Meta busca prevenir a divulgação de anúncios falsos que utilizam imagens de pessoas públicas

A Meta anunciou nesta segunda-feira (21) que está testando um novo método para prevenir a propagação de anúncios falsos que fazem uso de imagens de pessoas públicas. A empresa afirma que essa prática viola suas políticas, além de prejudicar usuários. Assim, a plataforma pretende usar o reconhecimento facial, em um processo que compara as imagens dos anúncios com a de perfis destas figuras públicas nas redes.


Verificação biométrica e detecção facial (Foto: reprodução/
filadendron/ Getty Images Embed)


Segundo a Reuters, a Meta disse que vai inscrever cerca de 50 mil figuras públicas em um teste que envolve comparar automaticamente suas fotos de perfil com imagens usadas em anúncios suspeitos de golpe. Se as imagens corresponderem e a Meta acreditar que os anúncios são formas de golpe, ela os bloqueará.

A ideia aqui é: implementar o máximo de proteção que pudermos para eles. Eles podem optar por não participar se quiserem, mas queremos ser capazes de tornar essa proteção disponível e fácil para eles“, afirma Monika Bickert, vice-presidente de política de conteúdo da Meta.


O que é o “celeb-bait” ?

Em alguns casos, cibercriminosos criam perfis falsos de celebridades, usando sua reputação para dar golpes em pessoas em busca de ganhos financeiros. Vale lembrar que quando a Meta fechou seu sistema de reconhecimento facial em 2021, excluindo os dados de escaneamento facial de um bilhão de usuários, ela citou “crescentes preocupações sociais“.

Problemas legais para a empresa

Em agosto desse ano, a empresa foi condenada a pagar ao Texas US$ 1,4 bilhão para resolver um processo estadual acusando-a de coletar dados biométricos ilegalmente.

Além disso, a Meta está com o nome enrolado em processos que a acusam de não fazer o esforço adequado para impedir golpes que usam imagens de pessoas famosas, geralmente geradas por inteligência artificial, para enganar os usuários a doar dinheiro para esquemas de investimento inexistentes.

A tecnologia de reconhecimento facial requer a coleta e o armazenamento de dados biométricos, que são informações sensíveis. A coleta sem o consentimento explícito pode violar leis de privacidade. A vigilância em massa por meio de reconhecimento facial pode ter um efeito negativo sobre a liberdade de expressão, já que as pessoas podem evitar participar de manifestações ou eventos públicos devido à possibilidade de serem identificadas.

Também há a preocupação com ataques cibernéticos, tendo em vista que a tecnologia de reconhecimento facial pode se tornar alvo, resultando no roubo de dados biométricos, que são praticamente irrecuperáveis. 

Cem pessoas são presas por meio de reconhecimento facial no Rio de Janeiro

No último domingo (14), a Polícia Militar do Rio de Janeiro alcançou o marco de cem detenções de infratores por meio do sistema de identificação facial, em vigor no estado desde o início do novo ano.

Captura de fugitivo por meio do sistema

Um fugitivo da lei, com mais de 20 registros criminais, foi capturado em Bonsucesso por policiais militares do Batalhão da Maré (22ºBPM). Ele estava sujeito a uma ordem de prisão por roubo. Conforme relatado pela PM, graças à tecnologia, o intervalo entre a emissão do alerta e a intervenção dos policiais foi inferior a três minutos.

De acordo com as autoridades, a aplicação do Sistema de Vigilância e Reconhecimento Facial tem desempenhado um papel crucial na estratégia de combate à criminalidade. Segundo um comunicado feito pela PM a capacidade de processar um grande volume de informações otimiza significativamente o trabalho das equipes, especialmente em áreas de grande concentração populacional e eventos de grande porte.


Câmera de reconhecimento facial. (Foto: reprodução/unsplash/Enrique Alarcon)

Além disso, a corporação planeja integrar a ferramenta em todas as viaturas, por meio da instalação de câmeras embarcadas, visando aprimorar o monitoramento em tempo real e reforçar a segurança com intervenções mais rápidas. Apesar dos resultados positivos, a tecnologia foi alvo de críticas logo após sua implementação, devido a casos de capturas irregulares causadas por falhas no sistema.

No início do ano, dos quatro primeiros detidos por meio das câmeras de reconhecimento facial, dois foram posteriormente liberados devido a inconsistências nas prisões. Na ocasião, a Secretaria de Segurança Pública atribui tais falhas a problemas de atualização do banco de dados.

 A Secretaria ainda disse que esta sendo trabalhado por meio da Polícia, Justiça e Governo Federal um modo para integrar e unificar esses bancos de dados, visando automatizar ao máximo esse processo.

Investimento destinado ao sistema

Por outro lado, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro esclareceu que mantém um banco de dados validado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), fornecendo informações sobre mandados de prisão pendentes, disponível para consulta pública. O investimento do Governo do Estado na implementação do sistema totalizou R$ 18 milhões, incluindo equipamentos e softwares.