Agência Internacional da ONU alerta que Irã está próximo de produzir bomba nuclear

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada à ONU, emitiu um alerta, informando que o Irã está muito próximo de obter capacidade para produzir uma bomba nuclear. O alerta preocupa a todos diante do cenário de crescentes tensões na comunidade internacional.

O Irã está sob observação, gerando apreensão com os avanços do programa nuclear. Por anos o país enfrenta diversas sanções por seu desenvolvimento atômico, mas mesmo assim continua ampliando suas atividades de enriquecimento de urânio, ampliando as incertezas e tensões quanto ao futuro das negociações diplomáticas.

Avanços preocupantes

Embora o Irã afirme que seu programa possui fins pacíficos, as inspeções estão encontrando crescentes barreiras para monitorar as instalações nucleares iranianas, causando ainda mais dificuldade na transparência e aumentando os temores sobre as intenções ocultas do país.


Foto: Mísseis iranianos exibidos em parque no Teerã-IR em janeiro de 2024 (Foto: reprodução/Majid Saeedi/AFP/Embed/Getty Images)


A AIEA destacou que o nível de pureza do urânio adquirido pelo Irã é alarmante, pois o país está bem próximo dos 90%, quantidade suficiente para a fabricação de uma arma nuclear. As autoridades internacionais enfatizaram que o domínio dessa tecnologia representa uma ameaça para o cenário internacional.

Repercussões e desafios

A revelação da AIEA retomou debates sobre a eficácia do acordo nuclear de 2015, do qual os Estados Unidos se retiraram em 2018. Desde então, o Irã está expandindo suas atividades nucleares como resposta às sanções econômicas. Os líderes globais, como os dos EUA e da União Europeia, reforçaram a necessidade de retomar as negociações para evitar uma escalada de conflitos.

Entretanto, especialistas alertam que o tempo está se esgotando, enquanto aumenta a chance de acontecer uma possível corrida armamentista na região. A comunidade internacional agora enfrenta o desafio de equilibrar a pressão política e busca um diálogo para evitar uma crise nuclear de grandes proporções.

Agência nuclear firma que Irã tem insumos suficientes para fabricar várias bombas

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) manifestou preocupação com a situação de desenvolvimento nuclear do Irã. O órgão, que delimita as atividades do programa nuclear iraniano, tomou conhecimento de um relatório confidencial nesta segunda-feira (26).

Segundo o texto, o Irã conta com 27 vezes mais material do que o permitido no acordo de 2015 para a fabricação de armas nucleares, incluindo bombas atômicas.

A relação entre o governo do Irã e a Organização das Nações Unidas (ONU) têm piorado nos últimos meses. Em documento confidencial, o diretor-geral da agência, Rafael Grossi, faz menção às “declarações públicas no Irã sobre suas capacidades técnicas de produção de armas nucleares, o que reforça as preocupações“.

Irã está sujeito a acordo nuclear

Em 2015, o Irã selou um tratado com a AIEA e a ONU envolvendo o uso da tecnologia nuclear para fins militares. A ideia é tentar assegurar que o programa nuclear em andamento tenha fins civis. 

No acordo, o país concordou em limitar as atividades nucleares e permitir a entrada de inspetores internacionais na capital Teerã. Em troca, as potências globais suspendem as sanções internacionais.

Apesar da República Islâmica negar a intenção de produzir uma arma atômica, outro documento, datado em 10 de fevereiro, revela que o país possui 5.525,5 quilos insumos nucleares, em comparação com os 4.486,8 quilos registrados no final de outubro.

Isso é 27 vezes mais do que o limite autorizado pelo acordo internacional de 2015.

Irã rejeita a visita de inspetores


Bandeira da República do Irã (Foto: reprodução/R7 Entretenimento)

Em 21 de fevereiro, o chefe da política nuclear do Irã, Mohammad Eslami, negou a entrada ao país para Rafael Grossi. Em explicação dada a jornalistas, Eslami alegou estar com a “agenda conturbada” para atender o diretor da AIEA, e que as interações do Irã com a ONU seguem “normalmente”.

Dois dias antes, em entrevista à Reuters, Grossi havia afirmado que, embora o ritmo de enriquecimento de urânio tenha diminuído desde o final de 2023, o Irã continua enriquecendo a uma taxa elevada através deste ativo usado para o desenvolvimento de armas nucleares.