Irã está sem convicção sobre o compromisso de cessar-fogo de Israel

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, general Seyyed Abdolrahim Mousavi, demonstrou desconfiança em relação ao cessar-fogo proposto por Israel há cerca de uma semana. A declaração, divulgada pela agência semioficial Tasnim, sugere possíveis desdobramentos do conflito que podem resultar em mais vítimas.

Tasnim sobre o conflito entre Israel e Iran

A agência Tasnim informou que o general Seyyed Abdolrahim Mousavi conversou por telefone com o ministro da Defesa saudita, príncipe Khalid bin Salman, afirmando: “Não iniciamos a guerra, mas respondemos ao nosso agressor com todas as nossas forças”. O irã demonstra com a declaração que está preparado para revidar se houver nova ofensiva de Israel.

“Considerando que duvidamos totalmente da adesão do nosso inimigo aos seus compromissos, incluindo o compromisso com o cessar-fogo, permaneceremos prontos para responder caso repitam seus ataques”, disse Mousavi, segundo a citação.


Materia da CNN Brasil (Vídeo: reprodução/YouTube/CNNBrasil)

Terã conversa com aliado

A agência saudita confirmou que o príncipe Khalid recebeu telefonema de Mousavi. O teor da conversa abordou relações bilaterais na área de defesa, o desenvolvimento regional e ainda esforços que mantenham a segurança e a estabilidade.

As conversas entre Irã e Arabia Saudita, potências regionais do Oriente Médio, aconteceram depois que o Ministro da Defesa israelense, Israel Katz, deixou claro a Teerã, nesta sexta-feira (27), que realizará novos ataques. Se necessário, adotando uma ‘política de imposição’ para impedir que o Irã reconstrua seu poder aéreo e avance em projetos nucleares e desenvolva mísseis de longo alcance considerados ameaçadores. Katz destacou ainda que a ‘imunidade’ iraniana chegou ao fim.

No Irã, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Mousavi, teve sua nomeação em 13 de junho, quando seu antecessor foi vitimado por ataques realizados por Israel.
O bombardeio à usina de Fordow e a bases militares do Irã pelos Estados Unidos ocorreu no dia 13 de junho, sob a suspeita de que o local estivesse enriquecendo urânio para a construção de uma bomba atômica.