Brasil vê tendência de condenações a Israel na Assembleia da ONU

A República Federativa do Brasil aposta em fortes condenações a Israel durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que começa nesta terça-feira (23), em Nova York. A princípio, fontes do governo afirmam que a posição israelense se tornou insustentável diante das recentes ações em Gaza e na Cisjordânia.

Logo, países europeus já anunciaram apoio ao reconhecimento da Palestina como Estado, entre eles França, Canadá, Portugal e Bélgica. Para o governo Lula, pelo menos 150 países devem se alinhar à proposta.

Pressão global e contradição europeia exposta

Sobretudo, fontes brasileiras afirmam que Israel já ocupa a posição de “vilão” no cenário internacional. A conferência sobre os dois Estados, organizada por França e Arábia Saudita, reforça esse movimento. O presidente Emmanuel Macron atua nos bastidores para ampliar o apoio. Já no Brasil, o Palácio do Planalto vê a mudança como confirmação de sua postura desde o início de 2024. O governo avalia que a palavra “genocídio” aparecerá em muitos discursos, mesmo sem consenso formal da ONU.

Diante do cenário, autoridades brasileiras afirmam que a Europa não pode condenar a Rússia e poupar Israel. Consequentemente, isso destruiria a narrativa contra a invasão da Ucrânia. A comparação se tornou central na estratégia diplomática de Lula. O presidente brasileiro também terá encontros paralelos em Nova York. A agenda prevê um evento conjunto com a Espanha sobre democracia e combate ao extremismo. Segundo o Itamaraty, Donald Trump, então presidente dos EUA, não será convidado, para evitar legitimar discursos radicais.


Israel condenou Brasil por avaliar atos genocidas (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Escalada militar em Gaza

Enquanto cresce a pressão internacional, Israel avança com tropas em Gaza. O porta-voz militar Effie Defrin confirmou que reservistas foram convocados para ocupar áreas estratégicas. Por um lado, críticos alertam que a ofensiva deve gerar deslocamentos em massa de civis. Por outro lado, a ONU já acusou Israel de práticas genocidas em Gaza.

Assim, relatórios citam assassinatos, destruição de condições de vida e restrições que configuram crimes previstos pelo Direito Internacional. Apesar da pressão, os Estados Unidos seguem apoiando Israel. Anteriormente, a capital Washington vetou resoluções que exigiam cessar-fogo e acesso irrestrito à ajuda humanitária, aumentando tensões na diplomacia global.