Em e-mails obtidos pela Bloomberg e revelados na sexta-feira (25), os danos causados pela explosão do foguete da SpaceX neste ano foram avaliados como “destruição devastadora no meio ambiente” em relatórios da U.S. Fish and Wildlife Service (FWS), agência federal responsável pela conservação da natureza nos Estados Unidos.
O incidente ocorreu no dia 20 de abril deste ano, quando o mundo viu o foguete Starship explodir minutos após o seu lançamento. A empresa a qual pertencia, a SpaceX, do bilionário Elon Musk, ainda afirmou que o teste foi, apesar do fim bombástico, um sucesso.
SpaceX considerou o teste um sucesso, mas deixou danos severos no local (Foto: Reprodução/Jonathan Newton/The Washington Post)
Os danos ambientais
Os estragos ocorreram no local da plataforma, próximo à praia de Boca Chica. A aeronave explodiu, no que muitos ainda consideram como um lançamento fracassado, apesar da SpaceX ter anunciado que a aeronave foi intencionalmente destruída.
“A explosão foi tão extensiva que jogou pedaços de concreto voando“, descreveu Chris Perez, um biólogo da FWS.
Estes pedaços foram encontrados por toda a parte, e em crateras de até 30 centímetros de profundidade. Além disso, no relatório se afirma que um total de 16.187 metros quadrados do parque estadual vizinho do Texas foram incendiados devido à explosão.
Os profissionais da FWS, encarregados da preservação da vida selvagem, não foram permitidos entrada no local até 48 horas depois de a Starship ter sido lançada. Por isso, embora os biólogos não tenham encontrado danos a uma espécie de tartarugas marinhas próxima ao local, a possibilidade foi levantada de que cadáveres potencialmente tenham sido removidos do local antes dos especialistas poderem registrá-los.
Teste de foguete da SpaceX (Foto: Reprodução/Pixabay)
As decisões da SpaceX
Bem como o público geral ficou perplexo com a destruição da Starship ser considerada parte do plano, os especialistas ficaram perplexos com outra decisão proposital da SpaceX: a empresa não utilizou tecnologias de supressão de chamas, padrões na indústria, como um desviador de chamas.
Este tipo de instalação redirecionaria a energia da aeronave, o que não ocorreu no lançamento. Como resultado, a Starship queimou um buraco diretamente abaixo de si, destruindo a plataforma de lançamento.
“A plataforma foi totalmente destruída e forçar eles a re-projetar a coisa toda”, um oficial da FWS escreveu. “Provavelmente, não vamos ver outro lançamento por um tempo”.
Devido a já mencionada proximidade com espécie de tartarugas ameaçadas de extinção, grupos ambientais ainda processaram a Administração Federal de Aviação (FAA), reclamando que a agência falhou em performar uma análise ambiental adequada à situação.
Foto Destaque: Área com destroços após a explosão do foguete da SpaceX. Reprodução/Patrick T. Fallon/AFP/Getty Images