A Aether, startup nos EUA que investe em tecnologia que transforma carbono em diamante. O dióxido de carbono (CO2) que contribui para o aquecimento global, agora pode ver visto a nosso favor, isso porque empresas como Climeworks na Suíça e Carbon Engineering no Canadá fazem uso da DAC ou Direct Air Capture, inovação que extrai CO2 da atmosfera e transforma em outros objetos como calças e diamantes.
Apesar do avanço, olhar para os gases de efeito estufa de maneira produtiva, vale ressaltar que o processo de captura e extração possivelmente liberará parcelas de carbono no ar. Além disso, a ferramenta possui custo elevado e o resultado quanto a remoção dos gases poluentes do ar ainda é mínimo. Embora a ciência não exclua um colapso climático, especialistas acreditam que a remoção de dióxido de carbono denominada CDR na qual o DAC está inserido, é uma das maneiras para evitar as catástrofes nos próximos anos.
Fábrica Carbon Engineering no Canadá (Foto: Reprodução/Carbon Engineering/Via BBC)
Em relatório, no mês de abril de 2022, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU revelou que a implantação de CDR como mecanismo de controle dos resíduos no ar é inevitável. Ao reconhecer essa necessidade, startups procuram utilizar o elemento químico nas produções, veja alguns exemplos.
Aether e os diamantes: em parceria com a Climeworks que manuseia ventiladores gigantes para capturar CO2, em conjunto produzem diamantes, objetos basicamente carbono condensado. A joalheria em Nova York Aether garante que o processo das peças são feitas com energia sustentável, e ainda os diamantes cultivados em laboratório são idênticos quimicamente aos recolhidos das minas. A empresa defende que a única forma de diferenciá-los é a partir de análise química minuciosa. A joia de laboratório é certificada pelo Instituto Gemológico Internacional, assim como a “natural”.
Na prática a produção do diamante acontece da seguinte maneira: o aspirador gigante puxa o ar da atmosfera, depois o filtro especial captura o dióxido de carbono e outros poluentes. O CO2 é convertido em metano de hidrocarboneto, como matéria prima, esta é levada para o reator onde calor e pressão ao extremo cultivam os diamantes. No geral, o que levaria um milhão de anos para acontecer na natureza é realizado entre três a quatro semanas.
Além da Aether, a Vrai com o apoio de Leonardo DiCaprio produz diamantes a partir da fundição com emissão zero do Oceano Pacifico, energia hidrelétrica do rio Columbia nos EUA, e a SkyDiamond também investe na ideia com energia renovável, carbono e água da chuva no Reino Unido.
Outras empresas estão no ramo do carbono como a LanzaTech que transforma carbono em calças de ioga, recipientes para alimentos e sabão em pó. Assim como a Heirloom que investe na transformação de CO2 em concreto resistente em parceria com a CarbonCure.
Segundo dados da Reuters, em 2021 as startups envolvidas com a tecnologia conseguiram US$800 milhões de investidores para a fabricação de produtos utilizando o CO2, valor três vezes maior que em 2020.
Foto destaque: Diamante cultivado em laboratório. Reprodução/Aether/Via BBC.