Estados Unidos aumentam para US$ 50 milhões a recompensa para informações que incriminem Maduro

Os Estados Unidos decidiram aumentar de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) a recompensa por informações que possam levar à captura ou condenação do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (7) pela procuradora-geral Pam Bondi, que justificou a medida afirmando que o líder venezuelano representa um risco à segurança nacional americana e o classificou como “um dos maiores narcotraficantes do mundo”.

Maduro é acusado pelo Departamento de Justiça dos EUA de participar de crimes como narcoterrorismo, tráfico e importação de cocaína, além do uso de armas para atividades ligadas ao tráfico. Ele também é apontado como líder do chamado Cartel de los Soles, grupo recentemente incluído na lista de organizações terroristas internacionais pelos americanos.

Justiça americana faz cerco a Maduro

As autoridades dos EUA afirmam já terem confiscado mais de US$ 700 milhões em bens de Maduro, incluindo dois aviões e nove carros. Além disso, interceptaram cerca de 30 toneladas de cocaína associadas a ele e seus aliados, sendo quase 7 toneladas diretamente ligadas ao presidente — parte misturada com fentanil.

Apesar da recompensa elevada, a medida tem caráter mais político que prático, já que Maduro segue governando a Venezuela e mantém relações com aliados estratégicos como Rússia, China e Irã. O Departamento de Justiça também oferece recompensas por informações sobre outros altos membros do governo, como Diosdado Cabello e Vladimir Padrino López.


Cartaz do Departamento dos EUA oferecendo recompensa sobre Maduro (Foto: reprodução/X/@StateINL)


Quem é Maduro?

No poder desde 2013, após a morte de Hugo Chávez, Maduro governa sob acusações de corrupção, repressão e fraude eleitoral. Sua reeleição em 2024 é considerada pela oposição e pela comunidade internacional como um exemplo extremo de abuso de poder, marcada pela perseguição de adversários, prisões e exílios forçados, como o do candidato Edmundo González.

Amparado por mudanças constitucionais feitas em 2009, que permitem reeleições ilimitadas, Maduro mantém controle sobre toda a estrutura estatal, dificultando qualquer transição de poder.

EUA oferecem US$ 25 milhões por prisão de Maduro

Na segunda-feira (28), em Washington, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou uma recompensa de US$ 25 milhões (cerca de R$ 140 milhões) por informações que levem à prisão ou condenação de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. A medida foi divulgada por meio da conta oficial da Administração de Repressão às Drogas (DEA), que compartilhou um cartaz com a foto de Maduro e o valor da recompensa.

A ação ocorre após o governo norte-americano intensificar as acusações contra Maduro e seus aliados. Ele é apontado como líder do chamado “Cartel de Los Soles”, grupo classificado na última sexta-feira (25) como uma organização terrorista internacional. Segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, o cartel estaria envolvido com o narcotráfico e teria vínculos com organizações como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa.

Maduro é acusado de narcoterrorismo e tráfico internacional

As acusações contra o presidente venezuelano incluem conspiração para narcoterrorismo, importação de cocaína, além do uso e transporte de armas para o tráfico. Ainda segundo o Departamento de Justiça, os ministros venezuelanos Diosdado Cabello Rondón (Interior) e Vladimir Padrino López (Defesa) também estão sendo investigados.


Governo dos EUA divulga recompensa por informações sobre Maduro (Foto: reprodução/@DEAHQ/X)

Com essas acusações, a recompensa bilionária tem sido vista como uma estratégia do governo norte-americano para ampliar a pressão política sobre o regime venezuelano e enfraquecer sua atuação no cenário internacional. O cartaz divulgado lembra o estilo das antigas campanhas contra líderes do narcotráfico, como Pablo Escobar.

Classificação de cartel como organização terrorista amplia tensão

A escalada de acusações marca mais um capítulo da deterioração das relações diplomáticas entre os dois países. De acordo com o documento oficial, o grupo liderado por Maduro representa uma ameaça à segurança e à paz dos Estados Unidos. A inclusão do cartel na lista de organizações terroristas aumenta as sanções e fortalece a atuação legal das autoridades americanas para capturar os envolvidos.

Ainda não houve resposta oficial do governo venezuelano à nova ofensiva norte-americana. No entanto, especialistas em relações internacionais afirmam que a medida pode gerar impactos diplomáticos duradouros e dificultar ainda mais as negociações entre os países.

Estados Unidos oferece recompensa por informações sobre membro do Hezbollah

Nesta terça-feira (30), o governo norte-americano anunciou uma recompensa de aproximadamente R$ 28 milhões por informações sobre Fu’ad Shukr, o conselheiro sênior do chefe do grupo terrorista Hezbollah e membro do Conselho de Jihad. O líder teria sido o alvo da ofensiva das Forças israelenses nos subúrbios no sul de Beirute na tarde de ontem.

A recompensa por Fu’ad Shukr

A informação sobre a recompensa foi divulgada pelo website “Recompensas pela Justiça”, cuja missão é gerar informações úteis que protejam os cidadãos estadunidenses e promovam a segurança nacional dos EUA. O programa oferece recompensas por informações sobre terrorismo, atividades maliciosas que ameacem os país. De acordo com o site, Fu’ad Shukr, também conhecido pelo nome de al-Hajj Mohsin, é o maior braço militar do Hezbollah e tem ajudado o grupo e as tropas pró-Síria contra as forças de oposição dentro da Síria.


Israel lançou ofensiva no sul de Beirute, tendo Shukr como alvo principal (Foto: reprodução/Houssam Shbaro/Anadolu/Getty Images Embed)


O site destaca que Fu’ad Shukr teve papel essencial no atentado que vitimou 241 militares do Quartel do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA em Beirute. O ataque ocorreu em 23 de outubro de 1983 e também feriu outros 128 militares. Desde de setembro de 2019, o Departamento de Estado norte-americano atribuiu a Shukr a alcunha de “Terrorista Global Especialmente Designado de acordo com a Ordem Executiva 13224”. A ordem veio quase cinco anos depois do Departamento do Tesouro impor sanções a Shukr e a dois outros líderes do Hezbollah.

Israel diz que Shukr foi eliminado

Israel realizou um ataque aos subúrbios de Beirute nesta terça-feira (30) com intenção de eliminar Fu’ad Shukr, um dos alvos de maior patente militar dentro do Hezbollah. O país acusou o comandante de ser responsável por um ataque nas Colinas de Golã ocorrido no sábado (27). Os foguetes teriam sido disparados do Líbano e feriram 44 civis israelenses e mataram 12 crianças que brincavam num campo de futebol na cidade de Majdal Shams. O grupo negou a autoria do ataque.

Segundo comunicado das Forças de Defesa de Israel, Fu’ad Shukr teria sido morto no ataque feito ontem. Entretanto, uma autoridade do governo do Líbano afirmou à rede CNN que o comandante teria sobrevivido ao ataque.