Supremo Tribunal Federal marcou para dezembro o julgamento do chamado “núcleo 2” da trama golpista

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo é apontado como responsável pela elaboração da “minuta do golpe”, bem como por coordenar ações de monitoramento de autoridades públicas e articular operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) com o intuito de dificultar o voto de eleitores na Região Nordeste nas eleições de 2022.  A relatoria do processo é do ministro Alexandre de Moraes, enquanto o ministro Flávio Dino, recém-empossado presidente da Primeira Turma do STF, conduzirá as sessões. 

Réus e acusações 

Os acusados são figuras com histórico de atuação no governo de Jair Bolsonaro, incluindo o ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques e militares da reserva. Eles respondem por crimes como:

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Tentativa de golpe de Estado;
  • Organização criminosa armada;
  • Dano qualificado;
  • Deterioração de patrimônio tombado;

De acordo com a denúncia da PGR, o “núcleo 2” teria sido responsável por planejar medidas para anular o resultado das eleições, articular o monitoramento de autoridades e provocar entraves ao voto em regiões estratégicas.


Reportagem sobre o pedido de condenação dos réus (Foto:reprodução/X/@jornalnacional) 

Calendário e duração das sessões

O julgamento ocorrerá em quatro datas distintas, com formato misto de turno duplo e manhã apenas:

  • 9 e 16 de dezembro: sessões das 9h às 12h e das 14h às 19h
  • 10 e 17 de dezembro: sessões apenas no período da manhã

Contexto do processo e implicações

Esse julgamento integra um conjunto de ações judiciais derivadas do inquérito das milícias digitais e da investigação sobre a tentativa de golpe nas eleições de 2022. Em setembro de 2025, foi concluído o julgamento do “núcleo 1”, no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus foram condenados por crimes relacionados à trama golpista.

Especialistas e criminalistas consultados antecipam que, no novo julgamento, o STF manterá rigor semelhante ao aplicado no núcleo anterior, inclusive no que tange às penas aplicadas. A forma como os ministros irão distribuir os votos e calibrar as penas será seguida de perto pelos observadores políticos e jurídicos, dada a elevada carga simbólica e institucional do processo.

STF julga Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe com provas digitais, gravações e mensagens

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (2) o julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus. Todos respondem por crimes ligados à tentativa de golpe de Estado em 2022.

Logo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) reuniu gravações, mensagens e documentos que mostram como a organização criminosa atuou para fragilizar o Estado Democrático de Direito. Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, o grupo “documentou quase a totalidade” de suas ações.

Acusações e núcleo de acusados

Sendo assim, Bolsonaro e seus aliados são acusados de cinco crimes: golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Entre os réus estão nomes centrais do governo anterior: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. A princípio, todos negam envolvimento em planos golpistas e afirmam que não houve ação concreta para impedir a posse do presidente Lula.


Polícia Federal tem supervisionado Jair Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/@UOL)

Provas reunidas pela PGR

As provas listadas pela PGR incluem transmissões ao vivo com ataques sem evidências às urnas, documentos internos e reuniões voltadas ao uso irregular das forças de segurança. Mensagens também indicam manipulação do relatório militar sobre o sistema eletrônico de votação.

Além disso, depoimentos e registros mostram ainda a convocação do Alto Comando do Exército para discutir medidas contra a posse de Luís Inácio Lula da Silva. O material apreendido traz minutas de decretos, mensagens estratégicas e até planos militares, como a operação “Punhal Verde Amarelo”.

Ainda mais, as imagens de destruição dos Três Poderes que ocorreu em 8 de janeiro de 2023 foram usadas como prova da deterioração do patrimônio. Órgãos como a Câmara, o Senado e o STF entregaram documentos detalhando prejuízos.

Organização criminosa e riscos atuais

Segundo a PGR, a atuação ocorreu de forma estável, hierárquica e com divisão de tarefas. Para o órgão, trata-se de uma organização criminosa consolidada dentro da estrutura do Estado, com apoio de setores militares.

Diante da proximidade do julgamento, a Polícia Federal reforçou a segurança na casa de Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar. O ex-presidente usa tornozeleira eletrônica e está sob monitoramento em tempo real.

Gonet conclui parecer e deve pedir condenação de Bolsonaro e aliados 

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, deverá encaminhar à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) até a próxima segunda-feira (14), data limite, parecer decisivo em relação à ação penal 2668, que julga o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 30 réus. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, e outros quatro ministros terão até setembro deste ano (2025) para concluir o caso.

Decisão de Gonet 

Nos bastidores, os advogados dos réus acreditam que o parecer da Procuradoria Geral da República (PGR) será rigoroso. Mesmo após a decisão do presidente estadunidense, Donald Trump, em taxar os produtos brasileiros importados pelos EUA em 50%, como forma de pressionar autoridades do Brasil, inclusive, pela ampla anistia dos julgados nos atos antidemocráticos de 08 de janeiro de 2023, entende-se que Gonet seguirá o rito processual, com base nas provas colhidas até o momento, solicitando a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A pressão pela anistia dos réus tem se intensificado ao longo dos últimos dias. O ex-presidente Jair Bolsonaro, seus filhos Eduardo e Flávio, além de aliados e parlamentares, tem realizado diversas publicações em suas redes sociais alegando perseguição política. Com o apoio do presidente dos EUA Donald Trump uma “guerra de narrativas”, contra e a favor do ex-presidente, fortalece a polarização política no Brasil.


Publicação do ex-presidente Jair Bolsonaro, sobre o apoio recebido do presidente estadunidense Donald Trump (Foto: reprodução/X/@jairbolsonaro)

No entanto, além de Bolsonaro, outros sete réus considerados parte integrante do “núcleo 1” ou “núcleo crucial” da ação podem ser condenados pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado, grave ameaça contra o patrimônio da União, além de organização criminosa armada. Ao todo, neste processo, 30 pessoas estão sentadas no banco dos réus.

Condenação

A defesa dos réus entende que Paulo Gonet apresentará, em seu parecer, uma pena alta a ser cumprida por Bolsonaro. Levando em consideração que as denúncias oferecidas pela PGR apontam o ex-presidente como líder do que eles chamam de “atos golpistas”, o pedido de Gonet optará por uma pena entre 20 a 30 anos, inicialmente em regime fechado. A percepção dos advogados baseia-se em outras penas aplicadas pelo STF até o momento a outros réus condenados, os quais não tiveram papel crucial na ação.


Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, em depoimento no STF em 09 de junho de 2025 (Fotos: reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images Embed)


A decisão de Paulo Gonet, será conhecida na íntegra nos próximos dias e leva em consideração não só as provas iniciais, mas também os depoimentos colhidos ao longo do julgamento. Tanto os depoimentos das testemunhas de defesa quanto das testemunhas de acusação foram essenciais para a elucidação do caso, conforme informou a PGR. Indicando que a pressão do presidente Donald Trump, feita nos últimos dias, não será levada em conta pelas autoridades brasileiras julgadoras da ação penal 2668.

Marcado julgamento dos réus pelo sequestro de Marcelinho Carioca

Nesta sexta-feira, 2 de agosto, a Justiça marcou para as 13h30 o julgamento dos réus acusados de estarem envolvidos no sequestro do ex-jogador Marcelinho Carioca e de sua amiga, Taís Alcântara de Oliveira, ocorrido em 17 de dezembro de 2023, na cidade de Itaquaquecetuba, Grande São Paulo. O julgamento será realizado de forma virtual, e será presidido por Sérgio Cedano, juiz da 2ª VARA Criminal do Fórum de Itaquaquecetuba.

Denuncias anônimas levaram até as vitimas

As vítimas foram encontradas e resgatadas, pela Polícia Militar, em um cativeiro na mesma cidade. O julgamento inclui audiência de instrução, depoimentos de vítimas e testemunhas, interrogatório dos réus e debates entre acusação e defesa. A sentença será dada pelo juiz, mas pode ser comunicada alguns dias após o julgamento. A Policia chegou ao local, após receber denúncias anônimas sobre o local do cativeiro.

Dos acusados, quatro deles estão presos desde 18 de dezembro, são eles: Jones Santos Ferreira. Wadson Fernandes Santos, Eliane de Amorim, e Thauannata dos Santos. Caio Pereira da Silva, foi preso em 2 de fevereiro de 2024, Matheus Eduardo Candido Costa e Camily Novais da Silva, continuam foragidos, podendo ser julgados à revelia. Cada um dos réus teve sua prisão preventiva, decretada pela justiça.

Crime não premeditado

A Divisão Antissequestro (DAS) da Polícia Civil investiga o caso e acredita que o sequestro não foi premeditado, tendo sido realizado por acaso, na ocasião os sequestradores virão a oportunidade, quando Marcelinho entregava ingressos de um show para Taís em uma comunidade de Itaquaquecetuba. O carro de luxo do ex-jogador chamou a atenção dos criminosos, que fizeram abordagem. As vítimas foram ameaçadas e agredidas, a quadrilha exigia dinheiro de Marcelinho.


Tribunal (Foto: Reprodução/Pool/Getty Images Embed)


O grupo foi denunciado, por crimes como associação criminosa, receptação, roubo, extorsão mediante sequestro e lavagem de dinheiro. As investigações irão continuar, a fim de encontrar outros envolvidos no crime.

Jones Santos Ferreira confessou participação em outros crimes de estelionato e afirmou ter fornecido contas bancárias para receber valores de golpes. Wadson Fernandes Santos e Eliane de Amorim também foram acusados de envolvimento na movimentação financeira dos valores obtidos pelo sequestro. Thauananata dos Santos, que cuidava das vítimas no cativeiro, disse que não tinha intenção de participar do crime, mas queria estar ao lado de Caio Pereira da Silva.