A mente por trás da tecnologia da NASA: Jeff Seaton e os desafios de conectar o universo

Com 113 petabytes de dados para proteger, o CIO da NASA encara desafios interplanetários e terrestres

Joshua Diniz Por Joshua Diniz
4 min de leitura
Foto destaque: Jeff Seaton entrou na NASA em 1991 e ascendeu ao cargo de CIO (Reprodução/NASA)

Jeff Seaton, diretor de informações (CIO) da NASA, é o homem por trás da agência espacial de bilhões de dólares que conecta a Terra às estrelas. Comandando uma equipe de 700 pessoas e lidando com uma montanha de dados com mais de 113 petabytes, Seaton enfrenta desafios que vão desde manter sondas espaciais com décadas de idade seguras até implementar inteligência artificial no programa Artemis, que tem o objetivo de levar humanos de volta à Lua.

Gerenciando dados cósmicos

Seaton entrou na NASA em 1991, quando ainda era engenheiro de robótica. De lá pra cá, cresceu junto com a agência, deixando sua marca e passando por diferentes cargos até chegar ao comando da tecnologia da informação em 2021. Hoje, sua responsabilidade vai muito além de mexer em computadores e servidores: ele é o guardião de informações fundamentais vindas de outros planetas e da Estação Espacial Internacional, como dados que incluem imagens de Marte, informações das Voyager (que estão fora do sistema solar). “Proteger os dados e os sistemas que os geram é essencial para toda a nossa comunidade”, afirma.

Um dos seus maiores desafios é manter as sondas Voyager seguras, já que elas estão além do sistema solar. Lançadas há mais de 40 anos, elas possuem sistemas ultrapassados, que são impossíveis de serem atualizados. A NASA depende da criatividade de suas equipes para reduzir ameaças e manter as missões ativas. “Temos que fazer o nosso melhor com o que temos”, comenta Seaton.

IA e o futuro da exploração espacial lunar

A NASA já usa inteligência artificial há anos, seja ajudando rovers em Marte ou analisando dados espaciais. No programa Artemis, que promete levar humanos de volta à Lua, as IAs terão um papel ainda mais importante, segundo Seaton. Apesar disso, ele acredita que a tecnologia precisa ser usada com cautela, especialmente quando falamos de IA generativa. “Usamos para acelerar trabalhos, mas sempre validamos os resultados com humanos no processo”, disse.


Astronautas do Programa Artemis, que pretende estabelecer uma presença na Lua (Foto: reprodução/Mark Felix/Getty Images Embed)


O programa Artemis, aliás, não é só sobre voltar à Lua. É sobre pensar no futuro da exploração espacial em si. “Estamos resolvendo problemas agora que vão nos preparar para ir além, para Marte. É empolgante ver o que podemos alcançar como exploradores”, comenta Seaton. A operação pretende estabelecer uma presença sustentável na Lua e abrir caminho para o planeta vermelho, mas ela depende fortemente de parcerias. A empresa ainda pretende resolver desafios como comunicação em longas distâncias e infraestrutura de TI em ambientes extremos.

A NASA ao alcance de todos

Além disso, eles lançaram o “NASA Plus”, um serviço de streaming que permite que qualquer pessoa com internet assista aos conteúdos da agência espacial, sem depender de operadoras de TV. “É uma mudança significativa para alcançar mais pessoas”, diz ele.


Conheça o serviço de streaming da agência espacial, o “NASA Plus” (Foto: reprodução/NASA)

Enquanto a NASA continua conectando a Terra ao espaço, Jeff Seaton segue como o cérebro por trás da operação, deixando a empresa mais perto do público.

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Redator das editorias de Cinema/TV, Música, Celebridades e Tech, um fã apaixonado de cultura pop e estudante de comunicação social na UNISUAM. (Email: [email protected])