Weider Silveiro leva Vênus à passarela da SPFW

Na manhã do quarto dia da São Paulo Fashion Week, os olhos do público se voltaram para a passarela transformada em templo da feminilidade. Ao som etéreo de Björk, o estilista Weider Silveiro apresentou sua nova coleção pela Hylentino, mergulhando em uma ode contemporânea à figura de Vênus, símbolo do amor, da beleza e da força feminina.


Desfile da coleção de Weider Silveiro na SPFW (Vídeo: reprodução/Instagram/@ambulatoriodamoda)


A apresentação

A apresentação, marcada por uma atmosfera quase celestial, evidenciou a assinatura estética de Silveiro: o domínio da modelagem arquitetônica. As peças se destacaram por suas formas estruturadas e construções meticulosas, que remetem tanto à escultura quanto à moda conceitual. A coleção começou com tons de verde e percorreu, de maneira fluida, uma transição cromática até alcançar os vermelhos intensos, uma metáfora visual da evolução e da paixão.


Weider conta sua inspiração para esta coleção (Vídeo: reprodução/Instagram/@weidersilveiro)


Reflexão estética e política

Silveiro, conhecido por seu olhar afiado sobre o corpo feminino, fez de sua coleção uma reflexão estética e política sobre essa representação. Suas criações não apenas vestem, mas moldam e celebram as curvas e nuances do corpo com sofisticação e respeito, desafiando padrões e exaltando a diversidade de formas.

Com cortes assimétricos, tecidos estruturados e volumes estrategicamente posicionados, a coleção provocou encantamento e reflexão. O equilíbrio entre arte e moda ficou evidente a cada look, provando por que Weider é um dos nomes mais aguardados da SPFW.

Ainda que a coleção completa de Hylentino por Weider Silveiro ainda não tenha sido totalmente revelada, o desfile já se consagra como um dos momentos mais marcantes da temporada. É uma celebração da beleza feminina em todas as suas formas e um lembrete poderoso de que, na moda, o corpo é tanto tela quanto pincel.

A coleção também reforça o atual movimento da moda brasileira em direção a narrativas mais conscientes, sensíveis e inclusivas. Ao unir técnica impecável e discurso relevante, Silveiro reafirma seu papel como criador de impacto, alguém que compreende que moda vai além do vestir: é linguagem, é identidade e é resistência.

Possíveis sinais de vida são encontrados em Vênus

O planeta de mesmo tamanho que o nosso é tópico do início de uma série de estudos envolvendo a possibilidade de existir vida, ou ser possível viver por lá, após evidências de que as nuvens estariam repletas de fosfina, gás que na Terra significa vida.

Na época da descoberta, inúmeras críticas foram feitas, especialmente por conta da imensa controvérsia gerada e por não haver confirmação do que foi encontrado. Os dados desejados na época foram compartilhados no último dia 17, com a realização de uma reunião pela mesma equipe na Inglaterra, a Royal Astronomical Society, foi confirmado, com ainda mais convicção, de que as nuvens do planeta vermelho possuem, de fato, fosfina.

A nova confirmação foi possível devido o uso do telescópio James Clerk Maxwell, o qual recebeu um novo receptor para as observações. Em conjunto com os novos dados obtidos, segundo o professor de astrofísica associado do Imperial College London, Dave Clements, em três observações foram obtidos 140 vezes mais elementos do que na primeira vez.

A descoberta de outro gás

Dave faz parte de outro grupo de pesquisadores responsáveis pela descoberta do gás amônia em Vênus, sendo esta ainda mais importante, pois, no caso da fosfina, não se sabe o porquê da produção e o quê poderia estar se usufruindo desta. Com a amônia, pode-se tentar entender o quê está tentando respirá-la e o porquê.

Em nosso planeta, a fosfina é um gás tópico, produzido através de bactérias e/ou decomposição, o que acarreta seu cheiro desagradável. A amônia também é produzido por bactérias, como resultado do processo final de decomposição de resíduos vegetais e animais, tendo um cheiro penoso.

Outros planetas produzem gás, como Saturno, devido sua composição ser quase que plenamente gasosa. O que chama atenção no caso de Vênus é que, por ser rochoso, o hidrogênio “foge” de si, pelo domínio do oxigênio à química devido à massa não ser suficiente para mantê-lo.

Vênus pode ter micróbios

Seguindo a descoberta de amônia, comunicada pela professora de astronomia da Universidade de Cardiff, Jane Greaves, durante palestra em Hull (Inglaterra), as gotículas das nuvens do planeta mais próximo à Terra são feitas não somente de água, mas também por uma substância que pode tornar-se extremamente corrosiva, sendo letal para seres humanos: o dióxido de enxofre que, quando dissolvido, transforma-se em ácido sulfúrico.


Nuvens de Vênus podem apresentar a existência de micróbios no planeta (Foto: Reprodução/X/@gurojas)

O que pode auxiliar quanto a este ácido, é a amônia que também faz parte das gotículas. Diminuindo o suficiente, é possível que certas bactérias terrestres consigam sobreviver. Clements relata que seria ainda mais interessante se a amônia fosse produzido por um micróbio, por ser uma forma astuta de equilibrar seu próprio ambiente.

É importante ressaltar que, apesar de instigantes, deve-se tratar estes dados com parcimônia, especialmente ao considerar que as novas descobertas desafiam o conhecimento que se tem da amônia e da fosfina, por exemplo, como foi elaborado pelo professor de ciências planetárias na Universidade de Aberdeen (Reino Unido), Javier Martin-Torres, responsável por conduzir o estudo de 2021 que contestou a descoberta de fosfina, presumindo não ser possível haver vida nas nuvens de Vênus.