Depois da libertação do funkeiro MC Poze do Rodo, que estava preso desde a última quinta-feira (29), milhares de fãs aguardaram a saída do cantor na porta do presídio. Ao sair, o funkeiro foi recebido pela esposa, Vivi Noronha, que o esperava dentro do carro do casal. Entre os presentes estava o MC Oruam, que subiu em cima de um ônibus e acenou para a multidão. No entanto, em uma postagem nas redes sociais, o cantor revelou ter sofrido violência por parte da Polícia Militar, que, logo após o ocorrido, teria cometido represálias contra os fãs do artista.
“Vocês não querem tumulto na frente do presídio? Então vai prender bandido. MC não é bandido. Vai prender inocente? Nós vai lá na frente do presídio mesmo”, escreveu Oruam.
No início da semana, o Poder Judiciário estadual do Rio de Janeiro acatou a solicitação do habeas corpus e ordenou a soltura do artista, que estava sendo investigado por suposto envolvimento com o crime organizado e por fazer apologia à organização por meio de suas músicas.
De acordo com a Seap, Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, o artista deixou a unidade prisional ao lado de seus advogados, às 14h50, vestindo a roupa padrão fornecida aos detentos: uma camisa branca, uma bermuda preta e um chinelo.
Liberdade por ausência de documentos oficiais
Segundo o habeas corpus, a prisão do MC não atendia aos requisitos legais necessários para sua manutenção. A defesa também ressalta que a associação do artista aos membros da facção criminosa foi baseada em uma presunção relacionada ao seu perfil: um jovem negro e oriundo da periferia.
“O paciente é primário e ostenta bons antecedentes”, afirmam os advogados do MC. O comunicado também destaca que ele já havia sido inocentado em duas acusações semelhantes à atual. Em relação ao suposto envolvimento de Poze com o tráfico de drogas, os argumentos foram pautados nas letras das canções do cantor, ressaltando mais uma vez que não há comprovações que indiquem que o funkeiro traficava.
Protesto pela prisão do MC
Durante a prisão de Poze, fãs e alguns famosos protestaram contra a detenção do MC. Centenas de pessoas foram às ruas na noite do dia 29, pedindo a libertação do cantor. Pelo menos 100 motos foram até o portão do presídio de Benfica, mas o “rolezinho”, como foi descrito pela Seap, foi dispersado por bombas de efeito moral lançadas pelos policiais.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) afirmou que as medidas foram necessárias, pois houve ameaça de invasão por parte dos motoqueiros.
