Rodrigo Santoro é homenagiado na CCXP25

Rodrigo Santoro abriu a CCXP São Paulo 2025 com brilho próprio. Aos 50 anos, o ator foi celebrado no Palco Thunder nesta quinta-feira (4), onde recebeu uma homenagem que revisitou sua trajetória impecável no cinema brasileiro e internacional.

 Ícone de produções como 300, Love Actually e Westworld, Santoro foi recebido por uma plateia calorosa, que aplaudiu cada lembrança e curiosidade compartilhada por ele no palco.

Com seu jeito sereno e bem-humorado, Rodrigo Santoro compartilhou a experiência de atuar em diferentes idiomas e comentou o orgulho de levar o nome do Brasil a produções internacionais. O ator também falou sobre seu atual personagem, revelando os desafios e aprendizados que o papel proporcionou.

“É um dos personagens mais desafiadores da minha carreira. Crisóstomo vem do livro de Valter Hugo Mãe, um escritor português incrível. Ele representa tudo de bom, e o maior desafio foi dar humanidade a esse personagem”, contou ele à Quem.

Rodrigo em O Filho de Mil Homens

O ator vive ainda um momento especial com O Filho de Mil Homens, lançado em 30 de outubro. No longa, ele interpreta Crisóstomo, um pescador marcado pela solidão e por um desejo profundo: tornar-se pai. 

Para Santoro, a força da história está exatamente nessa mensagem de afeto, acolhimento e nos vínculos que podem nascer do coração, e não apenas do sangue.


Rodrigo Santoro O Filho de Mil Homens (Foto: reprodução/Instagram/@rodrigosantoro)


Baseado na obra de Valter Hugo Mãe, Crisóstomo representa uma bondade quase mítica, o que tornou o processo de humanizá-lo ainda mais complexo. 

Segundo Rodrigo, o filme tem potencial de tocar o público de maneira profunda, especialmente em tempos em que ouvir e olhar o outro se tornou cada vez mais raro.

Santoro e família

Rodrigo Santoro é casado com a atriz e jornalista Mel Fronckowiak, com quem tem duas filhas, Nina e Cora. A família, conhecida pela discrição, aparece apenas em momentos especiais, mas sempre evidencia harmonia, afeto e muita parceria. Tanto Rodrigo quanto Mel priorizam uma rotina longe dos holofotes, valorizando gestos simples, presença real e uma dinâmica tranquila, essencial para manter o equilíbrio em meio às agendas intensas.


 

Rodrigo Santoro e sua esposa, Mel Fronckowiaak (Foto: reprodução/Instagram/@rodrigosantoro)


A chegada das filhas também acrescentou uma nova camada à jornada do ator. Santoro costuma dizer que a paternidade transformou sua percepção sobre tempo, prioridades e cuidado. Mesmo com compromissos no cinema nacional e internacional, ele faz questão de conciliar sua rotina para estar perto da família, reforçando que são esses laços que o mantêm centrado, independente do sucesso e do reconhecimento que conquista ao redor do mundo.

 

Filme com Rodrigo Santoro representará o Brasil no Festival de Berlim

A última indicação de um filme brasileiro à mostra competitiva pelo Urso de Ouro no Festival de Berlim aconteceu há muitos anos. Para a volta de produções nacionais na edição de 2025, Gabriel Mascaro disputa o prêmio com seu novo filme, estrelado por Rodrigo Santoro. O ator também marca seu retorno à cerimônia, após oito anos. O festival está marcado para acontecer entre os dias 13 e 23 de fevereiro, e a indicação do filme brasileiro fechou a lista oficial, que estava sendo divulgada aos poucos.

Maré boa e reconhecimento do cinema brasileiro

As produções cinematográficas brasileiras têm passado por uma maré de sorte em nível internacional após a conquista de Fernanda Torres no Globo de Ouro. Agora, é a vez de Rodrigo Santoro retornar ao Festival de Berlim, por sua atuação no longa dramático, dirigido por Gabriel Mascaro (Boi Neon). Santoro imergiu nas águas turvas e místicas da Amazônia, para interpretar o personagem Cadu, em “O Último Azul” e está muito entusiasmado pela indicação, segundo divulgado pela imprensa.

A seleção de ‘O Último Azul’ para a competição principal de Berlim só reforça o quanto o Brasil é capaz de produzir um cinema forte, profundo e competitivo. É emocionante ver o cinema independente chegando tão longe, feito com garra e talento – muitas vezes, com muito pouco. Sigo acreditando nesse cinema”, revelou Santoro ao site Hugo Gloss. 


O Último Azul”, dirigido por Gabriel Mascaro, estreia no Festival de Berlim 2025 (Foto: reprodução/Instagram/@gabrielmascaro)


Mascaro, juntamente de Anna Muylaert, são os dois diretores brasileiros que exibirão seus filmes no festival alemão. Muylaert, no entanto, apenas apresentará seu filme, “A Melhor Mãe do Mundo”, na Berlinale Special, não participando da disputa pelo Urso.

Anteriormente, o país já havia sido representado por Central do Brasil, de Walter Salles, em 1998, conquistando dois prêmios, um deles sendo o de “Melhor Atriz” para Fernanda Montenegro. Vinte anos depois, em 2008, foi a vez de “Tropa de Elite”, de José Padilha, levar o prêmio para casa. 

A cerimônia da 84ª edição do Festival de Berlim será presidida por Todd Hynes, cineasta pioneiro do movimento cinematográfico, “New Queer Cinema”. 

Etarismo e uma viagem pela Amazônia

Na trama do longa, uma distopia mistura-se com o debate real sobre etarismo; quando Tereza, uma mulher idosa que reside na região industrial da Amazônia, no alto de seus 77 anos, é enviada de forma compulsória, pelo governo, para um conjunto habitacional – uma especial de asilo institucional, que visa acolher pessoas de uma idade mais avançada, para aproveitarem seus ”últimos dias”.

Essa decisão tem por objetivo dar mais tempo produtivo para pessoas mais jovens, um estigma enraizado no imaginário popular. Porém, antes do exílio, a personagem se aventura pelos rios amazônicos, e essa viagem pode produzir uma mudança significativa em sua vida.

O filme ainda não tem data exata para estrear, embora tenha previsão para este ano.