Nesta terça-feira (2), o aplicativo Bumble, rival do Tinder, passou a ser liderado pela brasileira Lidiane Jones, que substitui a CEO anterior, Whitney Wolf Herd. A principal característica do aplicativo é que nele a conversa após o match só pode ser iniciada pela mulher, em uma estratégia de “criar um espaço de namoro online empoderador“.
“O que me atraiu foi a oportunidade que vejo de [estimular] relacionamentos mais saudáveis no mundo todo, não só na questão romântica,” Lidiane disse ao g1 em entrevista, afirmando sobre o futuro que vai ajudar a empresa a “adotar a inovação em inteligência artificial em seu portfólio de aplicações.“
Atualmente, a empresa é valorizada em cerca de US$ 2,9 bilhões (cerca de R$ 14 bilhões) no mercado, de acordo com a Bloomberg, e possuiu um faturamento de US$ 276 milhões no 3º trimestre de 2023.
Tinder e Bumble já são concorrentes no mercado de apps de namoro há vários anos. (Foto:Reprodução/NPR/Cameron Pollack)
Oportunidades e desafios
Atualmente, o Bumble possui várias oportunidades e desafios para uma nova administração:
- Possuiu 2,6 milhões de assinaturas no terceiro trimestre de 2023 (sem contar os usuários da versão gratuita);
- É o 5º maior aplicativo de namoro em termos de download, e 2º maior em termos de gastos do usuário;
- No entanto, continua sendo superado pelo Tinder, que tinha 15,7 milhões de assinaturas a partir do Match Group, e quase o dobro do faturamento.
Por causa da competição com outros apps de namoro, está elencado como alta prioridade o desenvolvimento da inovação tecnológica, no qual Lidiane pode oferecer sua experiência de carreira.
Histórico do Bumble
A primeira CEO, Whitney, chegou a ser a bilionária mais jovem (não herdeira) do mundo em 2021, com 31 anos. Já Lidiane já trabalhou em empresas como a Apple e a Microsoft, e até o momento era a CEO da Slack, aplicativo de mensagens corporativas. A brasileira foi aos Estados Unidos para estudar ciência da computação na Universidade de Michigan, onde se formou em 2002.
“A inovação no Brasil era como implementar o software que estava sendo desenvolvido nos Estados Unidos. Mas eu queria desenvolver, e não implementar software,” Lidiane disse. “Foi uma das razões maiores para querer vir para cá.“
Whitney, originalmente, era cofundadora do Tinder, mas saiu para fundar o próprio aplicativo de namoro, o Bumble. Agora, Lidiane buscará aprimorar a plataforma no quesito de matchmaking e na construção de perfil – onde a IA deve ser fundamental suporte, mas não substituirá a interação humana, que afirma sempre ser o foco do aplicativo.
Foto Destaque: Lidiane Jones, a nova CEO do Bumble. Reprodução/Slack/g1