Após ser detido novamente pela polícia, Oruam se pronuncia

Nesta quarta-feira (26), Oruam foi detido pela polícia após abrigar um foragido da polícia em sua mansão de luxo no bairro do Joá, na zona oeste do Rio de Janeiro.

O rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, fez um pronunciamento após ser detido pela polícia pela segunda vez. O artista, conhecido por ser polêmico, fez um desabafo em suas redes sociais, pedindo desculpas a sua família e amigos, por tê-los decepcionado.

Tenho medo de decepcionar Deus, meu pai, minha mãe, meus fãs, meus amigos e todos que gostam de mim. Minhas atitudes me trouxeram grandes inimigos, minhas vitórias me encheram de ego e na derrota lembrei da humildade. Peço desculpas só aos meus fãs e a minha família que, hoje, eu os decepcionei, afirmou Oruam


Oruam em viatura de polícia (Foto: reprodução/Instagram/@oruam)

O cantor foi levado à Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio de Janeiro, porém foi solto na mesma manhã.

O motivo da polêmica

Desta vez, o rapper foi detido após a polícia encontrar um traficante foragido na mansão de Oruam, em Joá. O traficante encontrado pela polícia trata-se de Yuri Pereira Gonçalves e, junto com ele, foram apreendidas uma pistola 9 mm com kit-rajada e munição.

O rapper partiu em defesa do traficante, que era seu amigo, dizendo que ele era apenas uma pessoa normal, e que não sabia que ele estava foragido.

O conselho do amigo

Oruam acabou recebendo uma chamada de vídeo de seu melhor amigo, o funkeiro MC Poze do Rodo, que lhe chamou a atenção sobre entrar em confusões e polêmicas, relacionando-o consigo mesmo, dizendo que enfrentar a justiça não é um bom jeito de se lidar com as situações.


MC Poze do Rodo (Foto: reprodução/Instagram/@pozevidalouca)

O funkeiro ainda mandou seu apoio para Oruam, desejando que pudessem estar juntos, e que ele pudesse ajudá-lo a refletir sobre suas ações.

Senado aprova PEC das drogas antes de STF

O Senado aprovou nesta terça-feira (16) a PEC 45/2023, de autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O texto aprovado insere no art. 5º da Constituição Federal a criminalização da posse ou porte de substâncias entorpecentes, independente da quantidade, se estiver em desacordo com determinação legal ou regulamentar, ou sem autorização. A proposta foi aprovada em segundo turno com 52 votos a favor e 9 contra. Seguirá, agora, para a Câmara de Deputados.


Senador Rodrigo Pacheco em pronunciamento no plenário do Senado Federal (Foto: reprodução/André Borges/Bloomberg/Getty Images embed)


A dependência química não será criminalizada

A criminalização prevista pela PEC é o porte ou posse de substância ilícita entorpecente. Não irá privar de liberdade o usuário que, jamais será penalizado com o encarceramento.

“O usuário não pode ser criminalizado por ser dependente químico; a criminalização está no porte de uma substância, tida como ilícita, que é absolutamente nociva por sua própria existência”

Rodrigo Pacheco

As drogas impactam tanto a segurança pública, dando força ao tráfico e financiando o crime organizado, quanto a saúde pública, ao aumentar o consumo e a dependência química. O relator, Efraim Filho (União-PB), acrescentou ao texto que seja observada a distinção entre traficante e usuário.

“…por todas as circunstâncias fáticas do caso concreto, sendo aplicáveis ao usuário penas alternativas à prisão e tratamento contra dependência”

Efraim Filho

Aprovação da PEC poderá potencializar tensão entre Senado e STF

A PEC 45/2023 foi apresentada por Pacheco em agosto de 2023, retomada do julgamento do STF, iniciado em 2015. Na ocasião não houve consenso entre os ministros, ficando suspenso por sete anos. Não há data definida para retomada do julgamento no STF. Até agora, a maioria dos votos sugere critérios de quantidade para discernir traficante e usuário. Essa sugestão poderia acabar descriminalizando as drogas no Brasil, de acordo com o ponto de vista dos senadores que votaram a favor da PEC.