Após nove anos à frente da direção criativa feminina da Dior, Maria Grazia Chiuri deixa o posto e marca o fim de uma era de transformação na maison francesa. A saída, confirmada oficialmente nesta quinta-feira (29), já estava sendo especulada no mercado da moda, e levanta expectativas sobre os rumos da grife nos próximos meses.
Chiuri chegou à Dior em 2016, após uma trajetória bem-sucedida na Valentino. Primeira mulher a ocupar o cargo, ela rapidamente imprimiu sua identidade na marca. As coleções trouxeram à tona discursos feministas, valorização do artesanato de diferentes culturas e um olhar mais realista sobre o vestir feminino.
A estilista promoveu uma imagem de mulher forte, independente e conectada com o mundo ao seu redor, completamente diferente do idealizado feminino tradicionalmente representado pela Dior.
Ashley Park no Dior Cruise 2026 (Foto: reprodução/Pascal Le Segretain/Getty Images Embed)
Estilo autoral e sucesso comercial
Mesmo com críticas divididas sobre seu apelo criativo, Maria Grazia conquistou um lugar sólido no cenário comercial. Expandiu o catálogo de bolsas-desejo e fez da Dior uma marca mais acessível no imaginário feminino. Seus desfiles eram marcados por mensagens políticas sutis, elementos artesanais e um diálogo entre moda e arte, sempre com forte apelo midiático.
O sucesso nas vendas consolidou sua permanência por quase uma década, tornando-a uma das diretoras criativas mais longevas da moda contemporânea. Ainda que a crítica especializada nem sempre a aclamasse, seu impacto na construção de uma nova mulher Dior é inegável.
Eiza González no Dior Cruise 2026 (Foto: reprodução/Pascal Le Segretain/Getty Images Embed)
Última coleção celebra trajetória
O último desfile, realizado na Villa Albani Torlonia, em Roma, foi uma homenagem à sua jornada na grife. Unindo elementos da coleção cruise e peças de alta-costura, o evento teve tom de despedida. A apresentação foi antecipada por conta dos rumores envolvendo a saída da estilista e a possível chegada de Jonathan Anderson, atual nome à frente da linha masculina que é um forte candidato à sucessão.
A Dior, agora, se prepara para uma nova fase, enquanto Maria Grazia Chiuri encerra um capítulo marcante na história da moda.
