O cometa interestelar identificado como 3I/ATLAS, avistado em 2024 pelo telescópio ATLAS, está apresentando mudanças de cor na sua coma e surpreendendo astrônomos com suas características. Inicialmente vermelha, a coma do objeto agora vem apresentando uma luz de tom esverdeado, levando os cientistas a tentarem descobrir possíveis motivos para a mudança.
A equipe do telescópio ATLAS avistou o objeto misterioso pela primeira vez em outubro de 2024, sendo rapidamente identificado como um cometa que se originou fora do nosso sistema solar. No começo dos estudos, o cometa apresentava características comuns, que não as diferenciava de outros cometas já vistos e estudados. Sua forma foi se alterando com o tempo, desenvolvendo uma cauda, e sua coma foi se tornando mais evidente conforme a velocidade em que ele se movia e se aproximava do Sol. Entretanto, com a nova descoberta através de telescópios espaciais, os astrônomos notaram mudanças incomuns.
Hipótese de mudança química
A transição de cor na coma, que é a nuvem de gás e poeira que se forma ao redor do núcleo do cometa à medida que ele se aproxima do Sol, é a propriedade que mais chama atenção do meio científico. O astrônomo Michael Jäger vem realizando algumas análises do objeto que segue em direção ao Sol, e em uma das suas últimas observações em um eclipse lunar, ele notou que a luz que antes refletia um tom avermelhado, agora dava lugar para uma luz esverdeada.
A suposição que mais tem sido aceita é de que o motivo da transição seria um aumento acentuado na produção de cianeto, uma característica comum nos cometas, conforme o núcleo do 3I/ATLAS se aquece. Embora esse comportamento seja comum em outros cometas estudados, os astrônomos não esperavam que ocorresse uma transição de cor na coma.
Vídeo da trajetória do cometa 3I/ATLAS (Vídeo: reprodução/X/@astronamiaum)
Objeto extraterrestre
Entretanto, mesmo que os cientistas identifiquem o objeto misterioso como um cometa interestelar, há quem diga que ele, na verdade, é um objeto extraterrestre. Avi Loeb, astrônomo de Harvard, é conhecido por seus estudos em busca de evidências que comprovem a existência de vida fora da Terra. Ele sugeriu que talvez o 3I/ATLAS, na verdade, seja um “artefato extraterrestre” e que sua composição é formada predominantemente por dióxido de carbono, que corresponde a 87% da massa do cometa.
Entre as justificativas para sua análise, Loeb aponta que a trajetória do objeto é significativamente incomum por passar perto de outros planetas do nosso sistema, como Marte, Vênus e Júpiter, o que é difícil de ocorrer em trajetórias de outros cometas. Apesar dos estudos dirigidos pelo astrônomo, a maioria dos cientistas defende a tese de que o objeto seja sim um cometa interestelar, mesmo que conte com propriedades atípicas.
