Em outubro deste ano, iniciou a guerra entre Israel e Hamas, e enquanto isso se ocorre, as redes sociais se mostraram uma grande forma de manifestação entre os usuários, seja pró ou contra um ou outro. E com isso, surgem as críticas dos usuários em relação a essas big techs, donas das plataformas, aos que eles consideram uma censura injusta de conteúdos. Isso faz com que os mesmos se preocupem com os algoritmos que ditam essas interações e com as implicações que possa ter, fora da internet.
Meta
Segundo o “The Guardian”, a Meta, dona do Instagram e Facebook, nega censura contra discursos pró-Palestina, e afirma que conforme surgem mais postagens sobre a guerra, alguns conteúdos podem ser removidos por engano.
Porém, uma pesquisa mais aprofundada de forma independente pela consultoria Business for Social Responsibility já havia indicado que a big tech que controla ambas as plataformas, fez parecido nos ataques de Israel a Gaza em 2021, violando direitos humanos palestinos ao censurar conteúdo relacionado a este conflito.
Além disso, foram detectados problemas em relação à moderação algorítmica da Meta. O aplicativo de mensagens Whatsapp, também propriedade da empresa, gerou ilustrações de IA de crianças segurando armas quando havia a palavra “Palestina” na solicitação. Já no rede social de fotos e vídeos, Instagram, o seu recurso de tradução automática acrescentou por descuido a palavra “terrorista” a perfis palestinos.
Recentemente, vozes de grande importância na palestina informaram que o seu conteúdo ou contas são limitados nas plataformas da Meta.
Toda essa situação, tem feito aumentar os apelos por uma transparência maior acerca dos algoritmos, inclusive por meio de legislações específicas. O que fez com que grupos como o Centro Árabe para o Avanço das Mídias Sociais e a Electronic Frontier Foundation (EFF) reagissem e apelassem às plataformas para evitar a remoção injustificada de conteúdos e que concedessem mais transparência em torno das suas políticas.
A Electronic Frontier Foundation declarou: “As redes sociais são um meio de comunicação crucial em tempos de conflito – é onde as comunidades se ligam para partilhar atualizações, encontrar ajuda, localizar entes queridos e expressar tristeza, dor e solidariedade… As remoções injustificadas durante crises como a guerra em Gaza privam as pessoas do seu direito à liberdade de expressão e podem exacerbar o sofrimento humanitário.”
Elon Musk e o X
E ao que parece, nenhuma rede social escapou da polêmica em torno do conflito, pois enquanto Instagram, Facebook e TikTok estão sendo fortemente julgados pela maneira como lidam com conteúdo relacionado à Palestina, o X, antigo Twitter, tem enfrentado seus próprios problemas após Elon Musk publicar um tuíte considerado antissemita.
Tuíte de Elon Musk causa polêmica (Foto: reprodução/GIzChina/ Tudo Celular)
Em tradução, a publicação diz: “para limpar o nome de nossas plataformas na questão do anti-semitismo, parece que não temos escolha a não ser abrir um processo por difamação contra a Liga Anti-Difamação… ah, que ironia!“
O CEO do X foi julgado por usuários após concordar publicamente com um tuíte acusando o povo judeu de “ódio contra os brancos”, e de acordo Jasmine Enberg, analista principal da empresa de pesquisa de mercado Insider Intelligence, isso não só terá impacto na própria empresa, mas também retrata um “grande perigo social”
Jasmine Enberg, analista principal da empresa de pesquisa de mercado Insider Intelligence (Foto: reprodução/ Instagram / @jasmine_enberg)
Na última segunda-feira (20), a rede social de Musk, respondeu uma ação judicial contra a Media Matters, justificando que o grupo havia difamado a plataforma. O X afirma que a organização “manipulou” a plataforma, fazendo casuísmo (ação que tem em vista favorecer ou resolver o problema de uma pessoa ou de grupo de pessoas, sem levar em conta o bem coletivo), ao selecionar contas conhecidas por conteúdos extremistas e remexê-las “até encontrar anúncios próximos a postagens extremistas”.
Isso ocorreu devido a um estudo realizado pelo grupo Media Matters que divulgou anúncios de empresas como Apple e Oracle que surgiram junto a conteúdos antissemitas no X; e que propagandas da NBC Universal e da Amazon mostraram-se próximas de hashtags supremacistas brancas.
Foto Destaque: redes sociais (Reprodução/ Unsplash / Tech Tudo)