Insônia: pesquisa mostra que alimentos ultraprocessados podem prejudicar o sono

Os alimentos são capazes de influenciar a qualidade do sono. A Universidade Sorbonne Paris Nord, na França, mostrou em seus estudos que a insônia crônica pode estar ligada ao consumo de alimentos ultraprocessados. 

A pesquisa realizou questionários com mais de 38 mil adultos, que preencheram registros de suas alimentações no período de 24 horas a cada seis meses. Os estudiosos analisaram os resultados e compreenderam que 19,4% dos participantes do experimento relataram casos de insônia crônica, enquanto 16% dos alimentos consumidos no dia eram ultraprocessados. Após o acompanhamento do grupo, o estudo identificou que o risco de insônia aumentava a cada 10% de alimentos ultraprocessados.

Como ultraprocessados foram considerados pelos pesquisadores alimentos que utilizam muitos ingredientes e aditivos que melhoram o sabor. Também estavam incluídos alimentos com matérias processadas, como gordura hidrogenada, e de origem industrial. Esses tipos de alimentos são pensados para que possam ser armazenados por bastante tempo, e com isso sofrem alterações.


Alimentos ultraprocessados devem ser consumidos com moderação. (Foto: reprodução/Freepik)

Os cientistas acreditam que a insônia é um grande desafio de saúde pública. Eles alertam que esses distúrbios do sono podem ser associados com a ansiedade e depressão, além de distúrbios físicos. 

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou em pesquisas que 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono, incluindo a insônia. O distúrbio pode ser consequência de elevados níveis de estresse ou ocorrer junto com alguns transtornos psiquiátricos. 

Dentre os sintomas, o paciente com insônia crônica possui dificuldade para iniciar o sono, resistência em ir para a cama no horário correto, além de ser difícil manter o sono e acabar despertando antes do horário desejado. Também podem aparecer fadiga, déficit de atenção, concentração ou memória, que podem levar o paciente a cometer erros, e alterações comportamentais e de humor, como agressividade e irritabilidade.

Alimentos ultraprocessados que atrapalham o sono

Para melhorar a qualidade do sono, alguns alimentos precisam ser evitados. Dentre eles estão ultraprocessados como o refrigerante, molhos prontos, embutidos, pães de forma, macarrão instantâneo e salgadinhos de pacote. 

Alimentos que auxiliam a qualidade do sono

Também existem alimentos que ajudam a melhorar as noites de sono. Os famosos chás de ervas são bons aliados que ajudam a acalmar, como o chá de camomila que é um clássico. Especialistas também indicam a ingestão de banana, abacate e leite, que auxiliam na liberação de melatonina no organismo, hormônio do sono. 

Investir em uma dieta balanceada e saudável na rotina pode tornar a hora de dormir mais tranquila. Em caso de suspeita de distúrbios de sono e insônia, o ideal é procurar um médico para iniciar o melhor tratamento para cada caso.

Pesquisa revela que alimentos ultraprocessados desativam mecanismo anticâncer

Em artigo publicado na quinta-feira da semana passada (11) na renomada revista científica Cell, um estudo da Universidade Nacional da Polônia aponta mecanismo que pode ajudar a explicar por que uma dieta inadequada, rica em ultraprocessados, aumenta o risco de câncer.

O que dizem os cientistas

Nosso corpo libera a substância “metilglioxal” após o consumo de alimentos que contém grande concentração de gordura e açúcar. Essa substância consegue impedir temporariamente o funcionamento do gene BRCA², que é responsável pelo combate ao câncer.

O metilglioxal desencadeia a destruição da proteína BRCA2, reduzindo seus níveis nas células. Este efeito é temporário, mas pode durar o suficiente para inibir a função de prevenção de tumores do BRCA2. Eventualmente causa falhas no nosso DNA que são sinais de alerta precoce do desenvolvimento do câncer”, diz o professor Ashok Venkitaraman, em entrevista ao portal Medical News Today.

Em estudos anteriores, foi comprovado que em pessoas com falhas na BRCA², há maior probabilidade de desenvolvimento de câncer de mama e ovário, ou seja, na pesquisa atual, mostra que os mesmos defeitos que causam essas falhas, acontecem quando uma grande quantidade de metilglioxal, que está diretamente ligado aos alimentos ultraprocessados, entra no organismo.

Alimentos ultraprocessados


Embalagem de comida congelada (Foto: reprodução/Embed from Getty Images)


Alimentos ricos em gorduras saturadas, açúcar, sódio, pobres em vitaminas, minerais, muitas vezes contém uma lista de ingredientes difíceis de identificar. Esses produtos exigem atenção especial. Pois para garantir uma longa durabilidade nas prateleiras dos supermercados, diversos conservantes, emulsificantes e corantes são adicionados. “Muitas dessas substâncias são sintetizadas em laboratório e têm como função estender a duração dos produtos ou, mais frequentemente, dotá-los de cor, sabor, aroma e textura que os tornem extremamente atraentes.” diz o guia disponibilizado pelo site Ministério da Saúde.

Alguns exemplos são biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, refrigerantes, macarrão instantâneo, lasanha e pizza congeladas.