Indicado ainda na gestão do ex-treinador Luis Zubeldía, Juan Dinenno atravessava um período turbulento desde a sua chegada ao estádio ao São Paulo. Sem marcar gols havia mais de um ano, preterido pelo atual técnico Hernán Crespo e com a diretoria declarando interesse em buscar um novo centroavante no mercado, o argentino parecia condenado ao esquecimento no elenco tricolor. Mas o destino deu sinais de mudança neste domingo (14), quando o camisa 19 foi o herói da vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo, no Morumbi, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O gol solitário da partida saiu logo aos 6 minutos, em uma jogada precisa: Enzo Díaz cruzou da esquerda e Dinenno, bem posicionado, empurrou para as redes, rompendo um longo período de desconfiança e celebrando o primeiro momento de alívio em sua trajetória no clube.
São Paulo dominante no primeiro tempo
O início da partida mostrou um São Paulo determinado a se impor diante da torcida. Aproveitando os espaços deixados pelo Botafogo, a equipe de Crespo não teve dificuldade em criar situações de perigo, mesmo sem grande refinamento ofensivo. O rival carioca, desorganizado e errando passes em excesso, pouco ofereceu resistência nos 45 minutos iniciais.
A chance mais clara, além do gol de Dinenno, ocorreu aos 31 minutos, quando Enzo Díaz cobrou falta com categoria e acertou a trave de Gatito Fernández, quase ampliando o marcador.
O domínio tricolor, contudo, não se refletiu em uma vantagem mais confortável. Apesar da posse de bola e da frequência no ataque, o São Paulo não conseguiu traduzir a superioridade em mais gols, deixando a partida em aberto para o segundo tempo.
Pressão alvinegra e emoção até o fim
Na volta do intervalo, o Botafogo promoveu mudanças e voltou mais agressivo. A equipe conseguiu equilibrar o duelo, criando chances e levando perigo ao gol de Rafael. O jogo, antes controlado pelos donos da casa, tornou-se mais aberto e intenso.
Logo aos 4 minutos, o São Paulo chegou a balançar as redes novamente com Tapia, mas o árbitro anulou o lance por impedimento. A partir daí, o confronto ganhou em emoção, com os dois times alternando oportunidades.
A melhor chance para liquidar a fatura surgiu aos 44 minutos. Rigoni, em sua estreia, recebeu livre em contra-ataque, invadiu a área e finalizou na saída de Gatito. O chute, no entanto, explodiu na trave, frustrando o torcedor que já comemorava o segundo gol.
Apesar da pressão alvinegra e das oportunidades desperdiçadas, o São Paulo conseguiu segurar o resultado e garantir três pontos fundamentais na tabela.
Vitória com peso simbólico
Mais do que apenas somar pontos, a vitória representou um alívio emocional para Dinenno e também para a comissão técnica. O argentino, antes alvo de críticas e visto como carta fora do baralho, respondeu em campo com oportunismo e entrega. Seu gol pode significar um recomeço e dar a Crespo uma alternativa confiável para o comando de ataque.
Com o triunfo, o Tricolor chegou a 35 pontos e ocupa a sétima posição, atrás do próprio Botafogo apenas pelos critérios de desempate. A disputa pela vaga na próxima edição da Copa Libertadores segue acirrada, e cada vitória se torna crucial.
Próximos desafios
O calendário são-paulino reserva compromissos decisivos nos próximos dias. Antes de enfrentar o Santos no clássico da Vila Belmiro, no próximo domingo (21), às 20h30 (de Brasília), o time inicia a disputa das quartas de final da Copa Libertadores contra a LDU, em Quito, na quinta-feira (18), às 19h.
Entre a necessidade de manter o ritmo no Brasileirão e a pressão por avançar na competição continental, Crespo terá de lidar com desfalques e escolhas difíceis. No entanto, se a vitória sobre o Botafogo trouxe uma lição, ela veio justamente da superação individual: às vezes, basta uma oportunidade para mudar a narrativa de um jogador e de uma equipe inteira.
