Mais de 6 mil vistos de estudantes internacionais foram cancelados pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, conforme divulgado nesta segunda-feira (18) em Washington. A medida foi tomada como parte da política migratória do governo de Donald Trump, que busca ampliar o controle sobre a permanência de estrangeiros no país. O cancelamento atingiu alunos de diferentes universidades americanas e foi justificado por violações da lei, irregularidades migratórias e suposto “apoio ao terrorismo”, segundo informou a BBC.
Razões para o cancelamento dos vistos
De acordo com o Departamento de Estado, cerca de 4 mil vistos foram revogados por violações diretas, como episódios de agressão, direção sob efeito de álcool e roubo. Outros 200 a 300 cancelamentos foram realizados com base no artigo INA 3B, que considera atividades classificadas como terroristas, ainda que de forma ampla e controversa.
A expressão “apoio ao terrorismo” vem sendo usada para enquadrar estudantes envolvidos em protestos pró-Palestina ocorridos em universidades americanas no último ano. Esse enquadramento tem sido criticado por organizações de direitos civis, que afirmam que manifestações políticas estão sendo confundidas com ameaças à segurança nacional.
Impactos na educação e na imigração
O endurecimento das regras também incluiu exigências adicionais para novos pedidos de visto, como a obrigatoriedade de informar contas em redes sociais. A medida, segundo o governo, busca identificar comportamentos hostis e possíveis vínculos com organizações extremistas.
No entanto, especialistas em educação alertam que a decisão pode impactar diretamente a imagem das universidades americanas. No ano letivo de 2023-2024, mais de 1,1 milhão de estudantes estrangeiros estavam matriculados em instituições dos EUA, número que pode cair diante do aumento das restrições.
A ofensiva do governo Trump contra estudantes internacionais já é considerada por analistas como um fator de “fuga de cérebros”, impulsionando jovens a buscar universidades na Ásia e na Europa. Até o momento, não há indicação de que os cancelamentos sejam revertidos, e novas medidas ainda podem ser anunciadas.
