Caribe vira palco de nova escalada militar entre Trump e Maduro

Nesta quinta-feira (4), dois caças venezuelanos sobrevoaram um destróier americano no Caribe. A capital Washington classificou o episódio como provocativo e prometeu reação imediata.

No dia seguinte, Donald Trump ordenou o envio de dez caças F-35 para Porto Rico, o que ampliou a tensão militar com Caracas. Assim, os jatos modernos se somam a sete navios de guerra e um submarino com 4,5 mil militares a bordo. Em paralelo, fuzileiros navais treinam operações terrestres e marítimas.

O Pentágono divulgou nota alertando que “o cartel que controla a Venezuela” não deve interferir em ações dos Estados Unidos. Caracas respondeu acusando Washington de preparar uma invasão.

Histórico de ações e reações

Na semana passada, militares americanos bombardearam um barco acusado de transportar drogas. Consequentemente, o ataque deixou 11 mortos e gerou protestos de Nicolás Maduro. Logo, especialistas afirmam que a ofensiva marca uma mudança de paradigma.


Caças venezuelanos sobrevoaram navio americano (Vídeo: reprodução/YouTube/Record News)

Em contrapartida, o novo secretário de Guerra, Pete Hegseth, afirmou que as operações continuarão. Ele também anunciou intensificação do combate ao narcotráfico na região.

Maduro eleva tom contra Washington

Diante das movimentações, Maduro convocou 4,5 milhões de milicianos e reforçou a prontidão das Forças Armadas Bolivarianas. Para ele, os EUA representam a maior ameaça ao país em cem anos.

Em discurso transmitido pela TV estatal, o líder venezuelano disse que Caracas não aceitará provocação estrangeira. Ele acusou Washington de usar a pauta do narcotráfico como pretexto para pressionar governos que não seguem sua linha política.

Apoio internacional a Trump

Diante disso, a crise ganhou respaldo em países sul-americanos após Argentina, Equador e Paraguai apoiaram a ofensiva americana contra o Cartel de los Soles, classificado como organização terrorista.

Trump afirmou que os caças enviados não sobrevoaram o destróier americano, mas advertiu: “Se nos colocarem em perigo, serão abatidos”. Apesar disso, ainda não está claro até onde a escalada militar pode chegar. Contudo, entre ameaças e movimentações, o Caribe tornou-se novamente palco de uma disputa geopolítica de alto risco.

Caixas-pretas de avião que caiu no Cazaquistão serão analisadas no Brasil

As duas caixas-pretas de um avião da Embraer, envolvido em um acidente no Cazaquistão, foram encontradas e serão enviadas ao Brasil para análise. A investigação será conduzida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), com base nos dados dos gravadores de voo. O acidente deixou 38 mortos e gerou tensões diplomáticas entre Rússia e Azerbaijão.

Tensão entre Rússia e Azerbaijão aumenta após acidente

O presidente do Azerbaijão acusou a Rússia de ter atirado contra a aeronave, que pertencia à Azerbaijan Airlines. Segundo ele, o avião apresentava buracos compatíveis com disparos, reforçando a tese de fuzilamento. O governo azeri exige que a Rússia assuma a responsabilidade pela fatalidade. Em resposta, o presidente russo, Vladimir Putin, admitiu que a defesa aérea estava em operação na data do incidente, 25 de dezembro, mas não confirmou que os disparos partiram de suas forças.

Durante uma ligação entre os dois governos, Putin explicou que o acidente ocorreu enquanto o avião tentava pousar em Grozny. Segundo ele, ataques da Ucrânia contra a cidade e outras regiões resultaram em contra-ataques russos. No entanto, ele se desculpou pelo ocorrido e afirmou ser necessário aguardar a conclusão da investigação para determinar as causas exatas.


Acidente aéreo no Cazaquistão (Foto: reprodução/X/@G1)

Azerbaijão recusa investigação russa e solicita auxílio brasileiro

Diante do contexto de desconfiança, o governo do Azerbaijão recusou que a investigação fosse realizada por uma instituição russa. Em vez disso, solicitou que o Brasil conduzisse a análise das caixas-pretas, o que foi aceito. A Embraer, fabricante da aeronave, deve colaborar com as apurações.

A Azerbaijan Airlines também afirmou acreditar em interferência externa e decidiu suspender voos para 10 cidades russas como medida preventiva.

Caixas-pretas podem trazer respostas

Os dispositivos encontrados incluem o gravador de voz da cabine (CVR) e o gravador de dados de voo (FDR), essenciais para esclarecer o que ocorreu no momento do acidente. Eles podem confirmar se houve falha técnica, erro humano ou ataque externo.

A expectativa é de que a análise brasileira traga maior transparência ao processo, considerando as acusações de interferência militar.