanças no sistema penal brasileiro. Embora não apoie a pena de morte como política pública, acredita que casos de psicopatas confessos exigem prisão perpétua.
Essas pessoas não devem mais conviver entre nós. Se possível, não deveriam respirar o mesmo ar.”, declarou o ator
Ele afirmou que não consegue perdoar os responsáveis pelo assassinato de Daniella. Para o ator, esse tipo de crime é imperdoável, e seus autores não deveriam compartilhar espaços públicos com pessoas comuns, como cinemas e restaurantes. Segundo Gazolla, é fundamental proteger a sociedade de indivíduos que cometeram atos de tamanha crueldade, pois eles continuam representando um risco, mesmo após cumprirem pena.
O caso voltou a ganhar repercussão nos últimos anos com o documentário “Pacto Brutal”, lançado pela HBO Max.