Na terça-feira 12 de setembro, a Apple anunciou o novo iPhone 15, implementando pela primeira vez o carregador com cabo do tipo USB-C, que há tempo já é padrão no resto do mercado de smartphones.
Essa mudança adianta uma necessidade definida pela União Europeia, em diretiva aprovada pelo conselho da união, a ser válida no bloco a partir de 28 de dezembro de 2024, prazo para as empresas se adaptarem. Assim, a regulação prevê que uma única saída comum seria mais desejável como forma de proteção ao consumidor contra práticas exploradoras.
Isso significa que os iPhones após o 15 também deverão obedecer a esse padrão, unificando o mercado na questão de carregadores.
O carregador agora universal, USB-C, substituindo o modelo anterior, que era único da tecnologia Apple. (Foto: Reprodução/Apple)
Opinião de especialista
Sobre essa mudança antecipada (visto que a regulação não entre em vigor até o fim do ano que vem), o CEO e fundador da Zmes, Marcelo Tripoli, disse que se tratava de uma decisão lógica. Pois, a Apple continuar a adotar uma tecnologia diferente seria apenas uma questão de “reserva de mercado”, o que a nova regulação da união europeia – grande mercado para o iPhone – aboliria de qualquer forma.
“O USB-C é comprovadamente a melhor tecnologia, mais rápida para transferência,” Marcelo afirmou em entrevista à CNN, dando destaque aos benefícios da mudança ao consumidor. “Não tinha nenhum motivo técnico para a Apple não adotar essa tecnologia, a não ser uma reserva de mercado, de ter uma tecnologia da qual ela tinha propriedade.”
Este benefício ao consumidor, no entanto, provavelmente não ocorreria sem a decisão da União Europeia. Como Marcelo indicou, “Foi uma coisa que o regulador europeu obrigou a Apple a fazer, não é uma coisa que a empresa faria por conta própria.”
iPhone 15 foi anunciado na terça-feira de setembro (12), com destaque para essa nova adaptação. (Foto:Reprodução/Apple)
O diferencial da Apple
Além da perspectiva dada tendo em vista a nova regulação europeia, ainda é possível observar a adaptação tardia como adequada à filosofia de operações da empresa.
“A Apple normalmente não é uma empresa que traz a inovação em primeiro lugar. É uma empresa que pega a inovação de algum outro fabricante fez, e ela incorpora de um jeito bem feito, que funciona bem para o usuário, mas ela não é uma innovator company,” o CEO adicionou. “Ela espera a tecnologia amadurecer um pouco.“
A mudança no carregador pode ser vista então a partir de duas perspectivas, como um modo de continuar suas operações no mercado europeu, mas também como a integração aperfeiçoada de tecnologias desenvolvidas mais a fundo por outras empresas, com maior segurança no investimento.
Foto Destaque: Amostra do Cabo USB-C. Reprodução/Denys Vitali/Pixabay