Desde o lançamento da nova ferramenta de inteligência artificial, o ChatGPT, em novembro do ano passado, há uma preocupação de alguns profissionais quanto a substituição da mão de obra pela ferramenta de inteligência artificial.
Para o economista José Pastores, presidente do Conselho de Emprego e Relações de Trabalho da Fecomercio SP, essa é uma pergunta que ainda precisa de um tempo para ser respondida, mas ele acredita que a ferramenta será positiva para a geração de empregos a longo prazo, porém é possível que o ChatGPT cause um baque no início quanto a diminuição de postos de trabalho.
<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”>'Destruição de empregos é rápida e visível, já criação é lenta e invisível'. Ótima entrevista da <a href=”https://twitter.com/annacarolpapp?ref_src=twsrc%5Etfw”>@annacarolpapp</a> com o economista José Pastore falando,sobre mercado de trabalho e ChatGPT. (Dica do <a href=”https://twitter.com/DanielCastroNTV?ref_src=twsrc%5Etfw”>@DanielCastroNTV</a>) <a href=”https://t.co/L0hLhAEJGz”>pic.twitter.com/L0hLhAEJGz</a></p>— Guilherme Ravache (@gravache) <a href=”https://twitter.com/gravache/status/1640109683863089158?ref_src=twsrc%5Etfw”>March 26, 2023</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
O economista José Pastore faz um panorama sobre a inteligência artificial no mercado de trabalho. (Reprodução/Twitter)
Em entrevista ao Estadão, José Pastore avalia que ao mesmo tempo em as novas tecnologias destroem os postos de trabalho, também criam, mesmo que essa criação seja de uma forma mais lenta. “As tecnologias, quando destroem, elas também criam novos empregos. Agora, a destruição é rápida e visível; a criação é lenta e é invisível (…) a criação gera benefícios sociais de médio e longo prazo, o que as pessoas já não aceitam com tanta facilidade, porque gostam de coisas mais rápidas”, avalia o economista
Na avaliação de Pastore, o Brasil ainda precisa avançar na digitalização do mercado de trabalho, pois ao mesmo tempo em que temos uma alta taxa de desemprego, falta mão de obra qualificada. Segundo ele, a qualificação e o incentivos em políticas publica são saídas para o país enfrentar esse desafio. “Há vários tipos de demanda para digital. Quando você considera a demanda do pessoal de TI (tecnologia da informação), uma pesquisa da Brasscon indica uma demanda não atendida muito grande. Para os próximos anos, nós vamos precisar de cerca de 800 mil pessoas com habilidade na área de TI. No entanto, o País vai formar no máximo 300 mil, e mesmo assim como uma qualidade discutível”, explica.
Pastore também levanta um questionamento bem interessante quanto aqueles colaboradores que trabalham no chão da fábrica, ele acredita que essas pessoas também precisam de uma boa qualificação e que empresas que investem em qualificar esses funcionários tem um diferencial competitivo no mercado. “Agora, nós não temos pesquisas fortes (sobre a digitalização) em outras áreas, como aqueles profissionais que estão no chão da loja, no chão da agência de viagem… Eles precisam ter conhecimento para poder atender o freguês, pesquisar um produto, ver as características de um produto, informar bem o consumidor. O que a gente nota é que as poucas empresas que têm pessoal bem qualificado nesse campo têm uma competitividade muito superior às outras. Então a gente nota que esse tipo de profissional, mesmo sendo um conhecimento simples, ele faz diferença”, avalia.
Muitas empresas não qualificam os seus colaboradores pensando no custo que em um primeiro momento pode parecer ser alto, mas é necessário ter uma visão estratégica dos benefícios que essa qualificação irá trazer à empresa. Mas esse poderá ser o caminho para o Brasil avançar rumo a qualificação e digitalização do mercado de trabalho.
Pastore acredita que a utilização da inteligência artificial no mercado de trabalho ainda é um grande desafio que precisa ser discutido, inclusive no âmbito da reforma tributária.
Foto destaque: José Pastore é economista e presidente do Conselho de Emprego e Relações de Trabalho da Fecomercio SP. Reprodução/Twitter